Há poucos dias atrás a ADG, Associação dos Designers Gráficos, resolveu que em 2007 seus associados terão uma carteira de identificação. Teremos enfim uma identificação? Qual será o propósito real? E até onde esta identificação poderá defender nossos interesses e os do próprio cliente?
A ADG se esforça, e muito. São 17 anos de existência. Ninguém fez mais que ela: de bienais a representações junto ao nossos políticos. Mas falta muito, inclusive conscientização do próprio designer e do cliente.
A falta de um melhor reconhecimento da profissão de designer se deve à massificação em torno do que é ser um designer, à falta de organização da própria classe e a facilidade oferecida ao usuário pelas ferramentas de “desktop publishing”.
Todo mundo tem cérebro e criatividade e hoje todo mundo é “designer”. Hair design, food designer, sound designer. Pensando bem, eles estão fazendo design, sim. Estão projetando, criando e trasformando algo em alguma coisa. No começo do século o livro Prison Notebooks , do marxista italiano Antonio Gramsci, previu que uma nova sociedade iria emergir. Uma sociedade “organicamente inteligente”. Essa sociedade usaria seus próprios recursos, habilidades e práticas, para produzir tudo de forma independente. E ainda: passar suas experiência para outros grupos. Disseminar.
Pensando dessa forma poderíamos afirmar que qualquer um é designer: eu decido que roupas vou usar, como vou decorar minha casa, eu faço o meu vídeo (youtube), eu faço meu cartão de visita ou meu logo. O design deixa de ser uma profissão ou uma disciplina e vira uma função social?
Design virou moda? Design é uma ciência físico-quântica-mecânica? É preciso transformar o design em um bicho de sete-cabeças e com um diploma da Pratt, do Art Center embaixo do braço, ou do ESDI, ou da PUC para bater no peito e bradar aos céus: “Sou um designer!”?
Sim e não. Imagine centenas de anos atrás com as nossas antigas disciplinas. As universidades começaram a surgir e as profissões já existiam. Sempre irá existir essas divergências em relação a formados, não-formados, e os “organicamente inteligentes”. A nossa profissão é recente. Não tem nem um século. Será que uma regulamentação me torna melhor? E o cliente quem ele vai escolher? E o empregador?
Mas essa história é velha. Todo mundo já conhece. Caso um dia a nossa profissão seja regulamentada, como serão os critérios de quem não possui formação? E de quem já possui, mas não tem experiência? Uma prova? Ou simplesmente daremos entrada a um CRD (Conselho Regional de Designers) de nosso estado, com o diploma? E quem não tiver? Dá pra entender a questão? É bem maior que se imagina. Envolve reformas trabalhistas. Envolve qualidade. São fatores complexos. A carterinha é bem-vinda. Mas enquanto o sexto projeto de lei (mais um) que regulariza a profissão, espera sua aprovação… a melhor carteira do designer é o seu portfolio e sua ética. Esse é o diferencial. [Webinsider]
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Para saber mais:
- Artigos no site da ADG
- Sobre a regulamentação da profissão de designer
- Regulamentação já
- Antonio Gramsci e os intelectuais (em inglês)
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34 respostas
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ainda é cedo…!
Devemos lembrar que as pessoas ou empresas que se aventurem com um ?webe designer?, são terá sucesso, mas estará entrando num mundo virtual e todo serviço profissional acaba caindo nas mãos certas um dia.
Deixem eles descobrirem novos clientes para nós.
Acho que a questão não é receber o título de designer através de uma regulamentação ou de qualquer carteirinha que seja, a concorrência sempre vai estar lá, seja formado, mais experente ou não. Se um garoto de 17 anos, como foi dito por alguem acima, faz coisas melhores do que alguém que seja formado, ele vai ser escolhido, independente do título de designer ou não, mas quem me diz que ele sabe vender o peixe dele? de repente ele nem pensa em ganhar dinheiro ainda, e se ele já ganha com isso, ele é mais um concorrente, seja regulamentado ou não.
