Estamos alimentando bancos de dados valiosos

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Hoje vemos uma enxurrada de banners, spams, e-mails e promoções que anunciam o paraíso do mundo “é de grátis”.

São brindes, acessos, moedas e pontos virtuais e formulários gigantescos nos quais você tem que contar praticamente a sua vida inteira para ganhar o tal brinde ou apenas participar da promoção com expectativa de ganhar o prêmio principal.

Parecem até interrogatórios da KGB. E para que tudo isto? Mouse pads cafonas, camisetas tamanho P, descansos de telas, fotos dos produtos de um fabricante qualquer e outras centenas de dezenas de quinquilharias. Tudo bem, tudo bem, existem os concursos e sorteios de automóveis, residências, casas na praia, eletrônicos, dinheiro real.

Ok Ok! Mas pera lá: três automóveis para serem sorteados em um universo de 70 milhões de internautas atualmente. E se a promoção é pelo celular o número deste universo chega a potenciais 170 milhões de participantes!

O internauta desavisado não percebe que está fornecendo aos ofertantes de brindes o que há de mais valioso nos dias de hoje. Ou seja, está dando de lambuja seus dados cadastrais, pessoais, bancários, financeiros, salariais, quem sabe suas preferências sexuais e até mesmo seus hábitos de consumo em troca de uma chance em milhões de ganhar alguma coisa.

Caríssimos amigos, vivemos a época da quarta onda – a era da informação. Quem detiver maior quantidade de dados, souber tratá-los de forma a virarem informações refinadas e de alto nível de precisão com grande poder de fogo, certamente ganhará a guerra, oops, quer dizer o “jogo”.

Imagine a seguinte situação:

Vamos dizer que modicamente no ano passado você participou de uma promoção de internet por mês. Brasileiro é “viciado” em promoções. E que tenham sido de doze diferentes empresas.

Note que por no mínimo em 12 oportunidades seus dados foram enviados a gigantes do mercado mundial de bens de consumo. Em um foi informado seu salário, em outro quantas TVs você tem, se você já comprou na grande rede, qual foi a forma de pagamento e quando irá comprar novamente. O que, quando, quanto, onde, por quê e assim por diante.

Digamos que nestes 12 preenchimentos você e algum familiar seu estejam participando simultaneamente em quatro. E que nestes quatro, dois sejam de um mesmo grupo empresarial.

Pronto, basta cruzar os seus perfis de consumo e renda para que este grupo identifique todos os seus hábitos e possibilidades financeiras para começar a te empurrar e te tentar quase que diariamente com os maravilhosos produtos que ele vende e/ou fabrica. É praticamente certo de que em um dado momento você não resista mais e realize a compra de pelo menos um alfinete dele. Você não resistirá a tamanha tentação e compulsivamente comprará algo via web.

Você e também os outros 70 milhões de internautas tupiniquins. Você acaba de perder o jogo, game over, e ainda acha que fez um bom negócio. Não percebe que foi totalmente manipulado e induzido a uma compra impulsiva e compulsiva.

O pior é que ainda pagou o famoso frete. Mas saiba que compras feitas pela internet garantem de acordo com a nossa legislação 7 dias de arrependimento dando direito ao consumidor de devolver o produto e receber o dinheiro de volta.

E no dia seguinte começa tudo de novo.

Outro meio muito “interessante” de coleta de hábitos dos internautas é realizado através dos famosos softwares spyware ou super cookies. É isso aí mesmo, spy de espião sim. Tais programas espiões catalogam tudo o que o internauta incauto faz.

Quem não gosta de baixar música de graça da Internet? Isto era e ainda é disponibilizado “de grátis” pelos softwares de comunicação mundial em rede peer-to-peer de compartilhamento de arquivos MP3 e vídeos. Lembra do pioneiro Napster que foi desenvolvido pelo Shawn Fanning lá em 1999? Pois é; para quem viu o filme A Rede Social deve ter percebido que hoje o Shawn está lá no Facebook como um dos sócios de Mark Zuckerberg. E quem coisa de semanas atrás foi acusado de rastrear dados dos usuários mesmo após o término de seu uso? O próprio Facebook que está bem perto de atingir 1 bilhão de pessoas ao redor da Terra.

O que muita gente não sabe é que quando estes programas de compartilhamento estão ativados e minimizados realizando uploads e downloads, provavelmente tudo que você estiver fazendo online está sendo registrado tim-tim por tim-tim.

Tais registros são catalogados e indexados, por exemplo por data, e dizem respeito a sites visitados, seus próprios downloads e uploads, links que você gravou em seus Favoritos, a quantidade de tempo que ficaste em todos os sites, seus softwares instalados, arquivos e por aí vai.

Os produtores destes polêmicos programas dizem que não medem isto. Acreditem se quiser. Há pouco tempo descobriu-se que os smartphones mais badalados registravam até os seus dados de GPS captando registros dos caminhos que você faz diariamente. Até mesmo podendo rastrear as lojas que você entrou e quanto tempo você ficou lá dentro.

Bem, após o catálogo de informações recolher seus dados, estes são enviados através da sua própria conexão aos servidores dos desenvolvedores dos spywares e dos programetas de compartilhamento ponto a ponto. Os “de grátis”.

Daí é questão de tempo deles serem filtrados, tratados, refinados até virarem informação da boa e serem vendidos acompanhados dos outros dados de milhões de pessoas por pequenas importâncias de milhares de dólares. E quem está comprando? Sim, os mesmos grupos que sorteiam carros, casas, DVDs etc.

Dica

Com a tela do seu navegador aberta, pressione ao mesmo tempo as teclas ctrl + shift + del sempre que terminar de usar a internet. Assim todos os dados da sua navegação serão apagados. Ou então configure o seu browser para fazer isto automaticamente sempre que você fechá-lo. [Webinsider]

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Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.

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