O mau uso da mídia social condenou Jesus

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Uma das religiões com mais adeptos do mundo, o cristianismo, tem como ponto central a crença em Jesus Cristo, tido como o messias profetizado na Bíblia Hebraica, que é uma parte comum com outra religião abraâmica monoteísta, o judaísmo.

O fato é que, mesmo com bom discurso e tendo sua mensagem espalhada pelo mundo após sua morte, chegando até a mudar a contagem dos anos, Jesus foi crucificado. Onde ele errou? Poderia ter usado a mídia social a seu favor?

Alguém pode estar se perguntando que raio de mídia social o messias poderia ter usado se não existia Facebook, Twitter, blogs e afins, então acho melhor explicar, o que temos hoje, de forma muito conhecida, é a mídia social digital. A tradicional, aquela do mundo físico, onde as pessoas se encontravam e conversavam, existe desde que o homem se agrupou em tribos.

Caso você conheça a história toda pode pular o próximo trecho, indo direto para a parte “Onde Jesus errou?”.

A história de Jesus e a crucificação segundo a teologia

Recordemos os “fatos” bíblicos: Jesus, judeu, filho de Maria em uma união com o “Espírito Santo”, pregava a palavra de Deus para os mais pobres, na região romana da Judeia, visto que os templos lhes negavam a entrada.

Dizia-se ser o messias, tinha apenas 12 seguidores, falava por parábolas e determinava que a adoração a Deus e seus princípios não deveria ser feita em templos, mas dentro de cada um, como uma espécie de educação interna.

Segundo consta, operou alguns milagres, nenhum de grande proporção, mas com impacto profundo em algumas pessoas.

Não podemos esquecer que sua morte deu-se por volta do ano 33, que naquela época estava em outra contagem, visto que o cristianismo só surgiu após a morte de Jesus e os romanos, até o terceiro século, tinham os seguidores de Cristo como um grupo de pouca expressão.

Em dado momento, Jesus incomoda os sacerdotes locais que lhe entregam, em conluio com Judas, um de seus seguidores, para as autoridades romanas. Obviamente que elas zombam do messias. Romanos eram politeístas, não fazia o menor sentido levar a sério alguém que não era levado em consideração pelos próprios judeus, que se dizia filho de um único Deus e que, apesar de provocar comoção em grupos, só tinha 12 discípulos.

Ao ser preso, teve duas chances de ser libertado, bastava negar que era o messias ou ser absolvido em um julgamento popular, promovido por Poncio Pillatos para tentar libertá-lo. Pillatos fez uso de uma suposta tradição, que nunca teve qualquer outra ocorrência na história, de libertar um prisioneiro na páscoa judaica.

Para estimular as pessoas a optarem pela libertação de Jesus, mandou açoitá-lo e exibiu-o machucado juntamente com Barrabás, um assassino e bandido conhecido. Caberia a população escolher entre os dois. Escolheu libertar Barrabas e Jesus foi crucificado.

Onde Jesus errou?

A mídia social tem como seu principal produto o engajamento. Através da sensibilização, motivação e mobilização consegue-se chegar a resultados consideráveis.

Para qualquer ação ter sucesso é necessário ter:

  • Relevância
  • Abrangência
  • Conteúdo de valor
  • Comunicação segmentada
  • Propósitos claros
  • Meios de comunicação adequados

Popularidade é bom, mas construir relevância é fundamental

Começamos pela relevância, como Jesus não era considerado como o messias pelo seu próprio povo, os judeus, não gozava de prestígio para poder aumentar o impacto da mensagem que levava. Devido aos milagres que “promoveu”, tornou-se popular, o que é muito diferente de relevante.

A mensagem precisa abranger diferentes públicos e regiões

O discurso adotado também não facilitou a abrangência da mensagem, pois como foi baseado em uma questão de fé, portanto, de caráter subjetivo e intangível, não impactava um número muito expressivo de pessoas de forma a transformá-las em embaixadoras de seu discurso.

O valor do conteúdo deve estar claro

Em uma época de império romano também não poderíamos esperar que a população local estivesse com foco em sua evolução espiritual, então por melhor que fosse a conteúdo da mensagem do messias, qual o valor para o espectador?

Públicos diferentes carecem de abordagem segmentada

Isso poderia ser resolvido se a comunicação fosse segmentada para cada grupo, onde primeiro haveria de ter uma extensa pesquisa que identificasse qual abordagem obteria melhores resultados. Diante dos romanos, judeus e sacerdotes locais, o discurso poderia ser mais brando e ainda assim levar a essência da mensagem.

