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A primeira ferramenta de busca foi criada na era pré-web, em 1990. Não era muito favorável ao usuário: a consulta era feita através de uma conexão direta a um servidor Archie através de uma interface de linha de comando. O Archie buscava arquivos baseados na internet e criava um índice de cada informação encontrada, baseado apenas nos seus títulos. As pessoas escolhiam palavras-chave e recebiam uma lista de lugares onde um determinado arquivo poderia ser encontrado.

Quando a internet era domínio de poucos, encontrar coisas não era um grande problema. No entanto, de 1993 a 1996, a web cresceu de 130 sites para mais de 600 mil.

Antevendo a importância das conexões e a conseqüente ascensão do algoritmo PageRank do Google, que seria tão importante depois, em março de 1994 foi criado o Webcrawler. Ele foi importante para a evolução da busca porque foi o primeiro a indexar todo o texto dos documentos da web que encontrava.

Nesta época, em 1994-95, não havia uma idéia precisa sobre o tamanho da web e a rapidez com que crescia. Só os especialistas da indústria sabiam que ela era enorme e crescia numa escala de fazer engenheiros e matemáticos perderem o fôlego.

A evolução da busca foi um passo importante para tornar a web adequada para consumo generalizado, muito além dos acadêmicos e fanáticos por tecnologia.

Nessa época, um único crawler jamais acharia toda a web, porque já existiam conexões demais e seria preciso muito tempo para descobrir todas. Para ajudar a resolver o problema e demonstrar o poder do hardware da DEC, foi criado o Altavista, que utilizava o poder do processador Alpha. Graças à memória de 64 bit do Alpha, ele foi capaz de lançar mil crawlers ao mesmo tempo. Em menos de um ano, o site havia atendido mais de 4 bilhões de consultas (quase igual ao número de habitantes da Terra).

Em um irônico prenúncio do papel que o Google desempenharia poucos anos depois, o AltaVista apresentou resultados orgânicos nas buscas do Yahoo (que na ocasião ainda acreditava que seus serviços de diretório e portal constituíam a parte mais importante do seu negócio).

Como é comum na indústria de tecnologia, quase todas as empresas de buscas tiveram origem em universidades, ambiente que permite o nascimento de grandes idéias sem as exigências comerciais de curtíssimo prazo. Google, Excite e Yahoo vieram de Stanford e a Lycos da Carnegie Mellon.

Daqueles tempos remotos (apenas 11 anos atrás) até hoje, a busca ajudou a popularizar a web. A força dos buscadores é muito grande, capaz de ajudar a enriquecer ou derrubar negócios baseados em audiência.

A interação está revolucionando a publicidade da forma que conhecemos e abre espaço para que pequenos e grandes estejam lado a lado. Os buscadores conseguiram traçar uma teia de referência e colocaram uma certa ordem nessa bagunça que é a internet.

Para quem gosta do assunto, segue a dica de livro muito interessante: ?A Busca?, de John Battelle, pela Editora Campus, que serviu de referência para este texto. [Webinsider]

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Daniella Morier(daniella@avantare.com.br) é sócia-diretora da Avantare Inteligência Interativa.

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