Recentemente escrevi um artigo para uma revista online e o editor, ao publicá-lo, colocou uma imagem com a legenda “nenhuma tecnologia jamais vai substituir o bom e velho papel”. Epa! Eu enviei por e-mail “eu jamais diria isso”.
Não é que eu ache que em 2012 só usaremos tablets para nossas anotações, ou que chamadas de vídeo via FaceTime vão substituir o contato humano na Copa de 2014. Não é isso, mas veja bem…
Nós já geramos “ilusões” muito boas para audição e visão com nossos monitores LED, cinemas 3D, caixas de som e fones de ouvido; tato, olfato e paladar são só outros sentidos. Além disso, para o cérebro humano, a “realidade” é a interpretação dos sinais recebidos por nossos sentidos de visão, audição, tato, olfato, etc. Quando conseguirmos controlar o funcionamento do cérebro, teoricamente poderemos criar sinais sensoriais para gerar interpretações cerebrais idênticas às “reais”.
Alguns impulsos elétricos no lugar certo e poderemos gerar a sensação exata de pegar um livro de papel (e sentir seu cheiro de poeira), ou de comer uma colherada do melhor sorvete do mundo (pistache da Saborella, no DF). Mais ou menos como fazemos hoje com imagens no cinemas 3D e músicas em nossas caixas de som, mas muito mais reais, pois estaríamos agindo diretamente no cérebro.
Para o bem, esse tipo de tecnologia poderá corrigir falhas sensoriais, ajudando quem tem o olfato fraco (como eu), daltônicos (o @interney) ou cegos (@lucasradaelli). Pro mal, o acesso à tecnologia poderá ser restrito a alguns grupos (economicamente mais abastados, por exemplo), criando humanos mais capazes que outros e aumentando a segregação dentro de nossa espécie.
Pode parecer ficção-científica (ou viagem de ácido), mas, vem comigo, um smartphone com internet não seria ficção se descrito 40 anos atrás?
Posteriormente virá a Singularidade Tecnológica – termo de Ray Kurzweil, que posteriormente criou a Singularity University, uma organização educacional focada em fazer a singularidade acontecer – é como um “upload de consciência”, focado em subir sua “mente” para um computador e livrar sua existência do corpo humano mortal e frágil, te permitindo viver pra sempre (com direito a upgrade de CPU!).
- Como a tecnologia nos transformará, Ray Kurzweil no TED
- Uma universidade para a singularidade iminente, Ray Kurzweil no TED
Alguns dizem inclusive que é impossível para a Terra resistir à nossa sociedade e que o corpo humano jamais suportaria viagens espaciais longas, sendo o upload de consciência a única esperança humana no longo prazo: subimos nossa mente para uma nave-computador e viajamos nela pelo espaço, procurando outro planeta pra destruir. [Webinsider]
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Marco Gomes
Marco Gomes é fundador da boo-box; co-fundador do Mova Mais e Consigliere do Jovem Nerd. Empreendedor, cristão, viajante, marido, ciclista e nerd. Mantém um blog.