Motivações e propósitos definidos, com clareza, constroem credibilidade

Outro ponto é falta de entendimento do propósito de Jesus pela população. O que queria aquele homem? Por que ele estaria disposto a arriscar sua vida? Por que exatamente ele seria o enviado de Deus? Quando o propósito é claro e tangível, passível de ser visto e exemplificado no cotidiano das pessoas, cria-se uma relação de credibilidade entre emissor e receptor da comunicação.

Os meios de comunicação utilizados influenciam o resultado

Por fim, a época não permitia uma comunicação ágil, sem a adulteração do conteúdo, disseminada em escala e abrangente.

Conclusão: sem planejamento mínimo não tem como dar certo

Jesus não tinha relevância entre os seus (judeus), tinha poucos seguidores fiéis, sendo que um “fake” acabou por lhe trair quando teve oportunidade, não conseguiu formar grandes grupos por não ser relevante, teve dificuldade em dar abrangência ao seu conteúdo ao não expressar valor por falta da comunicação segmentada e também por não possuir bons canais de comunicação.

O mau uso da mídia social resultou na crucificação decidida por voto popular e sem manifestação contrária expressiva por parte de seus defensores.

Antes que críticas venham, cabe lembrar que o cristianismo e sua grandiosidade só foram construídos muito tempo após a sua morte e sem diretrizes pré-definidas por ele. Até mais! [Webinsider]

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Leia também:
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Avatar de Marcelo Vitorino

Marcelo Vitorino (@mvitorino_) é palestrante e consultor de comunicação, marketing digital e gestão de crise. Mais informações em seu site pessoal.

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21 respostas

  1. Respondendo de forma geral, eu já previa que cristãos ficariam chateados, pois a igreja católica apostólica romana, na qual a maioria é fiel, só revela trechos mais complicados nos ensinamentos para padres.

    Não discutirei a religião, coisa que deixei claro que não faria no meu texto.

    Agradeço a todos os comentários, especialmente aqueles que tem total certeza de como os fatos ocorreram.

  2. Seu texto demonstra, de forma prática, como o conhecimento superficial pode ser desastroso quando alguém tem a pretensão de analisar uma questão. Talvez sua visão limitada o impeça de perceber que a morte na cruz, pelo ponto de vista publicitário, foi a mais forte campanha em favor de Jesus. Até os fariseus perceberam isso! Sem discutir fé, seu texto foi um disparate. Ficaria melhor se você optasse por escrever: “Como Jesus usou as mídias do seu tempo para dividir a história em A.C e D.C.”

  3. Caro Marcelo, uso agora as palavras de Jesus – Pai perdoa-o, ele não sabe o que fala!.
    Jesus não errou em nada (já você ERROU em tudo), o propósito de Jesus foi morrer por mim e por você pois: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5). Você deve ter estudado muito na sua vida, mas estudou errado!
    Jesus tinha mais de 5.000 seguidores, apenas 12 eram apóstolos,você sabe o que é isso? É administração, é o que tem nas empresas onde vc trabalha, ou são todos gerentes?
    Que Deus abra sua mente!

  4. Se me permite discordar de parte do seu artigo, quando Jesus usa de parábolas para se comunicar ele faz essa opção intencionalmente. O objetivo inicial era restringir o seu discurso para apenas aqueles que andavam com ele. Ao confrontar o seu artigo fazendo uma releitura da obra de Jesus nos tempos atuais, tendo a pensar que o chamado Messias não queria que a sua obra fosse totalmente entendida de uma só vez, como ocorre nos spots publicitários. Se me permite, ouso dizer que a ideia de Jesus era que o seu discurso fosse repetido ao longo de um determinado tempo, para que não ficasse circusncrito ao tempo que esteve aqui… Sob esse aspecto, a sua estratégia de mídia social foi genial!

  5. Boa abordagem para ilustrar seu ponto de vista. Lembrei do filme “Chicago” em que o advogado disse ao seu cliente que reclamou do valor dos seus serviços: “Se Jesus tivesse nascido em Chicago e tivesse 5 mil dólares as coisas teriam sido diferentes”.
    Sem querer fazer piada com a religião de ninguém, mas quando o assunto envolve seres humanos (pessoas) as coisas (soluções) quase nunca são simples…

  6. Fiquei estarrecido com o artigo ‘O mau uso da mídia social condenou Jesus’ de Marcelo Vitorino.

    É evidente que o autor, em nenhum momento, se coloca no lugar de um cristão para ver sua história, sua origem e suas crenças serem apedrejadas em uma suposta metáfora de comunicação social moderna.
    Com que finalidade alguém emprega seu tempo e conhecimento para escrever esta crítica sem sentido? O que realmente quer dizer isto? As palavras não são inocentes, têm força e sentido, há, antes portanto, de se medir as consequências desta irresponsabilidade.
    Por acaso julga que vão pensar que é uma atitude inteligente? O que faz pensar que diminuindo outros engrandece a si mesmo?
    Como judeu não posso ver alguém ser difamado, diminuído e chamado de incompetente – como quis mostrar o artigo, e achar que tudo está bem.
    Depois nos perguntamos de onde vem o anti-semitismo? Lamentável.