Quando você todos falam em design vocês só podem estar se referindo ao design gráfico, no qual, seria o único que qualquer pessoa aprenderia facilmente sem qualquer teoria acadêmica, através da internet ou sozinho mesmo. Há tantas outras áreas que não é qualquer um que se mete, design de automóveis por exemplo, até design de produto que podem até tentar aprenderem sozinhos mas vão ter que esperar anos até que se consiga a experiência dos professores na faculdade.
No caso de fazer comparações com quem não é formado mas já é famoso na área do design, acho que é pura besteira porque não é todo mundo que é um Silvio Santos que passou de camelô pra milionário sem nunca ter estudado, não qur fazer faculdade, arrume uma justificativa melhor.
O que famosos no design como Carson têm é apenas um diferencial, assim como Romero Brito, famoso no exterior e pouco conhecido no Brasil, a diferença é que eles sabem vender o peixe deles. Regulamentando, tendo carteirinha ou não, na área do design gráfico é quase impossível não ter concorrência de pessoas sem formação, quer uma solução? escolha outra área do design cujo conhecimento acadêmico seja essencial.
De qualquer forma apoio a regulamentação, quem não apóia são apenas aqueles que não se garantem e esse é meu manifesto.
A carteirinha seria o chamado Ouro de Tolo..
Não tratia benéfício nenhum ao profissional, seria puramente simbólica..
Ah, só para complementar quero citar alguns exemplos dos perfis que citei acima.
Sobre o perfil prático, cito aquela mulecada que vive postando templates no DeviantART. Provavelmente não têm nenhuma formação específica na área de design, mas sabem tudo de interface! Tem um guri lá, um tal de Kwaku, que diz no profile ter 17 anos, e é um dos melhores do site inteiro, com mais de 30 milhões de artistas! Não tem idade para ter formação acadêmica, mas faz uma interface melhor que a outra! E inacreditavelmente respeitando os conceitos de usabilidade, ergonomia, acessibilidade, etc! Já pensou se ele fosse proibido de ser design por falta de formação?! 😛
E outro exemplo, agora do perfil teórico. Esse pessoal que trabalha para canais de tv. Projetam sites para milhões de pessoas acessarem, e por isso tem que ser perfeito nos conceitos técnicos. E eles o fazem ser! Claro, são formados e especialistas em tudo, academica e tecnicamente falando. Mas aí tu vai lá e espia o blog/portfólio de alguns. Só tem os projetos feitos para a emissora, e mais nenhuma experiência! Mas ainda assim são muito bom no que fazem!! Já pensou se eles fossem proibidos de ser design por ser formados em outra coisa, ou por não ter um portfólio significativo?! 😛
Continuo com a opinião de que o que vale, no final das contas, é o resultado!
Excelente artigo, parabéns para o Claudio.
Mas a questão que nunca se cala: o que vale mais, a teoria comprovada por um diploma, ou a prática comprovada pela experiência? Claro que um designer profissional completo, perfeito, possui ambas, teoria e prática. Mas se tivesse que escolher um designer que só possuisse uma, ou principalmente uma, qual vocês escolheriam?
O teórico geralmente é aquele que estuda a técnica primeiro para depois praticá-la. Aprende tudo o que não se deve fazer de errado para então aplicar o certo. Segue mais conceitos que especulações. Aprende absorvendo métodos e não imitando tendências. Tem tanto embasamento científico que muitas vezes sua necessidade de padronizar conceitualmente o processo/obra acaba afetando a sua capacidade criativa de desafiar a lógica. Mas, ao mesmo tempo o mesmo embasamento o poupa de concepções bizarras e assegura um bom planejamento. Enfim, quase sempre é a favor da teoria antes da prática e adora criticar e desincentivar os sobrinhos, figuras essas – repugnantes ou não – que acabam sendo suas principais ameaças.
