Campus Party foi oportunidade para empreendedores

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Com Pedro Sorrentino*

Além de adeptos do software livre, curiosos e entusiastas da internet em geral, o Campus Party esteve repleto de empreendedores.

Um evento comprometido com a difusão do conhecimento, democracia, aperfeiçoamento profissional, novas ideias e conceitos tradicionais atrai gente aficionada em criar e aprender, com atitudes e aspirações – o combustível para a fórmula do empreendedor.

Só que os nossos empreendedores precisam seguir uma cartilha com mal traçadas linhas, como sugerem os dados do GEM (de Global Entrepreneurship Monitor), um programa de pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, que recentemente lançou seu relatório para 2008 (arquivo pdf). A pesquisa foi feita em 42 países, com cerca de 150 mil jovens empreendedores, e mostra que o perfil do empreendedor brasileiro é diferente do europeu, por exemplo. Para superar barreiras e dificuldades econômicas, nossos jovens empresários são forçados a serem criativos, inventivos e engajados.

A oferta de crédito para começar um negócio, por exemplo, ficou ainda menor por conta da crise global. As atividades para empresas start-up no quarto trimestre mantiveram-se no mesmo nível de 2007, em especial nas classes médias baixas dos países. No entanto, sugere Niels Bosma, diretor de pesquisa do GEM, mesmo uma situação adversa pode representar um bom momento para o empreendedor proativo. ?Muitas inovações, como o supermercado, foram lançadas em momentos de recessão; enquanto muitos players se preocupam em sobreviver outros inovam. O desafio é encontrar o seu mercado consumidor?, diz ele.

Casemodding customiza gabinetes de PCs

Um exemplo de serviço criativo é “tuning de hardware”. Um grupo de pessoas é aficionado por personalizar gabinetes de computadores. Segundo a comunidade CasemodBR, o modding “é realizado por questões de funcionalidade e estética, para atender as necessidades do usuário do desktop”.

Empreendedorismo e construção coletiva são ingredientes para a comunidade modding brasileira. Carlos Alexandre Yandelly, premiado como melhor case e segunda melhor pintura na primeira edição da Campus Party, realizada no ano passado, hoje é patrocinado por uma empresa de peças para computador. Mas mais do que montar um gabinete atraente para vender peças de PC, Yandelly seria uma espécie de artista e inventor.

Em parceria com a Unicamp ele desenvolveu um fluído para coolers de PC. “A refrigeração a líquido é muito mais eficiente; o problema é que apenas EUA, Portugal e Alemanha produzem o fluído. É um produto muito caro, onde 200 ml custam cerca de R$ 70. Conseguimos, após 11 meses de trabalho, desenvolver um produto que sairá no mercado por cerca de R$ 35 reais”.

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Yandelly: cooler líquido brasileiro mais barato

Atração ambulante da Campus 2009, Yandelly incorporou o personagem Mr. Brown, cientista empreendedor, com uma teoria para explicar a adaptação do brasileiro à internet: “O brasileiro compartilha de uma união sincera e não visa o lucro em primeiro lugar. Pensa primeiro em desenvolvimento, satisfação pessoal e exposição”.

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Saulo (esquerda) e Diego: gabinetes em forma de BMW

É o caso de Diego Sandreicie, 16 e Saulo Pavolo, 26 que estiveram na Campus Party para divulgar a empresa PC Tunning. “O brasileiro sempre foi apaixonado por carros e eu já não estava me realizando mais como analista de rede. Por isso fundei a PC Tunning”. Com a feira, a demanda de Saulo cresceu bastante e sua meta é chegar a 50 encomendas por mês. O gabinete em forma de BMW sai por R$ 299.

Oca digital

Na Oca digital, ambiente do evento dedicado à inclusão digital, encontramos Poran, potiguara da Paraíba, e Kaluanã, tupinambá, do sul da Bahia, que assistiam uma série de palestras. Segundo eles, é importante manter uma biblioteca virtual para que possam passar conhecimento de forma visual para as crianças da aldeia.

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Poran Potiguara, 19 anos, à esquerda, e Kaluanã Tupinambá de Oliveira, 23, usam o e-mail para manter contato e contam com a web para ajudar na educação na aldeia.

Os índios valorizam as informações sobre agricultura e sempre acessam a previsão do tempo, apesar de acreditarem que hoje a natureza não está mais regrada. “Temos apenas um computador por aldeia, o que é muito pouco para uma educação de 300 índios”. O computador ajuda no contato entre as aldeias, como é o caso dos jovens índios que mantém contato via e-mail e acharam o Campus um lugar fascinante.

A propósito: os computadores da Oca foram furtados; quem quiser doar um PC novo ou usado pode entrar em contato com eles por e-mail (tanipotiguara@gmail.com) e (kaluana@gmail.com). Conheça também os sites Índios Online e Web Brasil Indígena. [Webinsider]

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* Pedro Sorrentino colaborou com texto e fotos. Adriana também fotografou.

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Adriana Azevedo (@AdriAzevedo) é jornalista, PR e subeditora do Webinsider.

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4 respostas

  1. Não estive lá infelizmente, mas pelo que vi na mídia o evento consolidou a CP como grande feira em São Paulo.

    Isso é bom. Ter no calendário um acontecimento desse porte coloca o Brasil no mapa da tenologia mundial.

    Até +

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