Uso de mais de um adaptador de rede no mesmo computador

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É possível colocar dois ou mais adaptadores de rede rodando no Windows simultaneamente, com vantagens operacionais conseguidas na rede local.

 

Em um projeto anterior, sobre a expansão de rede com adaptadores de maior velocidade, o leitor que teve a paciência de ler o manuscrito deve se lembrar que o objetivo daquele trabalho era o de aumentar a capacidade de recebimento de sinal de Internet, dada pelo ISP (provedor de serviço), no caso, TIM Fibra de 1 Gbps, sem qualquer obstáculo no tráfego de dados.

O resultado, mostrado anteriormente, mostra que a velocidade de 1 Gbps contratada, medida pelo Speedtest, sobe de cerca de 940 Mbps para 1060 Mbps, um acréscimo em torno de 10% geralmente, dependendo do momento da medida. O resultado em si evidencia que a troca de adaptadores aumenta o throughput (quantidade de dados por unidade de tempo) na conexão estabelecida.

A arquitetura de rede, para tal resultado, teve que ser mudada, com o sinal saindo direto do modem/roteador do provedor, o Sagemcom F@ST 5670, para o adaptador TP-Link TX201. Este tipo de arquitetura teve, como consequência imediata, a impossibilidade de acessar o roteador externo (TP-Link AX50) pelo computador, necessário à sua manutenção. E o motivo é simples: o AX50 está em uma rede local separada.

Isso me acarretou dois problemas: o primeiro, que o acesso de todos os dispositivos externos (IOT) podem carecer de alguma modificação extemporânea no AX50. Se ele parar de funcionar, e eu precisasse ver se houve algum erro no aparelho, eu teria que mudar todo o cabeamento de novo. O segundo problema é o do acesso à impressora/scanner L8180: na nova arquitetura de rede ele está restrito ao computador e não à IOT, que consta de dispositivos móveis. Na mudança atual, o cabeamento da L8180 volta para o AX50, e isso resolve tudo, computador e IOT.

A solução para tudo isso seria relativamente simples: juntar os sinais das duas redes no mesmo computador. Para isso, seria obrigatório restabelecer a conexão de rede anterior (AX50 para o adaptador Intel I211), ou então introduzir um outro adaptador, tipo Wi-Fi. A solução óbvia é aproveitar o já existente. A partir daí a arquitetura de rede mudou para a seguinte estrutura:

As mudanças de links estão marcadas em vermelho. Para fazer isso eu montei um cabo de rede Cat-6 entre o AX50 e o conector Intel I211 da placa-mãe, conexão esta que existia antes. Porque Cat-6 e não Cat-7? Porque o meu cabo Cat-7, comprado anos atrás, quando ainda nem era vendido por aqui, foi difícil de encontrar, ao passo que eu pude comprar um bom Cat-6 na metragem necessária. A diferença entre os dois cabos é mínima e irrelevante. A extensão entre eles é de 5 metros. Nesta distância a perda de sinal é inexistente, até um cabo Cat-5e funcionaria sem problema. Então, porque insistir no aumento da categoria? Para se obter um isolamento (“shielding”) que torne todo o trajeto do cabo imune à qualquer tipo de interferência!

Conexão de dois adaptadores de rede funcionando no mesmo computador

Vejam que não basta somente fazer a conexão desejada, é preciso saber se o sistema operacional é capaz de lidar com a entrada de mais uma conexão de rede. E a resposta é sim, ele pode e o faz muito bem!

A receita de bolo tradicional neste tipo de estratégia é criar uma ponte (“bridge”) entre os conectores. Isto é feito rodando o painel de controle, selecionando os conectores e clicando com o botão da direita do mouse, para entrar no menu de configuração da ponte. O processo cria um conector virtual, que pode também ser configurado, ou até removido, se ficar insatisfatório. Nada disso, entretanto, é necessário, e eu explico por que:

Eu rodo o Windows 11 Pro no meu computador pessoal. Nesta versão (devidamente atualizada para o último release), o sistema identifica automaticamente a segunda conexão de rede, e isto pode ser visto no applet de configurações:

Reparem que o sistema mostra que os dois conectores estão funcionando normalmente. O usuário pode inclusive visualizar o tráfego de dados (“Data usage”) por conector.

O Windows determina a capacidade de cada um dos adaptadores e calcula automaticamente a métrica de cada um deles, como mostra a ilustração abaixo:

Se a medição automática da métrica for desmarcada, o usuário final pode estabelecer o valor que ele considera ideal. Na prática, isto não faz muito sentido, porque o sistema faz este cálculo “on the fly” (em tempo real), e em função de uma série de variáveis de toda a rota do sinal que trafega nos adaptadores, como velocidade, passagem por nós da rede, etc.

Além disso, com mais de um conector entregando sinal de rede, o Windows irá estabelecer a prioridade de recebimento, neste caso, a do adaptador TX201, de 2.5 Gbps, já que este é o de maior capacidade de banda passante. Na figura acima, há uma ilustração gráfica dessa prioridade, mostrando o ícone do TX201 em um tamanho maior.

Rodando-se o Gerenciador de Tarefas (“Task Manager”) do Windows pode-se avaliar o desempenho de cada adaptador de rede a qualquer momento, e ali novamente se nota a prioridade dada ao adaptador de maior velocidade (TX201):

Também não há necessidade de se escolher as características do tipo de rede pretendida, se pública ou privada. Neste caso, somente a conexão com o adaptador Intel I211 foi configurada como privada.

Consequências positivas da mudança

Deve-se ter em mente que a velocidade do sinal de Internet que o usuário final recebe é aquela fornecida pelo provedor, de acordo com a assinatura contratada. Esta velocidade não muda, mesmo que mais de um adaptador de rede deste tipo seja acrescentado. O que muda é a distribuição mais eficiente dos dados que o computador recebe. Se um dos links ficar momentaneamente saturado, o outro link é usado. Isto é estabelecido pela métrica automática de cada conector, acima descrita.

É possível visualizar a mudança obtida até mesmo quando se roda o navegador. Eu, por exemplo, uso o Firefox versão 115, de 64 bits, mais seguro e mais customizável. Depois da entrada do segundo conector em operação, as páginas dos sites descem a uma velocidade nunca antes vista. O mesmo acontece com o Edge.

A Internet e as suas páginas estão repletas de obstáculos de tráfego. Portas de servidores muitas vezes detectam o aumento de download e automaticamente reduzem a velocidade de saída de dados, muitas vezes uma estratégia usada para forçar uma assinatura de algum tipo.

Seria normal uma página de um site estrangeiro demorar um pouco mais a descer, mas não é isso o que eu estou vendo. Não há, que eu possa perceber, diferença perceptível de velocidade entre a página de um site e outro. Se houver, não vai ser por falta de largura de banda ou de throughput.

Antes de terminar, um detalhe dos mais irônicos: foi possível conseguir o resultado obtido com um mínimo de modificações na rede local anterior, e a um baixíssimo custo. Só o cabo Cat-6 de alta qualidade, com 5 metros, me custou próximo de 20 pratas. Não houve, em nenhum momento, necessidade de mudar placa-mãe ou componentes mais caros. Os resultados compensaram muito o esforço, melhor do que isso, como diz o ditado popular, só dois disso!  [Webinsider]

 

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Expansão de rede com adaptadores atualizados para o que ainda vem por aí

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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