Por uma nova qualidade do tempo que gastamos

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É simples: ninguém tem tempo, pois se perde muito tempo ao invés de achá-lo.
Nepô, da safra 2011.

Acredito que a questão central, o tal ROI (retorno sobre o investimento) de qualquer esforço de gestão se dá em torno do tempo, incluindo principalmente o a discussão sobre a inserção de organizações em redes sociais.

(O que eu chamaria a inserção da sociedade em um novo ambiente de troca informacional/comunicacional.)

O tempo mede o que temos de mais precioso: a vida. E todos temos um senso de valor sobre a vida.

Logo percebemos quando estamos jogando fora algo que podemos estar em outro lugar fazendo algo mais nobre. Isso faz parte de nosso instinto mais básico.

O que vai naquela frase de que tudo se recupera, menos o tempo, blá, blá, blá.

Todo o esforço humano, desde que saímos de cima das árvores com medo que os animais nos devorassem durante a noite, gira em torno da melhoria da qualidade do tempo, ou seja, de como vivemos a nossa vida.

Todos os gênios que já tivemos no passado pensaram em formas de gastarmos menos tempo em coisas que não nos dão prazer, para nos dedicarmos mais àquelas que nos dão.

Vide as inovações, da roda ao avião, do telefone à Internet.

Reduzir o tempo burro para o tempo menos burro. Como diria o poeta Mário Quintana: “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”.

Toda inovação tem esse medida como retorno. Fala-se muito do que quer a nova geração do mercado de trabalho? Simples, estar num lugar onde a burrice do trabalho não seja gigantesca.

Pode perguntar por aí e chegará a essa verdade simples.

Assim, as organizações produtivas precisam lidar melhor com o tempo daqueles que contrata para trabalhar, fazê-los cada vez mais úteis para produzir no menor tempo possível o máximo para quem é cliente.

Essa é a regra oculta de qualquer sistema econômico e não é diferente agora.

Temos apenas que ambientar a questão do “problema tempo” ao século XXI, podemos analisar que:

  • a visão egoísta e do “faço tudo sozinho“, gênesis do sistema vigente, nos levou a nichos, a não troca, a trabalhos cada vez mais isolados, repetitivos e burros, perde-se tempo não estando em redes colaborativas!;
  • isso nos leva a produzir informação para a minha “eu-quipe” o que as torna obsoleta, sem renovação, mais burras, menos inteligentes;
  • não conseguimos refazer nossas vidas para viver em cidades grandes, engarrafadas, pois o modelo de controle de produção ainda é do século passado, trabalha-se de forma centralizada e não descentralizada, jogando a qualidade de vida para o buraco, fica-se no trânsito ao invés de estar produzindo, mais burrice!;
  • e pior ainda, a nova forma de produzir informação nos faz perder tempo consumindo tudo que é inútil e não nos concentrarmos no relevante. Nos falta a construção de novos filtros informacionais, com mais maturidade, para separar o relevante, do interessante e do totalmente viciante e, por sua vez, preocupante.

Objetivamente, não temos ainda estruturas emocionais e cognitivas (estamos desenvolvendo) para enfrentar o desafio que está colocado: criar novas organizações que consigam melhorar a qualidade do tempo que perdemos com coisas burras.

O ROI é simples: combate à burrice, à mesmice, à mediocridade, que dará lugar à inteligência de uma nova forma de produção mais compatível com o mundo super-populoso, global, lotado, com pressa, etc.

O problema é que fomos educados para a conservação, gostamos dela, nos sentimos ameaçados de alterar o padrão.

E colocamos tudo em cima disso: tecnologia, normas, padrões, regras pra fingir que estamos mudando, mas nossas vidas continuam medíocres presas a um século em que o conceito do tempo era outro.

Estamos exigindo uma nova qualidade do tempo que gastamos.

Dizem que a nova geração é ansiosa, tem pressa. Talvez ela simplesmente não queria perder o tempo que os mais velhos perdem com burrice. Isso vale em sala de aula, principalmente!

Pergunte para um usuário de um produto da Apple porque ele gosta de usar aquele produto. Melhora da performance do tempo com uma interface amigável e inteligente. Faça a pesquisa e veja se não é fato!

Uma empresa 2.0 será aquela que encara uma nova forma de não se perder tempo.

Procura a qualidade de um tempo 2.0, utilizando-se de forma inteligente todos os recursos da rede eletrônica digital para ganhar tempo dos colaboradores internos e dos que eles servem, jogando a burrice pela janela.

Para isso, é preciso superar as barreiras anteriores (afetivas/cognitivas) que nos fazem perder tempo – o tempo burro.

Uma empresa burra, assim, é uma empresa que perde tempo sem necessidade. E qualquer projeto 2.0 virá lidar contra o tempo desperdiçado contra essa burrice.

O problema é que a perda de tempo é algo que interessa a muita gente. O tempo burro só não interessa a quem é prejudicado por ele.

E aí temos um nó político, que é a base da luta surda do mundo 2.0. Melhorar a qualidade de como gastamos o tempo num mundo com 7 bilhões de habitantes.

Falo mais disso depois. Que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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Uma resposta

  1. Assunto muito bem discorrido, Carlos.

    Gosto muito de seus textos e sou muito alinhado com sua opinião.
    Creio que devemos todos pensar um pouco mais sobre a forma com que nosso tempo é utilizado nesta avalanche de coisas a fazer que nos é apresentada diariamente

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