Já por outro lado, o prático. Este que geralmente tenta primeiro antes de pensar em se especializar sobre o assunto de maneira acadêmica/didática. Pratica, erra, observa, erra de novo, imita, e continua errando. Aprende primeiro o que é certo e bonito, para depois aprender o que é melhor ainda, para só depois aprender o que é errado. Segue mais intuições que conceitos. Aprende mais observando o que é bom e o que funciona, e não entendendo o que é cientificamente correto e adequado. Tem tanto embasamento prático que sua metodologia acaba agindo de forma inconsciente a ponto de facilitar e viabilizar a concepção de um processo/obra. Mas ao mesmo tempo esse mesmo embasamento prático e intuitivo muitas vezes o impede de ter uma visão mais abrangente de uma necessidade mais detalhada e conceitual, o que afeta o resultado efetivo. Enfim, quase sempre é a favor de tentar intuitivamente primeiro, melhorar planejadamente em seguida, e pensar especificamente só depois, para acetar no final. Não facilita com os sobrinhos, mas tem paciência e/ou compaixão para com os mesmos, pois um dia já foi um ou algo parecido.
Dois perfis diferentes, e ao mesmo tempo complementares e antagônicos. Qual deles é o melhor? Minha sincera opinião: o que oferecer – independente de seus métodos – os melhores produtos/serviços/soluções para as necessidades do mercado!
E voltando ao título do artigo, a carteirinha – e qualquer outro tipo de processo ou definição da área – só há de ser valorizada se agradar a gregos e troianos. Tem que reconhecer os teóricos com diplomas de cursos de qualidade, bem como tem que reconhecer os práticos com experiência comprovada! E então, feito esse reconhecimento, conscientizar a população, reeducá-la quanto o seu conceito de design. Então, a partir dessa reestruturação cultural, quando alguém fosse contratar um design estaria informado e inclinado a pedir a ele: mostre-me seu diploma e/ou seu fólio, para comprovar seu embasamento na área! E o designer que não tivesse nenhum nem outro, seria amador e/ou iniciante, inápto para um serviço/produto/solução de qualidade. Seria o sobrinho, e o cliente entendendo essa diferença o contrataria – ou não – por consciência.
Enfim, encerrando, concordo 1000000% com o Claudio, que o que faz um designer (seja gráfico, produto, web, etc) ser bom, qualificado o bastante para exercer a profissão, é a sua ética e o seu portfólio! Seja esse portfólio experimental (de um processo acadêmico) ou real (de um mercado concreto). O que vale são sempre os resultados!
Abraços!
Porfavor só uma pergunta? sou designer a 20 anos comecei fazendo artes com caneta nanquim e em mesas de desenho, quando não existia computadores e minha carteira de trabalho está assinada como designer gráfico mais não possuo diploma. Bom a pergunta é esta e eu terei essa tal carteirinha?
quer dizer então que, quem não tem carteirinha não é designer? hahahahaha..
isso não existe.. como dito no final.. o que vale e o que mais interessa no momento é o seu portfolio e sua ética..
😉
Essa história de regulamentação se estende… Trabalho como Designer Gráfico desde 1995, muito antes de existir Faculdade de Designer aqui no nordeste. Na época éramos chamados de Artista Gráfico. Quando surgiu o curso de Designer Gráfico aqui em Aracaju, entrei na terceira turma e cursei 5 períodos e tranquei o curso. Continuo trabalhando na área e vejo que colegas meus que se formaram não sabem 1/10 do que sei e se intitulam Designers e as vezes me criticam por eu usar o meu cartão de Designer Gráfico. Concordo com a regulamentação desde que ela leve em conta aqueles que já estavam exerciam a profissão, a exemplo do que aconteceu com os jornalistas. Concordo com quem falou que o que importa é o Portfólio e Ética do Profissional.
Muito bom Claudio Martins.
Falaste tudo.
Fico pensando o que seria do mundo do design sem a influência de David Carson. O pobre coitado não tem carteirinha da ADG e nem se quer tem formação tradicional de Designer Gráfico como eu,
mesmo assim influenciou e continua influenciando o mundo com sua contribuição.