  7. Marcelo, faltou-lhe uma visão histórica dos costumes da época. A relevância era nítida, pois a religiosidade era um aspecto muito importante no cotidiano do povo hebreu – ainda é em boa parte. E porque viam em inúmeros acontecimentos a vontade e/ou a presença de Deus, tornam a mensagem mais crível e menos subjetiva. A subjetividade é muito maior para nós do que era para eles.
    Outro ponto: Jesus era judeu, filho de judeus, e seus seguidores eram bem mais do que os 12 apóstolos. O fato de não ser seguido por todos se devia muito mais ao fato de que vários deles esperavam que não fossem mais subjugados pelo Império Romano.
    Enfim, o único ponto em que concordo é sobre os meios de comunicação. Ainda assim, mesmo com os meios que temos hoje, não se garante a veracidade das informações (nem a idoneidade das mesmas).

  8. É claro que a religião tem várias contradições e muita podridão, mas o Marcelo não foi por esse viés. Como num dos comentários que dizem que o Cristianismo não é Judaísmo. Claro que não é mesmo. Mas Jesus era um judeu fervoroso. E como os cristãos trataram os judeus, hein?

    No mais, excelente artigo: corajoso, inusitado e isento. Muito legal ver através do comportamento social o uso da mídia social. Isso serve para todos nós.

    Relevância, abrangência, conteúdo de valor, comunicação segmentada, propósitos claros e meios de comunicação adequados.

  9. Muito infeliz esse seu artigo. Análise superficial. Você foi pegar justamente o exemplo mais complexo, que até Doutores(de verdade), tem cuidado ao falar.
    Abraço

  10. “… cabe lembrar que o cristianismo e sua grandiosidade só foram construídos muito tempo após a sua morte e sem diretrizes pré-definidas por ele…”

    esta claro o seu desconhecimento.

  11. Alguém me consegue explicar isto?
    Onde o Marcelo Vitorino ERROU?
    Noção, produto sem mercado, quiz ser #ôtôridade no mau uso da mídia social, e demonstrou desconhecimento no básico do básico.

  12. Esse foi o artigo mais infeliz que li na história da Webinsider… Sua visão sobre a vida e o ministério de Jesus revelam um profundo desconhecimento da história bíblica. Procure se inteirar melhor dos fatos… E antes que eu me esqueça, A mensagem de Jesus ecoa há mais de 2000 anos. No desejo de querer polemizar e escrever um artigo que cause um certo burburinho, procure um tema que você domine e fale com mais propriedade. Acho que pegará melhor para você.

  13. Caro Marcelo, boa noite sugiro que você leia João cap.3 vers.1-21 Jesus instrui Nicodemos acerca do novo nascimento.
    Nicodemos Príncipe dos Judeus era um homem culto mas não compreendia as palavras do Senhor pois queria entender com o intelecto e não com o coração.Medite sobre as palavras da parabola e deixe Deus falar com você,pois não houve e não haverá maior comunicador que Jesus, pois suas palavras são vivas e permanecem para sempre.Que Deus te abençõe.

  14. Ótimo e inusitado exemplo da importância em se pensar mídia social como comportamento e não como tecnologia/ferramenta. Show de bola!

  15. Concordo com a Carla.

    Seu conhecimento é muito superficial sobre a história do cristianismo.

    E concordo que poderia ter usado uma figura politica, que seria bem menos polemico.

    Abs.

  16. Gostei muito da analogia, acho que os tópicos ficaram bem fundamentados deram bons exemplos, era previsível essa “Rage” de fanáticos religiosos te mandando ler a bíblia, geralmente esse tipo de pessoa só sabe repetir o que lhe é mostrado e não a pensar sobre o assunto, mas enfim, pode não estar 100% compatível com os o textos religiosos, mas os exemplos ficaram bem claros, assim como a mensagem principal e o fundamento da análise, meus parabéns! Continue com bons artigos. E obrigado por compartilhar esses pensamentos conosco.

  17. Entendi seu objetivo ao usar Jesus para falar de mídia social, mas devido ao seu conhecimento superficial sobre a história do cristianismo ficou bem fraco. Acho que teria sido melhor usar, talvez, uma figura política, como por exemplo “Onde Collor errou?”

  18. Aff.. quanta baboseira… para começar o Judaísmo não é Cristão, pois não acreditam em Jesus Cristo como Messias… e Jesus tinha acesso sim aos Templos… leia a bíblia…
    Nem me dei o trabalho de continuar lendo…

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