A integração de TV com internet

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Dois eventos movimentaram o mercado de internet em Nova York recentemente: o Digital Video Marketplace, organizado pelo IAB, e a AdAge Digital Conference, do Advertising Age.

Ao contrário do mercado brasileiro, onde parece que social media é a última bolacha do pacote e só se fala nisso, lá os temas foram bem diversos, claro que abordando impacto das redes sociais também.

Alguns temas chamaram a atenção, por ainda não estarem sendo debatidos por aqui e envolvem a integração de TV com internet.
“Cord-cutting” é a expressão criada para explicar o fenômeno das audiências dos programas de televisão estarem migrando para a internet.

É um número crescente de pessoas que está “cortando o cabo” da sua TV por assinatura para pagar um provedor de banda larga pela metade do preço da mensalidade e assistir seus filmes, séries e programas favoritos online, na hora que mais lhe convier.

Netflix (site de aluguel de vídeos), Hulu (site que veicula séries de TV gratuitamente) e o próprio YouTube, que anunciou um canal próprio de conteúdo original, são os principais destinos.

Além disso, set-up boxes como Apple TV, Google TV e Boxee começam a ganhar espaços e recursos para atrair novas audiências. Como lidar com a publicidade, já que as emissoras de TV não tem como controlar e acompanhar o momento em que o conteúdo é assistido?

O caso mais interessante é a série The Confession, estrelada por ninguém menos que Kiefer Sutherland (24 Horas) e com participação de John Hurt: os episódios são exibidos apenas no Hulu e tem 6 minutos de duração, porém sua produção não deixa nada a dever a um longa de Hollywood.

O formato é inovador e foi debatido por Chris Young, o produtor da série, e Kevin Pollack, ator, comediante e apresentador de um talk-show. Como os anunciantes podem se aproveitar desta migração? Young falou em “brand utili-tainment”, onde a marca proporciona o entreteniemento, indo além do simples patrocínio.

Randall Rothenberg, CEO do IAB, levantou uma questão pertinente e ainda sem resposta: “Será possível digital vídeo escalar como o conteúdo de TV e será que isso é realmente necessário?”

Falou-se bastante também sobre social TV, o hábito de se assistir TV acompanhado de iPad ou celular para poder trocar informações sobre os programas com os amigos via Twitter, Facebook ou plataformas ainda não tão populares aqui, como Get Glue.

Porém, Ralph Santana, CMO da Samsung, fez uma apresentação excelente, um verdadeiro choque de realidade para muitos: “62% de todo consumo de mídia nos EUA ainda é via meios tradicionais e destes, 40% é na televisão”.

Além disso, ele fez uma ponderada comparação entre TV e internet, pontuando os prós e contras de cada meio, o que não impede a Samsung de criar campanhas e produtos inovadores.

Já B.Bonin Bough, head of digital da Pepsi, fez uma apresentação muito estimulante, com o tema Digital Fitness, sobre como as marcas precisam se exercitar para adaptarem-se a nova realidade digital.

Aliás, a presença de CMOs de peso foi um destaque e permitiu saber que, por exemplo, a companhia aérea Virgin America investe 70% de sua verba de marketing nos meios digitais. Aqui no Brasil, TAM e Gol estão muito aquém disso, sem dúvida.

Do lado de social media, gente graúda do Twitter, Get Glue, GroupMe (apresentado como “uma das mais quentes start-ups de New York”) e Foursquare estiveram entre os palestrantes. Mas isso não impediu Luane Kohnke, Senior VP Managing Director de Analytics e Accountability da agência digital R/GA, declarar que “Social Media não pode existir sem o apoio da paid media”, no que foi aplaudida pela plateia. Será?

Para encerrar, a toda poderosa Arianna Huffington, fundadora do The Huffington Post, o blog mais influente dos EUA e recentemente adquirido pela AOL por US$ 300 milhões, desfilou uma série de frases polêmicas:

“Se o Lehman Brothers chamasse Lehman Brothers&Sisters, provavelmente não teriam ido à bancarrota” sobre a importância de termos mais mulheres em cargos de liderança; ou “A menos que você ofereça conteúdo especializado ou sexual, as pessoas não vão pagar por ele” sobre sua postura em oferecer conteúdo gratuito, ao contrário do New York Times e o The Dailly, o aplicativo de notícias da News Corp criado especialmente para o iPad (que também foi sabatinado em um painel e não divulgou o número de assinantes do serviço). [Webinsider]

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Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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2 respostas

  1. Excelente artigo, apontando tendências que logo devem chegar por aqui. Paralelamente, me preocupo com o tema da TV interativa no Brasil e a sobrevivência do padrão brasileiro GINGA.

    De certo os aparelhos de TV vão trazer conteúdos e respectivos alinhamentos globais para os televisores daqui, e claro permitirão também o conteúdo amplo da internet. Vamos ver o que acontece.

  2. Marcelo, excelente artigo sinalizando tendências que logo devem chegar por aqui. No Brasil, é importante atentar para o fato de o Padrão Ginga de Tv interativa, estar demorando muito para virar realidade e adotado pelas emissoras. De certo, a cultura de se usar web para entretenimento vai invadir primeiro as TVs.

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