A tecnologia e a espionagem

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Não havia como evitar, criamos armas desde a pré-história e não seria diferente no caso das impressoras 3D. As tais instruções para impressão de uma arma de plástico que vazaram há algum tempo levaram alguns a sugerir a proibição ou regulação das impressoras. Em minha opinião, um absurdo!

A tecnologia não é boa nem ruim, essas são características do ser humano. Na mesma época uma outra notícia, pouco divulgada, ilustrava justamente este meu ponto de vista. Uma criança havia sido salva por conta de uma peça criada em uma impressora 3D especificamente para seus brônquios. É apenas um dentre os inúmeros exemplos de uso dessa nova ferramenta para salvar vidas ou para criação de arte e entretenimento. As possibilidade são infinitas. Para o bem e para o mal.

Neste momento, o “mal que a tecnologia nos causa” é outro: o PRISM, programa de vigilância eletrônica praticado nos EUA.

Volto a insistir, não é a tecnologia, não é a computação em nuvem, é o ser humano. Em “What Technology Wants”, o autor Kevin Kelly descreve algorítimos que nos ajudam a lidar com redes de telefonia celular e pilotos automáticos de avião. Mas lembre-se a tecnologia ainda não é consciente como no “Dia do Julgamento”. Temos poder sobre ela e tenho cá minhas dúvidas se algum dia chegaremos a perder o controle.

Neste artigo, Sergio Lima expõe sua opinião a respeito do PRISM e enumera algumas alternativas ao Google, Evernote, Dropbox etc. Caso deseje abrir mão de tudo que está aí fora, vale a pena ler e se empenhar na construção do seu próprio feudo. Mas eu sou menos radical e tendo sempre para o lado do controle proveniente do mercado.

São forças muito poderosas que nos trazem, por exemplo, figuras como Edward Snowden. “Consciência” significa também ler termos de uso e buscar informações a respeito desta ou daquela empresa e discutir seriamente as implicações das revelações de Snowden.

Digo tudo isso porque não seria sensato banir ou regular o mercado de facas só porque já foram e ainda serão usadas para matar pessoas. Regular e proibir sempre, sempre cria um mercado negro paralelo. Ou seja, mais dispêndio e problemas com os quais o Estado precisará lidar. Porém, uma vez regulado (afinal o mundo não é perfeito como eu gostaria), não seria inteligente deixar de usar uma faca super sofisticada só porque ela exige um registro do usuário. Ferramentas avançadas, criadas no calor da competição, são instrumentos poderosos para nos ajudar a evoluir ainda mais.

Eu quero e continuarei a usar o Evernote, Dropbox, Google Maps e similares. São tecnologias fantásticas porque estão sujeitas à competição, à regulação do próprio mercado. Melhoram minha produtividade e além disso posso manter o foco no meu trabalho e diversão e não no trabalho extra que teria que ter com a manutenção no caso de ferramentas independentes.

Não concordo com a invasão da minha privacidade, mas isso não é novo, só tem se tornado cada vez mais eficiente e evidente. O mundo é assim desde que foram criados os primeiros registros, as primeiras emissões de documentos de identidades controladas pelo Estado. Os judeus foram perseguidos por Hitler com a ajuda de sistemas de identificação pessoal. Por outro lado, Snowdens sempre existiram e existirão, mas não são suficientes para mudar as coisas. Cabe a cada um de nós um envolvimento político maior para gerar um debate produtivo que traga alternativas efetivas.

Para concluir, sugiro o excelente TED Talk abaixo (em inglês) sobre a utilização de computação em nuvem para salvar inúmeras vidas. Lembre-se, a tecnologia não é boa nem má!

[Webinsider]

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Vladimir Campos é escritor. Veja mais sobre ele.

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Uma resposta

  1. É um livro genial, que contém ideia e visão para aqueles que estão no ramo da tecnologia de informação ! Mas cuidado com as tuas ideias !… faça bóm uso .

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