Por que o código dos gigantes não valida?

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Acredito que todo site deveria seguir direitinho os padrões web. Eles garantem acessibilidade, melhoram a indexação pelos buscadores, são mais rápidos e uma série de outros benefícios.

Nas últimas semanas apareceu uma “novidade”. Chama-se POSH. É só um novo nome para o que estamos cansados de conhecer como padrões web.

Para os estadunidenses, POSH é mais fácil de falar, verbalizar e usar no dia-a-dia do que Semantic Html. Para nós, me parece que não muda em nada, pois é fácil dizer se um site segue ou não os padrões web. Sempre me perguntei por que sites de grandes empresas como Google, Yahoo e Microsoft não têm um código válido?

Perguntei a dois amigos e excelentes profissionais, Frederick van Amstel e Henrique Costa.

Henrique disse que validação não significa nada. Disse ainda que “um código válido significa um código sem nenhum erro de sintaxe. Alguns erros de sintaxe podem ser um grande problema na sua vida, outros nunca vão interferir em nada”. Segundo ele, validação e semântica são coisas diferentes.

Validação é importante, “significa que você não esqueceu nada onde não deveria e que seu documento não tem erros ortográficos e código mal escrito. Mas nunca se esqueça que isso não faz do seu site um web standards conformance. E se vivêssemos no país das maravilhas e fizesse algum sentido fazer uma escolha entre as duas opções, ter um site dentro dos padrões, mas com erros de validação, é melhor. É tudo uma questão de relevância.”

Fred disse que “os grandes portais não têm interesse em passar no validador do W3C porque ainda não vêem uma grande vantagem em fazer isso. O custo de manter a complacência aos padrões em páginas que são constantemente reconstruídas por várias pessoas provavelmente não compensa as possíveis melhorias na capacidade de indexação e acessibilidade”. Segundo ele, “outro elemento contra à complacência é o velho conservadorismo, típico de grandes empresas. É o velho imperador do em time que está ganhando não se mexe“.

O ROI dos padrões web

Isso nos leva a outra questão: padrões web dão retorno? Sabemos que fazer um site 100% dentro dos padrões web pode custar mais caro do que desenvolver um projeto razoavelmente padronizado. Será que a decisão do Google e do Yahoo em não desenvolver seus produtos validando conforme a W3C manda não está levando em consideração o custo x benefício, o retorno sobre o investimento?

Sabemos que uma das idéias por trás de um código válido é que ele não vai deixar de funcionar no futuro. Mas algumas empresas têm a capacidade de resolver rapidamente os problemas que aparecerem no futuro. Será que vale a pena investir dinheiro hoje para manter o código totalmente válido para evitar problemas que podem acontecer – e que podem ser resolvidos facilmente – no futuro?

Não tenho uma resposta, mas vou gostar de ler a opinião de vocês. [Webinsider]

Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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23 respostas

  1. Olá

    Quero parabenizar as palavras da Tarcila, exprimem exatamente a minha opinião. Inclusive no que se refere aos browsers, como o IE, que para conseguir ganhar a batalha com o Netscape foi utlizando métodos para a correção de programadores errados.

    Sem apologia contra grandes corporações, mas a MS tem bastante culpa de como as coisas estão aí.

    Estou trabalhando a pouco tempo com web, mas utilizo ela desde o princípio no Brasil. E como comecei agora faço tudo nos padrões. As primeiras páginas deram trabalho, mas pegando o jeito fica fácil. Acho q falta um pouco de abertura dos profissionais.

    É fácil, mas claro q tenho os problemas de CSS com o IE. Ops!!!! Falei contra a MS de novo??? Foi mal! E olha que quando instalei o Windows 3.1 no meu 386 eu era fanzão do Bill.

  2. Será que vale a pena investir dinheiro hoje para manter o código totalmente válido para evitar problemas que podem acontecer – e que podem ser resolvidos facilmente – no futuro?

    Muito bom esse post Gilberto! Sobre sua ultima pergunta eu adiciono outra pergunta: Será que até o problema acontecer o site ainda estara no ar, com a mesma versão? Principalmente e sites grandes. Claro.

    []s! Ratan

  3. Olá Gilberto
    Muito interessante este post.
    Bem, afirmo-te que é bastante complicado manter um codigo de portal e ao mesmo tempo valido na w3c. Afirmo que, um design realmente arojado com bastante conteudo, principalmente numa Home cheia de peculiariedades, tende a nao ser valida.