O mundo está mundando muito rápido e só sobreviverá quem se adpatar. O design no Brasil pertencia a uma elite, assim como muitas profissões, e isso mudou. Essa regulamentação não nos ajuda em nada, me parece tão somente uma maneira de segurar a areia que escorre entre os dedos.
Cabe a cada um se qualificar e se colocar no mercado, definindo o que é um trabalho de Desiner e o que é trabalho dos curiosos, se essa diferença for real não teremos necessidade se quer de carteirinha da ADG.
O conselhos são ótimos para manter a renda de quem não é mais produtivo.
Concordo plenamente com o Diego, ninguém melhor que o seu portfolio para dizer quem és tu !
Eu sinceramente, em minha opinião acho isso plenamente desnecessário.
Para mim, acredito que somente profissões que envolvem um alto risco devem ser regulamentadas, como medicina por exemplo. Está se trabalhando com pessoas e isso envolve uma grande responsabilidade.
Agora eu acredito que para muitas outras profissões, o que vale é o expertise, o know-how que o mesmo possui. Porque vai valer mais um designer que é regulamentado só porque fez uma faculdade ou coisa assim, e não aquele, que não fez faculdade nem nada disso, mas tem um talento e uma criatividade infinitamente maior e sabe fazer trabalhos de qualidade?
Sinceramente, esse mundo cheio de regrinhas, diplomas, organizações militarmente hierarquizadas e burocráticas de nada serve para avançarmos rumo à inovação. Conhecimento está espalhado por todos os lados e aprende o que quiser e quem quiser a hora que bem entender.
Eu conheço muitas outras que concluíram a sua faculdade e não sabem nem 10% do que eu sabia quando ainda nem tinha começado a faculdade,e conheço pessoas muito mais experientes que eu que estou fazendo faculdade porque se empenharam e se dedicaram em desenvolver essa habilidade profissional. E agora só por causa disso, vale mais alguém só porque ela é formada? Porque tem uma carteirinha? Por que tem um pedaço de papel atestando alguma coisa quando o que o mercado precisa não está limitado à isso?
Simplesmente, acho uma grande bobagem regulamentação. Eu como empresário, quando contrato e for contratar alguém não será pela sua formação, mas pelo seu know-how, pelo que ele tem de a oferecer para agregar valor aos meus negócios.
O buraco é bem embaixo… muito embaixo… mas só o fato de não existir mais cursos de design em Açougue e Mercadinhos (vide formações: Super-Hiper-High-Designer, Pacote Seja um Web Design, etc…).
Ou simplesmente o fato de não confundirem Designer com Design e vice-versa.
Já vai ser excelente!
Discordo da parte que diz que a ADG fez muito pela profissão. Sou formada em Desenho Industrial pelo Mackenzie e, em todos os anos de faculdade e de atuação profissional em agências, nunca ouvi um ser humano falando bem desta organização.
Eu não sou associada justamente devido a todo tipo de informação sobre eles que já coletei. Paga-se uma mensalidade e não obtém-se nada em troca, a não ser descontinhos em eventos próprios da ADG. Além disso, a ADG não é uma organização que vai prover um título como o do CREA ou do CRM, por exemplo. Afilia-se quem quiser.
E, não querendo ser pessimista, acompanhei o processo de possível aprovação na câmara no ano passado. Claro que não aprovaram. Existe muito lobby em torno disso, são arquitetos, engenheiros, fotógrafos e, claro, sobrinhos que exercem a profissão e não têm nenhum interesse que ela seja restrita apenas aos que realmente estudaram nesta área.
É aquela velha história… se você não vai a um médico que não é formado, porque contratia um designer sem formação? Um discussão sem fim…
Mais uma vez: as perguntas foram feitas para nós acharmos as respostas. Discutir e refletir nossas ações. Não tenho intuito em responder uma questão tão complexa com ramificações e enraizamentos profundos de aspectos socio-econômico-cultural.
