NewsGames podem apoiar a sustentabilidade e a gestão pública

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O que muita gente ainda não acredita é que os videogames possam falar de algo além do simples ato de apertar botões, recompensas e mudanças de fase. Diversas estatísticas surpreendentes apontam que os games online podem ser mais eficazes que medicamentos no tratamento da depressão. E que jogar apenas 30 minutos por dia pode garantir aumentos significativos de felicidade. Ainda duvida? Então, o que dizer da ideia de transformar países com recessão em nações economicamente sustentáveis?

Para Jane McGonigal, Ph.D. em Artes Cênicas e uma das designers de jogos informativos mais proeminentes do mercado, afirma que tudo pode ser transformado em linguagem de jogos como forma de elevar a qualidade de vida das pessoas. Portanto, não é nenhum absurdo pensar em transformar países europeus recessivos em nações sustentáveis por meio de jogos inteligentes. McGonigal sustenta que games online, como World of Warcraft, inspiram as pessoas a agir e pensar como heróis.

Jogos como democracia participativa

Jogos sociais com participação ativa dos jogadores podem ser ótimos aliados na cossolução de problemas reais, como os vividos atualmente pela Itália, mergulhada em uma das piores crises institucionais de sua história. Depois de um mês da realização das eleições gerais, o país ainda não conseguiu reaver o equilíbrio de suas forças políticas, visando recolocá-lo no trilho do desenvolvimento sustentável.

Apesar de ser um dos pilares econômicos da Zona do Euro, a Itália amarga baixos índices sociais e econômicos. Essa crise institucional revelou o que ninguém tinha imaginado: a democracia representativa sozinha não tem conseguido dar respostas rápidas a demandas globais. Na segunda década do século 21, os políticos ainda pensam apenas na perspectiva local, sem se preocupar com os impactos externos. Mas como chamar a população para coparticipar do governo de forma colaborativa?

Uma proposta seria a criação de newgames de gestão pública. Além de garantir mais transparência à administração pública, o jogo pode evitar que outros países passem pelos mesmos problemas da Itália. Diante de um impasse político sem precedentes, o país assiste impotente a saída de muitas empresas italianas. Por sua vez, a população acaba refém de um destino desanimador: falta de perspectiva de emprego, a desestruturação da família e muitas contas para pagar.

Então, o que você faria se pudesse ajudar a equilibrar o orçamento de seu país? Essa é a proposta do jogo Budget Hero.  Para se tornar um dos heróis do orçamento, o jogador deve tomar decisões: aumentar o déficit público, financiar programas sociais, ou optar por fazer cortes na economia? Como treinamento, os candidatos a cargos públicos deveriam jogá-lo antes de se aventurar em uma carreira política desastrosa.

Top 5 dos newsgames sociais

Há outros jogos de caráter social que usam a notícia como base narrativa. Desenvolvido por McGonigal, o World Without Oil é uma simulação online de seis semanas onde os jogadores buscam sobreviver a uma escassez imaginária de petróleo. Qual é a melhor parte do jogo? Ensina formas fáceis de como usar menos petróleo no mundo real. Outro jogo de estratégia global é o Evoker, também projetado por MacGonigal.

O jogo é um curso em inovação social. Ao final de 10 semanas, o jogador recebe até diploma do Banco Mundial. A trama desafia os jogadores a trabalhar temas como segurança alimentar a resiliência urbana, incentivando-os a se tornarem experts em desafios locais. Nesse jogo futurista, os jogadores apoiam esforços globais para aliviar o peso da pobreza. Também o Ayiti segue a mesma linha.

O newsgame simula uma ajuda humanitária no Haiti. A missão visa ajudar à família Guinard a sobreviver em meio à pobreza de um país devastado por um grande terremoto. Os jogadores devem ajudar a família, composta por cinco pessoas, a tomar as melhores decisões em diversas áreas, como trabalho, educação, compras pessoais, desenvolvimento comunitário e cuidados com a saúde.

Em defesa do meio ambiente

Outro jogo interessante é o Superstructgame que trabalha impactos sociais na área ambiental. Lançado em 2008, o jogo de modo multiplayer já é jogado por mais de oito mil cidadãos espalhados pelo planeta. Embora não seja rodado em tempo real, os jogadores podem exercer a sua veia ambientalista e pensar sobre quem serão no ano de 2019. Nele, os jogadores são levados a pensar e agir em um mundo muito além de seu tempo.

Na categoria de jogos de estratégia para PC, o game Fate of the World funciona como um simulador real. Ajuda a compreender os impactos político, social e ambiental da mudança climática nos próximos 200 anos. Os jogadores são levados a lidar com desastres naturais e a exercer diplomacia. O jogo exige ainda habilidades para lidar com os avanços tecnológicos.

Afinal, os jogadores devem satisfazer as necessidades energéticas e alimentares de uma população em crescimento. Ao longo dos últimos 25 anos, os suportes de jogos foram lentamente substituídos pelo videogame, o computador, o smartphone e agora o tablet. Os games tornaram-se onipresentes. Antes tudo era por mera diversão. Agora, os jogos deram um grande salto cognitivo e deixaram para trás o velho mundinho da recreação. De uma vez por todas entraram para o mundo das coisas sérias.

É verdade que, mesmo na era da Web 2.0, muitos desenvolvedores de games ainda tem receio que um produto não pegue como esperado. Então, o que dizer para aqueles que correm sempre atrás da galinha dos ovos de ouro porque os jogos comerciais ainda vendem mais? Perguntada sobre o assunto, Jane McGonigal, respondeu: – “Não estou preocupada! Eu sou um gamer. Estou acostumada a fracassar.” [Webinsider]

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Geraldo Seabra, (@newsgames) jornalista e professor, mestre em estudos midiáticos e tecnologia, e especialista em informação visual e em games como informação e notícia. É editor e produtor do Blog dos NewsGames.

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