    No meu ponto de vista, voce ter um codigo de um portal grande valido é realmente muito mais trabalhoso, mas com esforço é possivel, depois torna algo comum. Acho bastante interessante tentar validar os codigos, nao para ter eles validados em si, mas sim para conhecer com mais perfeicao o funcionamento e bugs do CSS em cada browser.

    Atualmente conclui um site bastante caprichado de uma faculdade, onde consegui obter validacao, e ainda por cima utilizando acessibilidade de fontes e CORES (colorido, raio-x e preto e branco), sem falar na vaidade de substituir todos os SELECS por divs/spans para nao ter problemas de probreposicao em flashes e menus.

    Dá uma olhadinha ai
    http://www.joaquimnabuco.edu.br

    Acho que validar é bom, nao validar é preguiça ou falta de tempo 😛

  4. Prezado Gilberto,

    Sou professor da disciplina Interação Humano-Computador, do curso superior de Webdesign da Uniara, de Araraquara (SP). Achei excelente o tema deste artigo e propus uma discussão em sala de aula sobre ele.

    Amanhã, depois das discussões com os alunos, postarei aqui um novo comentário, contendo uma síntese da aula. Desde já, te parabenizo por ter feito escolha tão feliz e polêmica sobre um assunto tão quente.

    Abraços,

    Rogério Mascia Silveira – Jornalista e Webdesigner
    http://www.rogeriosilveira.jor.br – cel. (11) 9845-9197

    Skype – rogeriomascia
    GoogleTalk – rogeriomascia@gmail.com
    MSN – rogeriomascia@hotmail.com

  5. Na minha humilde opinião o problema é a qualidade dos profissionais envolvidos no processo.

    Infelizmente, nestas empresas, por questões óbvias de redução de custo, os códigos HTML são normalmente produzidos por ferramentas como o Dreamweaver e FrontPage ou por pessoas que não possuem background de programação e portanto que não prestam tanta atenção nas regras da linguagem.

    Depois disso os templates são entregues aos engenheiros de sistema que integram com as liguagens de programação e neste processo eles têm três opções:

    1. Refazer o código para que o mesmo fique compatível com a lógica a ser implementada e com POSH

    2. Encaixar o código da melhor forma possível no template e acertar apenas as partes que impedem o correto funcionamento, detonando qualquer padrão existente no HTML

    3. Fazer gambiarras/?hacks? na programação para respeitar a estrutura criada originalmente no HTML.

    A opção 1 é eliminada por questões de custo, a 3 por performance, então sobra a 2.

    Eu pessoalmente considero a validação extremamente importante para garantir a compatibilidade entre plataformas. Não apenas com entre diferentes browsers e sistemas operacionas e dispositivos eletrônicos, na minha opnião principalmente com leitores e simuladores focados em oferecer acesso a tais conteúdos para pessoas com dificuldades ou impossibilidades físicas.

    Concordo com o Sérgio que o problema está também relacionado ao fato de cada browser possuir o seu mecanismo de renderização, mas por isso mesmo devemos seguir as regras pois com isso garantimos que independente do browser teremos uma noção bastante boa do resultado final e o que importa no final é que o conteúdo/informação sejam transmitidos e os padrões garantem justamente isso, que mesmo que exista algumas diferenças de browser para browser a experiência de uso será bastante similar.

    E apenas para adicionar um comentário aqui, dos tempos em que o Netscape ainda era o melhor browser, se não me engano sempre existiu o padrão do W3C, o problema foi que a Microsoft e a Netscape entraram na briga de quem oferecia mais funcionalidades e com isso o padrão foi totalmente perdido, em um ponto porque o W3C não conseguia acompanhar o movimento destas empresas e em outro porque as empresas faziam questão de fazer com que comandos não padronizados funcionassem de forma diferente em cada um dos browsers.

    Considerando que na minha opinião a eliminação de barreiras de comunicação é a coisa mais fantástica que a internet nos proporciona, eu considero um vergonha para os profissionais de internet que tais portais apresentem padrões tão baixos de qualidade e que este assunto não seja abordado mais frequentemente no nosso meio.

    Gostaria de parabenizar o Gilberto por abordar o assunto de forma tão inteligente e imparcial.

