A redenção proporcionada pela liberdade de escolha na internet é uma mascarada. A cavalar maioria das pessoas recorre a uma ferramenta de busca para iniciar qualquer navegação. E outra estúpida maioria passa mais tempo em alguma rede social de sua escolha, do que nossas avós na televisão. A promessa de universalidade permanece potencial, mas se dissipa na prática.
Todas as grandes iniciativas na internet têm por objetivo a concentração. Afunilando todas as portas de entrada – buscas, vídeos, mapas, tradutores, redes sociais, canais de compra, etc – se a internet é anárquica na sua estrutura, é um ambiente fértil para ambições monopolistas.
A livre competição é presunção e a sonhada segmentação das audiências, uma quimera. Qualquer portal minimamente agressivo, se é vertical no discurso, acalenta secreto desejo de abraçar novos e diversificados focos de interesse.
A internet comercial é movida em primeira instância pela audiência e a lógica não é muito diferente da velha mídia. Claro que o discurso é outro, que vendem-se outros modernos argumentos, mais pertinentes, mais modernos, mais precisos. Mas nas entranhas inconfessáveis dos grandes atores da Internet, o dogma do “mais” em detrimento do “melhor” permanece inalterado.
Se o ovo ou a galinha, se porque as pessoas não gostam de escolha ou se porque não lhes é dada escolha, não há, nem houve revolução alguma. A internet mudou hábitos, não mentalidades. Ainda. [Webinsider]
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