Certa manhã, um de meus amigos de trabalho, Marco, programador conhecido por seu domínio em soluções de e-commerce, lançou uma dúvida que muita gente da área de TI e de Marketing já deve ter se feito: até que ponto devemos sacrificar a usabilidade em favor da performace ou vice-versa? A resposta foi outra pergunta: qual é o perfil do usuário?
O perfil do usuário direciona o desenvolvimento e a criação das interfaces. Se este não é bem definido e documentado, abre-se uma grande possibilidade de erros que se multiplicam e, por fim, são publicados!
Não se pode ignorar uma das premissas básicas do marketing: a segmentação. Pois ela também se aplica a área de TI. Segmentar é, primeiramente, admitir que é impossível transmitir uma mensagem ou projetar um produto/serviço que atenda a qualquer um com a mesma qualidade.
Segmentar é produzir algo específico que se enquadre ao máximo nas necessidades de um nicho bem definido de mercado. Tal análise já é bem comum para administradores, mas não para projetistas web.
Com base neste raciocínio, para produzir um website de qualidade é necessário identificar qual o nicho de mercado do mundo digital que se pretende atingir. Esta primeira análise, que levará em conta hábitos de consumo, poder aquisitivo, limites geográficos etc., formará o público-alvo do website.
Porém, um projetista deve traçar mais algumas informações para anexar ao perfil do público-alvo, formando o perfil de usuário. Veja que há uma distinção entre público-alvo e perfil de usuário.
Público-alvo é uma segmentação que define qual o perfil do consumidor e dele podemos extrair um subgrupo, dos que estão conectados à internet, e dividí-los de acordo com alguns critérios existentes no mundo digital.
Abaixo segue uma listinha de critérios que você pode utilizar para definir seu perfil de usuário:
Hábito de uso
Como já bem difundido, utilize as denominações light, medium e heavy users para definir os hábitos de uso do seu perfil de usuário. Sendo que o light usa a internet esporadicamente, para fins bem definidos; e o heavy passa grande parte do dia conectado, utiliza a internet como instrumento de pesquisa, trabalho e lazer.
Know-how tecnológico
Frequentemente vejo pessoas confundindo hábitos de uso com know-how tecnológico. Possuem uma relação, sim, mas não são a mesma coisa. Know-how tecnológico é o conhecimento técnico do usuário sobre internet e o computador. Neste caso, proponho dividir na escala de baixo, médio, alto e técnico.
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Baixo: é o usuário que decorou algumas receitas de bolo. Se você tirar o ícone do IE do menu iniciar e colocar no desktop, ele se perderá, ou então ele abre o Word para tentar abrir um arquivo JPG e mal sabe a diferença entre site e e-mail.
Médio: é o usuário que está familiarizado com a lógica da informática e da internet, entende o que é IE, reconhece a distinção entre os tipos de arquivos, possui uma conta de e-mail e a utiliza, entende a organização de unidades de disco e diretórios, até se aventura no orkut, mas dificilmente tenta instalar um programa, pede ajuda para mudar o computador de lugar e elege outras pessoas na casa ou empresa para tratar com as operadoras de telecomunicações e provedores.
Alto: são pessoas já bem ambientadas com a informática, geralmente trabalham com ela, enviando e-mails, utilizando um programa de mensagens instantaneas, softwares de tratamento de imagens como um photoshop, conhecem bem o sistema operacional e alguns recursos avançados dos softwares. Sua única limitação é com relação a consertar algo que não vai bem. Geralmente, se sentem inseguros e preferem chamar alguém mais gabaritado para tal.
Técnico: este é o perfil de quem respira informática. É capaz de identificar e corrigir erros de instalação de hardware e software e manipular configurações avançadas.
Demográfico
Qual a idade e estado civil do seu perfil de usuário? Note que, na internet, esta informação pode ser diferente da definida no público-alvo.
Tipo do website
Trata-se de uma intranet? De um e-commerce? De um site de relacionamento? Para mais informações sobre este tópico veja o primeiro artigo: Planejar é o primeiro passo depois de uma boa idéia.
Sempre procure acrescentar outros critérios que sejam pertinentes a sua área. Documente todos os dados, analise e tire suas conclusões. Com isto, você poderá projetar o layout de seu site da melhor maneira, melhorando a experiência do usuário e fidelizando-o. [Webinsider]
Daniel Rodrigo Bastreghi
Daniel Rodrigo Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB.MKT. Atua no planejamento, orientação e assessoria de ações integradas de marketing digital, pesquisas e implantação de sistemas MarTech.
5 respostas
A web não é feita só de marcas e layouts bem definios
Em metodologia de projeto estudamos os passos para realização de qualquer trabalho.
Com boas ferramentas e tecnicas é possivel determinar um bom projeto, balanceando o que, genericamente, chamamos de criatividade e conhecimento tecnico. Uma boa ideia não é o acaso ou um siples insight. Entao, o sistema de planejamento – boa ideia – execuçao é rotativo (e se auto alimenta) mas a ordem básica é: planejar antes de uma boa ideia, sim sr!
[]s
Olá Junior,
Concordo contigo. Talvez o artigo tenha chovido no molhado. Porém não podemos esquecer que há pessoas de todos os níveis acessando os artigos. Vou procurar assuntos diferentes para um próximo artigo, aceito sugestões.
Agradeço a participação
Abraços
Daniel Rodrigo Bastreghi
Planejar antes da idéia? Tem certeza? Não soa meio ilógico, não?
Segmentar, público alvo, hábitos de consumo, nicho de mercado, perfil do usúario, esses são
alguns dos topicos que não devem faltar em qualquer projeto de conteúdos web.
A web não é feita só de marcas e layouts bem definios, cheio de conteúdos para o usúarios ficar navegando em várias páginas até chegar na informação desejada. A web tabem nos dá toda liberdade que o mercado e o mundo tem de criar mecanismos inteligentes que facilitam a vida de todos gerando bons resultados atraves projetos bem planejados e definidos em seu foco.
Bom, como esse bom artigo já diz Planejar vem antes de uma boa idéia boas idéias não vem por acaso…