Tenho objetivo, sim, de que o designer, seja reconhecido como profissão, um dia.Temos que achar o caminho.
Um Feliz 2007 a Todos!
Não posso afirmar que a intenção da ADG seja apenas criar uma carteirinha para identificar o profissional, acredito que há a necessidade de organizar as atividades de design e defender os interesses do profissional no país e a ADG possa estar colaborando para resolver a questão.
É preciso expor claramente a política proposta pelo órgão com relação aos profissionais formados, aqueles que aprendem a profissão, a área e aos clientes. As perguntas foram feitas no texto, mas sem as respostas, dificultando chegar a alguma conclusão?
Concordo com o Cláudio quando diz sobre conscientizar, aliás essa é uma palavra chave nessa questão, pois não será um diploma ou um órgão competente que influenciará na decisão de um cliente na escolha de um profissional para o seu projeto, mas não podemos ignorar as técnicas e todo o conceito adquiridos pelo profissional que busca uma formação. Outros colegas falaram sobre a diferença entre criar algo bonito e algo útil, ou seja, nossos consumidores sabem o que querem? Eles buscam apenas produção gráfica ou um profissional que tenha a capacidade(don) para criar ?e? conhecimento técnico baseados em estudos e pesquisas que proporcionam eficiência e qualidade para atingir o objetivo do cliente?
Portanto, sou a favor de organizar a classe defendendo e valorizando os ?profissionais? da área e também é preciso pensar naqueles que tem potencial e por alguma razão, não buscam sua formação.
A intenção não é qualificar alguém que não tem formação como um ?pirata? sem licença para criar ou produzir, mas incentivá-lo a torna-se um profissional que compreenda todo o conceito de comunicação e a ética, enfim, conscientizando a valorizar seu produto final para que não seja explorado pelo mercado de forma injusta.
Atualmente, a melhor carteira do designer é o seu portfolio e sua ética. Esse é o diferencial. Mas isso tem que mudar, senão, de que vale um diploma de nível superior ou certificações?
Acho essa idéia da carteirinha da ADG boa apenas para o ego de seus detentores, porque, na real, não vai servir em nada para atestar quem é e quem não é designer.
Tem uma lei em discussão na câmara e eu pergunto: QUANTOS AQUI ACOMPANHAM?
Melhor ainda quantos aqui lembram em quem votou, e se lembram , quantos acompanham o que eles fazem?
A regulamentação é boa, mas tem que haver discussão. Tem que ter integração. deveria existir apenas uma associação de designers que englobasse todas as vertentes, gráfico, produto, web e o que mais existe.
Porque não usam o CONE-Design de exemplo? Já é um começo. Depois falamos em regulamentação, o que acham?
Eu acredito que isso não vai mudar muita coisa… não vai mudar nada… como você disse, não existe um parâmetro para medir sua qualificação, pois se eu não quero contratar um designer para decorar minha casa, eu mesma vou fazer isso, se eu quero desenhar minha logo, ou a da minha loja, farei isso, e acredito que será um tanto ridículo proibir isso. Não tem como comparar com medicina ou direito… é completamente diferente, design é subjetivo. Ninguém vai literalmente morrer se você construir um website com usabilidade zero… pode morrer de raiva, mas morrer, morrer, não vai…
Se for uma espécie de auto-regulação, acho ótimo. É preciso colocar uma ordem nesta bagunça e mostrar para as pessoas que o design tem princípios e critérios. É impossível que a profissão ser valorizada se não existir uma prática e um discurso coerentes.
[]s
Olá prezados colegas,
Só para explanar algums pontos do texto:
1 – A carteira da ADG, em nada vai adicionar em uma regulamentação. É uma carteira de benefícios. Não é, e nunca vai ser meu intuito em atacar algo que se faça em prol da profissão. Blogs, carteiras, prêmios, o que seja. Ela não é obrigatória. Paga e usa quem quer. Ainda: não posso tecer críticas a algo que nem foi realizado. Será.