    Desculpem-me pelo tamanho do comentário mais acho que este assunto merece.

    []s

  6. Tem gente que ainda usa hack, coment, gambiarra?!
    Ter um site totalmente valido não custa tanto assim. É só prestar atenção e dar importancia aos detalhes.
    Aqui eu faço tudo nos padrões da w3c e nem por isso o projeto sai mais caro.

  7. Algumas coisas deverão ser consideradas em relação a esta discussão:

    1°_ Validação não tem absolutamente NADA a ver com Semântica ou Web Standards, diz respeito apenas a sintaxe do codigo.

    2°_ Enquanto os Browsers não renderizarem as aplicações de forma padronizadas, não vale a pena a nenhum site que possue um grande numero de acessos por diferentes povos, migrar para os padrões, seria muito inviável e trabalhoso.

    3°_ O Google não está preocupado com indexação do seu site, visto qua a mioria dos esforços nesse sentido é justamente por causa do Google, quanto as demais aplicações desenvolvidas por eles, tem indexação garantida nas primeiras páginas do motor de busca.

    4º_ O mesmo vale para as demais Gigantes acima citadas.

  8. Ponham-se no lugar dos gerentes de projeto e desenvolvedores desses gigantes e vocês terão as respostas.

    Não acham que seria muito custoso para a empresa contratar um profissional ou uma equipe expert em padrões/semântica somente para que o site passe nas validações da W3C, enquanto antes disso tudo funciona direitinho?

    Muito provavelmente o que passa na cabeça dos gigantes e a ordens que eles dão ao seus funcionários é: Tempo é dinheiro, e para os usuários o que importa é o conteúdo e não como o código foi desenvolvido.

  9. Devemos lembrar que os sites citados são anteriores a tendência do uso de padrões (não existia padrão), tem alcance mundial e devam atender a todos os navegadores e sistemas. Por isso usam como padrão a forma de programação que traga menos dor de cabeça para o usuário. Um site nos padrões pode não funcionar corretamente em determinado navegador, o usuário não entende o que é padrão. ele fala que a culpa é do site.

    Um Fusca me leva para uma volta ao mundo, por terras geladas ou desertos, é só por gasolina e óleo. Já uma Ferrari (ou outro de seu gosto)não passa na lombada de minha rua. Qual é melhor?

    Esse tipo de discusão é muito boa, mas cada causo é um causo!

    Abraços

  10. Olá, inicialmente gostaria de parabenizar pela iniciativa da discusão.
    Estou criando o site de um Banco e também percebi que, perdoem-me se eu estiver errado, nenhum banco no Brasil segue a risca as regras da W3C.
    Fiquei então num impasse, se devia ou não trabalhar baseado nelas.
    Tenho feito uma pesquisa grande em cima disto e estou tentando seguir as normas mas confesso que o trabalho é maior e as gambiarras como disse o Norton logo acima, são necessárias (para o IE).
    No entanto, chego a conclusão que segui-las é satisfatório tanto para o usuário, quanto para o desenvolvedor. Depois da implementação a manutenção e otimização se faz de maneira mais fácil e rápida.

  11. Eu queria parabenizar o autor pela postura neste post. Ao contrário de muitos autores, reconheceu que o buraco é mais embaixo e não se entregou à tentação de se deliciar no campo das conclusões precipitadas.

    Voltarei mais vezes aqui para ver à quantas anda este debate. É assim que se constrói o conhecimento.

    E só pra voltar ao assunto, meu palpite vai para o ROI.

  12. Convencer um cliente a utilizar ou não os padrões web não é necessário. Se você desenvolve nos padrões, não vai mais querer voltar atrás. E o seu cliente não precisa saber qual tecnologia será empregada, a menos que ele queira – óbvio.

    Com relação a validações, estar dentro dos padrões W3C não quer dizer única e exclusivamente XHTML com CSS. Existem diversos outros padrões a serem seguidos. O site pode ser feito inteirinho com HTML 4, estar validadinho e não possuir o código semânticamente correto. O Henrique foi muito feliz no artigo citado pelo Gilberto.

