Em um longo artigo na Adweek, Lucia Moses diz que a Bloomberg e a Thomson Reuters são as empresas mais bem posicionadas para conquistar a supremacia no cenário atual do jornalismo (Bloomberg and Reuters: The Future of News).
As duas organizações são hoje “aves raras” no setor: empresas jornalísticas que exibem ótima saúde financeira e que estão em plena expansão de seus quadros profissionais. A Bloomberg informa que tem hoje 2.400 funcionários em posições editoriais, comparado com 2.100 há três anos.
A Reuters contratou 600 jornalistas em regime integral nos últimos quatro anos, elevando sua equipe para 3.000 pessoas. Cada uma delas emprega mais jornalistas que a soma das redações do New York Times e do Washington Post.
A Bloomberg ficou famosa no mercado americano por pagar muito bem seus jornalistas, conquistando profissionais de empresas concorrentes. O mesmo ocorre na Reuters, que tem sucursais em várias capitais estratégicas.
A explicação para o sucesso é simples: tanto a Bloomberg como a Reuters oferecem apenas serviços por assinatura (com preços elevados), com destaque para o noticiário financeiro e análises de mercado. Esses produtos geram bilhões de dólares anuais no mundo todo.
Em comparação, os jornais dos EUA demitiram 13.400 funcionários das redações entre 2006 e 2010. Apesar desse quadro preocupante, os leitores continuam resistentes a pagar por notícias online, forçando as empresas a buscar desperadamente por soluções que mantenham sua lucratividade.
Bloomberg e Reuters não dependem de publicidade em seu modelo de assinatura, e possuem uma ampla rede global de distribuição. As “hard news” representam um componente relativamente pequeno no faturamento das duas empresas. Ambas são focalizadas em serviços financeiros. Análises e inteligência financeira representam o grosso da renda: 82% na Bloomberg e 90% na Reuters. Setores como legislação e governo também geram grande interesse.
Bloomberg e Reuters querem reduzir sua dependência dos serviços financeiros, por mais lucrativos que sejam. As empresas investem em uma cobertura mais diversificada, que atinja mais leitores — tudo dentro de seus modelos de assinaturas.
Dentro dessa visão, a Bloomberg comprou a BusinessWeek da McGraw-Hill em 2009. A Reuters está investindo estrategicamente nas mídias sociais, e recentemente contratou o renomado blogueiro Anthony de Rosa para o cargo de editor de social media.
A Reuters ainda não possui uma revista ou jornal próprio. Mas tanto a Reuters como a Bloomberg cobiçam publicações importantes, como o New York Times e o Financial Times. [Webinsider]
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