Spartacus 4K, Dolby Vision e DTS:X, sem cortes

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Spartacus em 4K foi lançado em Blu-Ray 4K, com imagem em Dolby Vision e trilha DTS:X, imperdível para colecionadores e fãs do filme.

Spartacus, de Stanley Kubrick, filme icônico de 1960, foi restaurado por processo foto químico e anos depois escaneado em 6K, com correção de imagem com programas avançados. O original final, em 4K foi lançado em Blu-Ray 4K, com tratamento de imagem em Dolby Vision e trilha DTS:X, imperdível para colecionadores e fãs do filme.

 

O filme Spartacus, lançado originalmente em 1960 pela Universal Pictures, já foi tema dessa coluna várias vezes, incluindo os problemas associados ao seu roteirista Dalton Trumbo, que fazia parte da lista negra anticomunista do HUAC, naquela época.

A partir do seu formato original (Super Technirama 70), os negativos foram cortados sucessivamente, e o filme acabou sendo lançado com cortes ora oriundos de receios de chocar a plateia, nas cenas de violência nas batalhas, ora por imposição de um grupo novaiorquino ligado à Igreja Católica, chamado de New York Legion of Decency, que exigiu o corte da cena onde Crassus (Lawrence Olivier) é banhado por Antoninus (Tony Curtis) e tenta seduzi-lo.

Para restaurar à sua versão original e sem cortes, Robert A. Harris e James C. Katz foram aos arquivos da Universal e resgataram as latas que haviam sido usadas na sala de cortes (montagem), e através delas recuperaram todas as cenas cortadas. A cena censurada do banho foi achada sem som, obrigando os restauradores a chamar de volta Tony Curtis e convocar Anthony Hopkins, para dublar Olivier, já falecido.

O resgate e a restauração de Harris e Katz foi feita no laboratório, processo foto químico, e o filme final resgatado em 1991.

Esta restauração foi reaproveitada em 2015, mas já com scanning dos fotogramas e correção por software muito mais avançada. Foi usado o scanner Northlight, com resolução da imagem a 6K, posteriormente reduzida para 4K.

 

O segundo lançamento em Blu-Ray, lançado já há algum tempo atrás, mostrou um impressionante resultado deste trabalho de restauração, mas na versão de 1080p (2K), com trilha 5.1 DTS HD MA.

Na nova edição em UHD 4K a restauração foi aprimorada com o tratamento por HDR Dolby Vision, e com som em trilha DTS:X, ou 7.1 DTS HD MA.

Esta edição em 4K só supera a anterior por causa do HDR. Ambas com excelente imagem. E o som DTS:X acrescenta mais ambiência, apesar da limitação da mixagem original ter sido feita para o formato 70 mm Todd-AO, com cinco canais na tela e um surround mono.

Custou mais chegou

Pela qualidade da segunda edição em Blu-Ray eu fiquei na dúvida, no ano passado, se devia trazer esta nova. Até porque o disco disponível para compra aqui atingia a faixa dos trezentos reais.

Eu acabei me convencendo que valia a pena o esforço, em novembro do ano passado, quando começou a chamada “Black Friday” norte-americana, e o preço lá despencou. Infelizmente, eu não contava com as mudanças de regras de importação, agora impostas pelo governo, que destruiu o limite de isenção para compras abaixo de 50 dólares e saiu taxando todo mundo, um vexame.

Pior ainda, foi ver que o disco ficou retido em Curitiba, apesar dos tributos pagos, e só foi entregue dias atrás, quando a minha esperança de recebe-lo já estava à mingua.

O leitor não sabe, mas eu presidi uma pequena comissão, em 1980, a convite da Receita Federal, para liberar o imposto de produtos de natureza cultural, que incluía, a pedido deles, muita coisa além de CDs ou Laserdiscs. Na época, o meu grupo calculou o limite de isenção em 50 dólares, na redação final da minuta solicitada pelo pessoal da Receita.

A minuta enfrentou todo o tipo de dificuldade em Brasília, e eu cheguei a achar que ela não seria aprovada. Mas, um belo dia, esse limite foi estabelecido, não sei como!

Hoje, a política discriminatória contra não só bens culturais como produtos em geral de pouco valor, voltou a punir o consumidor, para supostamente “proteger” fabricantes e varejistas ou, no mínimo, arrecadar mais dinheiro para os cofres públicos.

A educação formal exige a apreciação da arte, seja lá em que formato ela estiver, portanto dificultar o acesso a este tipo de bem é, na prática, um desserviço educacional.

O valor de 50 dólares ficou defasado, pelo tempo agora decorrido, e pela variação cambial. Deveria, portanto, aumentar para muito mais. Ao invés de ser cortado. Cortar a isenção, como agora o fizeram, não deixa de ser um atentado contra a cultura, e só pode ser condenado por qualquer um que ainda a preze! [Webinsider]

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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