Publicidade regrada demais acaba sem graça

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Onde está a criatividade na publicidade brasileira? Acredito que não seja apenas eu enxergar a publicidade brasileira carente de criatividade e inovação. Chega a dar saudade da safra de comerciais nos anos 80, 90 e início de 2000, onde esperávamos animados para ver propagandas de marcas como Bombril, Coca Cola e as cervejas.

Quem não se lembra de campanhas como a do Mon Bijou, que era comparado explicitamente com o Comfort (sem atacar a imagem do concorrente em momento algum)? Neste momento entra o órgão regulador da época, que acredito ser o Conar, e manda retirar o comercial. Imediatamente vem a resposta da própria Bombril com outro show de criatividade.

Hoje infelizmente vejo órgãos como o Conar e alguns “artistas”, que só assim posso intitular, defensores públicos, que por meio de ações inibem a criatividade e desenvolvimento de campanhas inteligentes, ao invés de simplesmente evitar a baixaria e sim garantir a liberdade necessária.

Temos um caso recente, dentre tantos, a campanha dos Correios em que a fã do jogador de futsal tira a blusa na frente de crianças e é tampada imediatamente, que a meu ver foi muito bem empregado. É postura de que as crianças devem ser resguardadas e não expostas, como afirmam.

Mas quem também não se lembra das campanhas da Brahma, onde os personagens eram os caranguejos e a tartaruga. Pois é, por culpa de alguns “artistas” não se pode hoje usar elementos como estes em nossos comerciais.

Quem também não achou fantástica a criação da Pepsi usando a Coca, em que uma criança tira duas latas de Coca para alcançar uma lata de Pepsi – se fosse veiculada aqui seria retirada do ar por conteúdo ofensivo.

Infelizmente a cada ano a qualidade de nossos comerciais vem caindo e são aprovados para veiculação peças sem inteligência, reflexo de limites burros e prazos curtíssimos de criação, produção e veiculação.

E vemos agências com preguiça de desenvolver e clientes sem bom senso no aprovar, caso do novo comercial do Bradesco, onde ao final temos um homem e uma criança desenhando a logo do banco no ar. Opa, péra aí, Itaú já fez isso!

É claro que é necessário ressaltar que os melhores e mais criativos comerciais hoje são criados e veiculados em outros países, onde suas normas são menos rigorosas. E muitas vezes são criados por brasileiros que se destacaram e foram embora.

Exemplo são os comerciais da Nike e da Reebook, pouco veiculados em nosso país e fantásticos na maioria das vezes.

Já passou da hora de reformular nossa política de publicidade. Nós criadores somos ensinados nas faculdades a pensar “fora da caixa” e quando entramos no mercado de trabalho, percebemos que todos nós estamos em uma caixa que se chama burocracia. Pense nisso! [Webinsider]

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Juliano Alvarenga é publicitário e sócio proprietário da Imix Comunicação. Twitter: @jualvarenga.

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4 respostas

  1. Considero que as empresas não acreditam mais no ROI da publicidade. Muitas vezes também, a criatividade dos publicitários esbarra na ignorância dos empresários.

    Obs: concordo com o maikel, cade o link do compartilhamento de conteúdo?

  2. ótima reflexão

    vem cá, acho tão engraçado vocês não terem botões de compartilhamento pra redes sociais nos posts. ajudava bastante, sabe?

    abs

    1. Você está certíssimo, Maikel. É o velho “Faça o que eu digo mas não faça o que faço”. Tudo faremos para no segundo tempo reverter este resultado. []s!

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