2 – Meu intuito com o texto, é que nós designers, formados ou não, possuimos uma função social importante. A intenção do post é puro questionamento de valorização da nossa profissão. Precisamos trazer responsabilidade e organização para nós, SIM. Pelo que somos, o quê produzimos, e que consequência isso terá na sociedade.
Abraços a todos, e de antemão, Feliz Natal!!
Pensei que estivesse falando de regulamentar a profissão. Embora a ADG seja muitíssimo importante, a carteirinha é só uma carteirinha de associação.
Hair design, food designer, sound designer. Estas profissões existem e são importantes. Não é qualquer um que sabe fazer o projeto dos cabelos para um filme que se passa na corte francesa do século XIII… Só no Brasil alguém diz eu sou designer, quando disse isso a uma tia americana ela perguntou designer de que ?. Esta matéria se refere ao Design Gráfico, ou desenho industrial.
Acho que o passo mais importante no sentido da regulamentação da profissão foi a abertura do curso na USP, separado do curso de Arquitetura.
É sempre bom levantar essa lebre, boa matéria 🙂
Não entendi muito bem a defesa da carteirinha ADG. Percebo uma clara intenção da ADG em ser órgão regulador e fiscalizador das atividades de design no país (nada contra, acho isso ótimo). Mas não sei em que ponto uma carteirinha viria auxiliar os profissionais nas suas atividades.
Há, no Congresso Nacional uma proposta pela regulamentação da profissão (http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=145928). Essa proposta, atualmente, está com o parecer da relatora pela Rejeição. Quem fizer uma busca por desenho industrial no site da câmara, vai encontrar outras tantas propostas arquivadas lá.
Porque isso acontece? Além dos diversos motivos citados (ou questionados) no teu texto, vejo principalmente a dificuldade em assimilar o Design/Desenho Industrial como uma atividade que tem compromisso com a sociedade. Uma eventual regulamentação traria algumas responsabilidades para o lado do designer (o que ao meu ver, justifica a necessária formação superior).
Designers praticam uma atividade projetual, tal qual um arquiteto ou engenheiro, não somos tão diferentes como parece. Tão técnica quanto eles, com metodologias, processos, pesquisa, desenvolvimento, etc. E responsabilidade. (lembremos aqui que design não se limita à projetação gráfica, mas também abrange o projeto de produtos).
Acho que ao invés da carteirinha, podia ser o momento de congregar e consensar os profissionais em cima de uma proposta de regulamentação viável.
Ateh q enfim, essas palavras pra quem eh designer jah seriam o suficiente, mas como nem todos que estao por aqui sao designers, fica registrado q a profissao esta sendo vulgarizada, o fato de uma pessoa ser criativa e fazer algo bonito, na epoca em q um artesao era o designer, pode ser q fosse o suficente, mas na sociedade imediatista q vivemos, um designer tem q oferecer muito mais do que isso, tem q planejar a navegacao no caso de um site, a utilidade e o impacto no caso de impressos, o designer vende algo util e nao somente algo bonito, um designer tem conceito e embasamento teorico no q faz, apesar de vivemos no mundo da imagem, de nada adianta algo bonito porem sem utilidade, esse eh o meu ponto de vista como designer e como consumidor. Design eh coisa seria, apesar de parecer brincadeira para muitos. Feliz 2007 para todos!
Sem regulamentação, quem faz marca porque leu um livro de faça sua marca em 24 horas por ser denominado um designer. Um designer ruim, talvez, mas um designer.
Dessa forma, quem sugere um remédio para alguém pode ser chamado de médico por isso?
Se bem que os atores, que são regulamentados, também sofrem do mesmo problema. Quantos modelos e ex-BBBs trabalham como atores em novelas?!
Ameaçou bater na carteirinha da ADG, e não bateu.
Lançou diversas perguntas, e não respondeu uma.
Falou, falou, e não disse nada.
Ao menos nada de novo.
De nada adianta, se cada um de nós (quero dizer TODOS NÒS
Cláudio, essa questão tá longe de ser resolvida.
Sou formado em PP há 8 anos, e realmente não achoq ue uma pessoa precise de um curso superior pra isso, e também não acho que precise de curso superior para ser designer gráfico.
Não me lembro quando, mas teve uma época que os profissionais não cursado, poderiam obter o título comprovando a experiência. Isso em arquitetura, engenharia, jornalismo…
O Everson falou sobre webdesigner, pra mim o webdesigner é um designer gráfico que faz web, mas esse nome ficou queimado quando rolou o boom, ae todo mundo que colocava um html na web era webdesigner, inventaram esse nome para nomear o trabalho que não existia antes.
Cláudio está 100% com a razão, vale muito mais o portifólio e a experiência.
Abraços
Cara…
O que ocorre com a profissão de designer é quase o mesmo que acontece com quem trabalha com informática hoje. Temos milhares de pseudo-profissionais formados por faculdades sem especialização alguma entrando no mercado e milhões de sobrinhos concorrendo com esses mesmos pseudo-profissionais-recém-formados.
A diferença é que na informática ninguém se organiza e às vezes os que deveriam defender uma regulamentação da profissão acaba, por motivos ocultos, fazendo campanha contra ela.
É uma pena que no Brasil as coisas sempre andem na contra-mão. Novas profissões surgem todos os dias, todos os anos e as leis não acompanham essa evolução do mercado. E o caso não se aplica somente à profissões. Note que estamos em 2006 e, numa tentativa frustrada de se criar leis específicas para crimes de informática, um certo Sr. resolveu que todos que acessassem a internet deveriam se cadastrar num lugar qualquer com cópias e cópias de documentos. E o bom disso tudo é que ainda tentou se jogar a responsabilidade das informações para as mãos de terceiros.
O nosso congresso nacional é uma piada. Talvez seja por isso que o Brasil ainda é motivo de piada em vários lugares do mundo.
Temos ótimos profissionais, nossa mão-de-obra é uma das melhores do mundo. Não ficamos devendo nada em termos de qualidade para os gringos… mas nós não somos organizados, não temos representação política e, sequer existimos de verdade.
Parabéns pelo post!
Que fim levou a Abraweb – Associação Brasileira dos Webdesigners?
Cláudio,
muito interessante o seu texto.
É válida a carteirinha, apesar de achar que não vá ajudar em muita coisa, afinal não vamos sair por aí dando carteirada em clientes para fazer trabalho só com quem tem carteirinha.
Concordo com vc e acho que o mais importante justamente é a carteira de clientes do profissional, onde aí sim pode-se medir a qualidade de seu trabalho e competência.
Em certas profissões acharia válido para pessoas que não tem o superior em determinada área, que existissem testes da capacitação, onde quem quizesse trabalhar e não tivesse graduação superior, passasse por uma avalição de TESTES PRÁTICOS, ministradas por profissionais e professores da ÁREA DELE.
Já ouvi falar que isso existe em alguns países e acabaria definitivamente com os curiosos de computador, afinal o cara só não se tornaria um profissional com graduação se não quizesse.
Haja visto que tb os cursos ligados a qq coisa ao design são verdadeiros absurdos de caros e deixa muita gente boa de fora.
Abs
Marco Aurélio Mancen
Excelente texto. Penso que o problema é mesmo bem maior do que aparenta para quem vê de fora. Como vc disse, é preciso muitas mudanças para que essa profissão possa ser melhor vista pelas empresas, os profissionais e os empregadores.
Parabéns!
Eu creio que é uma iniciativa válida, porém enquanto não abrirmos a cabeça das pessoas de que ser webdesigner não é apenas mexer bem num photoshop, dreamweaver, etc…ainda vamos remar para trás.
Ainda tem a questão dos sobrinhos…
Muito legal! Na minha opinião é um avanço para a categoria e para quem trabalha na área!
Nada mais justo!