Empresas #fail nas redes sociais. Dá para evitar ou reverter?

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Recentemente participei como mediador do Soclday Meetup, evento sobre relacionamento entre empresas e consumidores nas redes sociais, realizado em São Paulo no início de novembro.  O debate girou em torno do tema “empresas #fail”, ou seja, aquelas empresas que são destaques nas redes sociais devido a problemas de relacionamento com seus consumidores.

Deparei-me com vários pontos de vista interessantes vindos de executivos da área de comunicação digital, habituados a criar e gerenciar ações nesses meios. Uma das conclusões do debate foi a necessidade do consumidor brasileiro em evoluir e entender melhor seus direitos. No mínimo vale racionalizar  e entender os fatos.

Após o debate cheguei a conclusões sobre alguns casos.

Visou. Depende muito do público-alvo, pois o palavreado e o tom utilizado na comunicação da empresa podem ofender o cliente e até a sociedade, porém não ofende diretamente a maioria de seus consumidores. Segundo os participantes do debate, isso acontece  porque estes grupos podem ter jargões mais “liberais”, como é o caso da empresa Visou, que tem como público os usuários do Facebook entre 18 e 24 anos. Porém é um risco grande apostar nesta teoria, uma vez que pesquisas mundiais  apontam que até 82% dos consumidores interromperam suas relações comerciais com uma empresa em função do mal atendimento (Kronos Inc).

Acredito que a educação e o profissionalismo se encaixam em qualquer mercado, mesmo no mais “underground”. Quem não gosta de se sentir especial e respeitado?

#bmwnuncamais. Por não ter se pronunciado publicamente a respeito do post no Twitter criado pelo jogador do fluminense Fred, manifestando seu descontentamento com sua X5. A empresa BMW passou a impressão de não dar grande importância para as críticas do jogador.  Qual o motivo desta reação? Talvez seja o fato do jogador não refletir diretamente seu target (executivos) ou pela política da empresa alemã proibir a discussão pública de problemas relacionados.

Vale lembrar que a marca BMW tem excelentes canais no Facebook com altos índices de engajamento entre proprietários e fãs dos carros. De qualquer maneira, diversas empresas mostram que situações semelhantes podem ser revertidas a seu favor e utilizadas para gerar mais buzz. Um exemplo é o restaurante Spoleto, que contratou a equipe do canal “Porta dos Fundos” para produzir um vídeo paródia e comunicar ao consumidor sobre sua política de contratações e treinamentos de funcionários.

Gina Indelicada.  Existe uma frase que gosto de usar em relação as marcas nas redes sociais: “a empresa deve deter o poder da conversação”. Ou seja, a empresa tem que estar nos diferentes meios onde seus consumidores estão ou, ao menos, monitorar suas atividades. Caso fique afastada, os consumidores podem se “apossar” da marca e talvez não fazer o melhor uso dela, como aconteceu com a Gina Indelicada, página do Facebook que tem milhares de seguidores e a personagem dos palitos Gina responde de maneira indelicada a supostas perguntas feitas por seus seguidores.

Digo supostas, pois, recentemente foi descoberto que as engraçadas respostas eram plagiadas de usuários do Twitter e acabaram dando um ar negativo para a brincadeira.

GAP e American Apparel. Recentemente estas duas empresas resolveram criar promoções de “oportunidades” a fim de aproveitar o ócio de seus consumidores “nova yorquinos” enquanto estavam sob o efeito do furacão Sandy. Enviaram e-mails e fizeram posts no Twitter convidando os consumidores a comprarem com produtos com desconto enquanto esperavam o Sandy passar. Bastava apenas colocar o código da “promoção” e fazer a lambança.

Acontece que as vítimas  do furacão realmente não estavam em seu “best buy day”, talvez por estarem desalojadas, em luto pela perda de amigos e entes queridos ou apavoradas pelo efeito de um dos furacões mais devastadores que passaram por Nova York. As lojas sofreram retaliações e boicotes pel os Estados Unidos, e não era para menos. A lição fica para posteridade: tentar aproveitar oportunidades exige, e muito, planejamento e preparo. Um deslize como este na ânsia de aproveitar oportunidades pode causar sérios prejuízos para a marca, segundo os participantes do Soclday. Na minha opinião, melhor do que aproveitar arriscadas oportunidades, é criá-las, como fez um restaurante americano que, monitorando seu Twitter descobriu que um de seus seguidores que passa horas em voos atrasados tuitou o desejo por um suculento bife daquele estabelecimento.

Criativamente enviaram um garçom com o prato tuitado para recepcionar o consumidor. Obviamente o sujeito era um importante formador de opinião, transformando o acontecido em um famoso caso de CRM Social. “Quem sabe faz ao vivo ou, no caso, em real time”.

Para resumir o debate, o planejamento prévio, a formação de equipes profissionais, o monitoramento constante e o uso de ferramentas e estratégias adequadas  (CRM Social) na gestão do cliente nas redes sociais pode coibir problemas e aumentar sensivelmente os resultados. A última pesquisa realizada pela eCRM123, com centenas de internautas, sobre comércio online, mostra claramente a propensão ao uso da rede social para obter suporte das empresas. De acordo com os resultados, mais de 70% dos entrevistados preferem o Facebook para esta finalidade, seguido do Twitter. As marcas precisam se adaptar a esta realidade e deter o poder da discussão ou ficarão #fail nas redes sociais, nem sempre sendo possível reverter o resultado a seu favor. [Webinsider]

…………………………

Leia também:

…………………………

Acompanhe o Webinsider no Twitter e no Facebook.

Assine nossa newsletter e não perca nenhum conteúdo.

Acesse a iStockphoto. O maior banco de imagens royalty free do mundo.

José Jarbas é o CEO e fundador da eCRM123.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *