Como criar um site para instituições de ensino

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Sempre tive grande dificuldade de gostar de um site de uma instituição de ensino, pois todos eles me pareciam muito confusos. Cansei de dar cliques para achar as informações que eu queria na época que escolhi meu curso de graduação e precisava saber mais a respeito das faculdades. Até que um dia resolvi fazer sites para eles e entendi a confusão.

Todo site é um desafio singular, não importa se o segmento é o mesmo que tem costume de fazer, se o template já foi usado em algum outro trabalho. É sempre uma experiência diferente e as instituições de ensino não fogem a essa regra. O texto que vocês conferem a seguir traz informações empíricas com construções de site nesse segmento. Um deles e o mais recente é o site da FACHA – Faculdades Integradas Hélio Alonso, o qual estamos aprimorando sempre. Os pontos importantes que diferenciam esse trabalho estão descritos passo a passo e demonstram partes do desenvolvimento da arquitetura da informação:

1. Coleta de informações

Raramente encontramos todos os assuntos prontos e fresquinhos para serem colocados no ar. Quando temos a missão de criar um site de uma empresa, uma das coisas que mais ajudam são materiais como: Plano de negócios, planejamento estratégico e coletas que os próprios departamentos de comunicação costumam fazer. Com esses documentos é possível entender o que é mais importante para a empresa, definir as camadas, qual público, qual linguagem tratar, retirar o briefing para design de interface e layout.

No caso de instituições de ensino privadas, o nível de complexidade exige um pouco mais. Isso acontece, pois alguns documentos não necessariamente conversam entre si, eles são:

  • Projeto pedagógico;
  • PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional);
  • Planejamento estratégico;
  • As informações acadêmicas e de secretaria.

Então, é primordial um trabalho de apuração. Isso mesmo, jornalismo. A necessidade que se tem de imergir para conhecer a estrutura é extrema e necessária, pois é a forma mais rápida de achar as palavras-chaves e alinhar com as expectativas de alunos, professores e gestores. Além disso, a máxima também se aplica aqui: o dia a dia e a organização da empresa se refletem no site.

Outros cuidados que todo arquiteto da informação deve ter em projetos como este são com os documentos que fazem parte da regulamentação do MEC. Por mais que pareça esquisito em termos de hierarquia de informação, não podem deixar de ir para o site. A exposição também precisa de muita cautela e sempre deve ser debatida com as pessoas responsáveis nessa área.

2. O público

Sabemos que o site de uma instituição de ensino precisar dar informações ao aluno, ao professor, ao funcionário técnico e ao gestor. No entanto, tem outro público mais difícil de entender, a não ser que exista um bom trabalho de inteligência de mercado: as pessoas que gostariam de estudar naquele lugar.

E esse ‘querer estudar ali’ envolve alguns aspectos: qualidade de ensino, valor, descontos, bolsas, empregabilidade, reputação. O problema é que nem todos esses assuntos interessam a todos esses públicos já listados (ao menos não interessa para a instituição que todos saibam de determinados assuntos).

Existem muitos lugares (normalmente com recursos financeiros interessantes) em que fazem o site segmentado, é um investimento com retorno garantido. No entanto, quem não é tão afortunado assim pode implementar uma solução de cadastro para envio de newsletter segmentada, e/ou formulários perguntando a respeito da pessoa, do seu universo, das suas preferências e a partir daí pensar em destaques, categorias, links úteis.

Para os alunos é sempre interessante ter uma área para eles, mesmo que interna. Informações sobre o mundo que ele está inserido nunca é demais. Por causa disso vale planejar um espaço para notícias, para vídeos, imagens, calendários.

Para os professores é bacana dar destaque em seus trabalhos, seja interno ou externo. Funcionários técnicos precisam saber de todas as informações, pois é a melhor forma de conhecer bem sua própria empresa. Então, além da intranet, é interessante fazer com as informações desse público primário cheguem para eles da mesma forma.

3. Os produtos

Em colégios é mais difícil ter esse tipo de problema, mas em universidades e faculdades é quase trivial o fato de trabalhar com mais de um produto. Graduação, pós-graduação, cursos de extensão, escola de negócios, escola de inovação, agências diversas e uma lista quase sem fim de possibilidades. O site da Harvard traz uma solução para isso:

  • O que a Harvard mais vende? A tradição de excelência. Então no menu principal o primeiro item é “About Harvard”;
  • Depois vêm “Admissões”, a lógica venda;
  • O terceiro ponto são as escolas ou produtos da Harvard. Cada um tem o site com uma identidade visual diferenciada, embora não tão “ponto fora da curva” e ainda preservando as cores principais da universidade. Os brasões são diferentes, os formatos de menu mudam e as informações são reveladas de maneiras distintas;
  • O quarto é, numa tradução grosseira, “Recursos e Escritórios”, onde eles falam do administrativo, biblioteca, espaço para os alunos, serviços.

Então, a melhor forma é encontrar palavras-chaves que possam indicar facilmente onde estão todos esses produtos e ver a possibilidade orçamentária de segmentar os produtos em sites específicos ou hotsites.

Existem alguns casos em que a instituição está consolidando o posicionamento de um dos produtos e, por isso, na visão dos gestores, não é interessante colocar numa segunda camada. Eu continuo achando que quando está posicionando um produto, o esforço sempre deve ser focado em investir em marketing na home do site e na mídia, não mudar a arquitetura. No entanto, o cliente é parte decisiva nesse processo.

4. Os projetos / eventos

Toda a instituição de ensino, do infantil ao PhD, tem muitos projetos e faz muitos eventos. Essas informações sempre precisam de um lugar no site, pois demonstram muito do esforço da instituição. Uma dica é usar recursos convergentes (áudio, texto, vídeo), fazer contas no Youtube, procurar recursos de vídeo streaming para que possam acompanhar online. Encontrar essas soluções já ajuda muito, mas é sempre bom entender entre todos esses eventos o que acontece sempre, o que é mais importante, qual o destaque do ano e novamente achamos as palavras-chaves corretas, facilitando a vida do navegante.

Depois de tudo pronto, parece sempre que nasce um filho e com retoques inacabáveis. No mais, é bom sempre lembrar que: Google Analytics é ferramenta indispensável, conhecer o mundo do seu público, aprimorar o trabalho e simplicidade é a alma desse negócio.

Avatar de Eline Cavalcanti

Eline Cavalcanti (@elinecavalcanti) é jornalista pela PUC-Rio, especialista em Marketing de Mídias Digitais com foco em educação e pesquisadora de novos formatos para educação pela UERJ. Mantém o blog Mobility is a way of life.

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3 respostas

  1. PRECISO URGENTE de um site para a minha turma de Contábeis da Faculdade PITÁGORAS – São Luís (MA).

    Queria que tivesse os seguintes recursos:

    Cadastro para usuários
    Chat
    Eventos (com link para Eventos CFC, com galeria de fotos por evento, inclusive controle de FORMATURA, Cotação de preços, etc…);
    Grupo de Estudos (com campo para postarmos arquivos e/ou textos);
    ENQUETES (com temas para serem VOTADOS PELOS ALUNOS CADASTRADOS.. Ou que através de Link (Google Docs) somasse os votos de terceiros…
    AVALIE/SUGESTÕES/CRÍTICAS

    INTERESSADOS, Favor entrar em contato URGENTE.

    (98) 98711-1190

    1. Raimundo também passei por isso quando precisei criar o site da minha escola, tinha muitas dúvidas. Optei por construtor de sites por serem mais fáceis e baratos. Sou novato em assuntos de tecnologia/design e queria uma plataforma que facilitasse o processo, encontrei o SITE123 (pt.site123.com) e obtive um site profissional.

  2. Ótima reflexão, cada tipo de negócio tem suas particularidades e com a educação não é diferente, considerar isso é fundamental para o sucesso de um projeto.

    Recentemente reestruturamos todos os sites da instituição. É um trabalho complexo, mas que não anula o acompanhamento frequente via Google Analytics e os possíveis acertos após a publicação dos sites.

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