    Acredito que o imperialismo e conservadorismo das grandes empresas começará a ruir quando os profissionais estiverem de acordo com relação a boa escrita. Se o programador faz sem tabelas e validado no mesmo tempo, com o mesmo entusiasmo que ele faria porcamente, a empresa só tem a ganhar, e nenhum chefe vai te dizer quem mandou fazer tudo assim bonitinho e organizado? Refaça tudo e dessa vez cuide de usar tabelas e não identar nada! 🙂

  13. Existem algumas coisas aí que devemos considerar:

    *Nós, desenvolvedores caprichosos, gostamos de seguir o padrão W3C e ainda perdendo tempo fazendo gambiarras para que ele funcione no IE6, que é a grande maioria pirata no país;

    *Você pode até cobrar mais do seu cliente pelo fato do seu site seguir o padrão W3C, mas 90% deles acham que W3C e WTF devem ser a mesma coisa e não vão adiantar nada. Resultado: não pagam. Ou você faz de qualquer jeito ou coloca o padrão como ítem de série. Mesmo sabendo dos impactos de performance e todos os outros benefícios do W3C…

    *Sobre os grandes sites (Yahoo, MSN, Google), acredito que, como a linguagem SQL, eles têem suas próprias particularidades, o que deixa cada um com suas características próprias. Sempre tem um ActiveX alí, um JavaScript fora do padrão acolá.

    *E o W3C acaba sendo gramática mesmo, boas maneiras de se escrever código para web. O problema é que poucos dominam as linguagens e enquanto isso não popularizar, não vai ter importância.

  14. É correto afirmar que um site dentro dos padrões sai (sempre) mais caro?

    Não, você tem razão. Sites mais simples, como o da desta.ca por exemplo, são feitos com padrões web tão facil e rapidamente quanto sem. Mas em alguns casos mais complicados (como um gmail ou o outrolado) tem muito mais coisa pra se pensar e bugs pra resolver, a validação acaba ficando pra trás na prioridade…

  15. Grande Walmar,

    Eu também acho que a questão é de retorno sobre o investimento. Mas pensando no tanto de dinheiro que o google tem, alguns milhares não fariam diferença.

    Pelo que eu sei, cada bit a mais no buscador do google é não só um problema gigantesco de servidor e segundos a menos para os usuários, que é o que eles dizem ser o mais importante.

    abraço,
    gilberto jr

  16. É correto afirmar que um site dentro dos padrões sai (sempre) mais caro? Poderia apontar alguns fatores que contribuem para isso Gilberto?

    Acredito que o único motivo pelo qual poderia sair mais caro realmente seria o fator tempo. No entanto, para profissionais com experiência em web standards e utilizando ferramentas que seguem os padrões, duvido que possa haver um custo em termos de tempo para padronizar o projeto, uma vez que ele já nasceria padronizado.

    E como o Humberto mencionou acima, padronização é um preciosismo do desenvolvedor. Realmente, os grandes portais fazem mídia de massa, portanto espere produtos de bom custo/benefício, mas não finamente bem-acabados! É como comparar um carro popular com um outro produzido de maneira quase artesanal.

    Abraço!

  17. Já li uma explicação em relação ao Google sobre o assunto, mas não tenho como saber se é verdade ou mito.

    Um experimento mostrou que para usar web standards e deixar o buscador do Google compatível com todas as combinações de sistemas operacionais e navegadores que eles possuem atualmente (e são browsers muito antigos), seriam necessários tantos hacks que o código ficaria alguns kilobytes mais pesado.

    Multiplicando esses poucos kilobytes a mais pela insana quantidade de acessos diários que tem o Google, gastaria-se alguns milhares de dólares a mais somente em banda.

    Colocando prós e contras na balança, eles teriam chegado à conclusão que não valeria a pena.

  18. Outro dia discutia com outro desenvolvedor sobre esse tema e chegamos a conclusão de que o cliente não te paga para ser validado pelo W3C e sim para que seu site funcione, então todo o custo de fazer sites válidos cai sobre o próprio desenvolvedor, que as vezes encarece seu projeto por isso, a no final percebe-se que é simplesmente por preciocismo.
    Então imagino que para o grandões não seja vantajoso perder tempo se preocupando com algo que tem um custo muito maior que o beneficio.

  19. Gilberto, você acusou o Google, Yahoo, Microsoft de não terem código válido nos padrões web tradicionais, mas não deu nenhum exemplo.

    Será que não é o seu conceito de código inválido que não estará afastado da realidade?

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