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Não deixe o barulho da opinião dos outros abafar sua voz interior. E, mais importante, tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição.
Steve Jobs

Me conte, quantos sonhos, ideias ou projetos você realizou esse ano? Olhe que não estou falando de lista de promessas de ano novo. Quero saber daquelas sua ideias que iniciou, aquele negócio que era para ser infalível e os planos mirabolantes que você não desistiu? Quantos?

Eu tenho um colega que me diz: “Ideias tenho várias, preciso apenas de alguns clones para realizar todas”.

Se formos pensar em números, tentar quantificar ou medir esses dados, meu palpite, lembrando que tenho mais de 1 mil ideias por dia e que 90% dos negócios morrem no primeiro ano, seria:

A cada dia surge uma que outra ideia mirabolante, que vou acumulando. Acontece praticamente todo o dia.
De cada 100 ideias que levo a sério e penso por mais de um dia, coloco em prática menos que 20.
Dessas 20 que inicio, continuo por mais de um mês umas cinco e devo concluir bem mesmo uma.

E essa, bem feita, mas nada genial, nem de perto um sucesso.

A verdade é que preciso de muito mais tempo, esforço e sorte para fazer algo ser um sucesso. Diria até que preciso de muitas e muitas tentativas para aquele genial, ser realmente mágico. Pelo menos umas 100 bem concluídas para uma sim, ser algo acima da média.

E você sabe, acima da média, da minha média pelo menos, precisa tempo, melhoria, ajuste, erro, tudo arrastado com muita persistência até o genial chegar. De um sacadinha a um case, tem muita coisa que acontece. Isso, tanto para mim quanto para você, o sucesso é mesmo raro, incomum, é genial.

E em todo esse bla bla bla é isso me interessa, não o sucesso, mas sim como fazer. Afinal, o que precisa para sermos uma máquina de sucesso? Como nosso negócio sai do mimimi e vira um wow, você viu isso!?

A primeira barreira: o tempo

Você conhece a Basílica de São Pedro em Roma? A Monalisa, a Capela Sistina ou o Facebook?

Sabia que o Leonardo da Vinci levou 93 dias para pintar a Monalisa? Mas achou que seu trabalho não estava bom o suficiente, o que o fez trabalhar por mais quatro anos até assumir que embora perfeito, para ele não estava acabado. E que Michelangelo, depois de muito subir e descer, precisou de quatro longos anos para completar a pintura da Capela Sistina?

Quer outro exemplo? Sabe o Monte Rushmore (aquele com o rosto dos primeiros presidentes dos EUA), precisou de 15 anos para ficar pronto? Que a Basílica de São Pedro, tão majestosa que precisou de 120 anos para ser construída? Até o Cristo Redentor, ele mesmo, foram mais de cinco anos de trabalho para ficar pronto.

Tempo, tempo e mais tempo. E isso não é um privilégio apenas para essas genialidades. O Facebook, por exemplo. Você sabia sabia que foi fundado em fevereiro de 2004 e que você precisou de pelo menos quatro anos e dezenas de milhões de dólares para saber que ele existia?

Na teoria as coisas até parecem fáceis, mas para se ter algo genial, precisa de tempo… Seja antes de iniciar, durante ou mesmo depois. Precisamos de tempo, tempo e mais tempo.

Você conhece o melhor do mundo?

Um livro simples e genial chamado “O melhor do mundo”, de Seth Godin, aborda um ponto simples fundamental para qualquer negócio quando o assunto é tempo x sucesso. Seth Godin nos mostra um vazio, um gap, que chama de o espaço de tempo entre uma ideia genial e todo o entusiamo, até ela virar um boom de sucesso. Isso mesmo, uma curva, como se fosse um sorriso, que inicia com a energia da ideia, vai caindo com o tempo, até voltar a subir com esforço, qualidade e melhoria, para então virar um sucesso.

Esse gap é tão interessante que o autor o apresenta não como algo ruim, mas sim como a barreira que divide o comum do genial. Aqui é o que faz o raro, o incomum, o sucesso. Basicamente onde todos desistem e os poucos que ficam competem para ser um verdadeiro sucesso.

Essa curva vai desde aquele seu plano para ter uma barriguinha tanquinho, ir a academia e desistir depois de um mês, para os poucos que depois de alguns anos conquistam e mantém a forma. A regra e a mesma da academia, passando pelo seu trabalho, sonhos ou mesmo novo negócio. Isso é o que separa o comum dos melhores do mundo.

Por isso, seja quem você for, seja qual o negócio, projeto ou sonho, a curva vai te pegar. E nessa hora, você é quem vai decidir se ela é uma barreira mortal que vai fazer você desistir, ou se será uma motivação, enquanto sabe que se outros param, você persiste. Eu digo persiste, persiste e persiste…

A dura seleção natural

Para os mais racionais, outro livro superbacana sobre o assunto é “Freakonomics”, que para quem já leu é um presente de como o sucesso se esconde atrás dos números. E não me refiro a investimento, mas sim seleção natural de Darwin. Isso mesmo. O sucesso depende invariavelmente da quantidade de pessoas que tentam alcançar um objetivo. Um número absurdo de competidores, que entre iniciantes, amadores e profissionais, contam com preparação, empenho e sorte para serem os vencedores. Cada um com suas qualidades, que somadas ao momento e percurso, terão um score o qual vai decidir quem sairá vencedor.

Quer um exemplo? Quem será o próximo vencedor da maratona de Boston? O atual campeão, um jovem entusiasmado que acaba de iniciar sua carreira ou um azarão que nesse dia está com seu amuleto da sorte? Seja qual for, ao final vamos ter apenas um e a verdade é que a sorte pouco tem a ver com isso.

Em 1974, Bill Rogers disputou a sua primeira maratona em Boston. Sabe qual o resultado? Ele não conseguiu completar o percurso. Agora responda, como você poderia prever que esse mesmo Bill correria novamente a maratona em 1974. E que dessa vez, perderia novamente? Porém completando a prova em décimo quarto. E quem poderia prever que Boston Billy voltaria em 1975 para vencer, iniciando uma séria de quatro títulos e uma lenda no hall da fama das maratonas com mais de 22 vitórias em competições no mundo?

Se você tivesse a chance de perguntar para Bill Rogers o que ele fez para evoluir, para mudar, certamente vai encontrar inúmeras variáveis como treinamento, novas técnicas, resistência e performance, mas a verdade é que Bill venceu principalmente por que continuou. Bill não parou. Ele continuou, melhorou e venceu.

Estou falando de um score estatístico que soma preparação pessoal, o sonho de ser campeão, com a sua persistência de continuar. Um score melhorado ano a ano, até chegar o momento de você ser o campeão, o gênio, o melhor do mundo. O momento da sorte olhar para você e dizer, hoje seu score é o vencedor. E essa seleção acontece no esporte, no trabalho, na empresa ou até na luta evolutiva das espécies descrita por Darwin. Essa regra é a mesma para todos. O melhor score vai vencer e ponto final. A sorte vai influenciar, sim, tão quanto o milk shake que você tomou ontem influencia, mas o que interessa é o score final.

Aprendendo a melhorar

Antes que você desista do seu sonho, seja pego pelo gap ou morto pela seleção natural, uma boa notícia. Se você quiser, mas de verdade, ela vai acontecer. E essa é a melhor parte. Lembre que no início escrevi que meu objetivo não era falar do sucesso, mas sim do processo? Não de quem, mas como chegar?

Pois então, o sonho, persistência e sucesso, para quem quer vencer, sabe que é uma questão de tempo. E somente isso. Basta ter consciência, empenho e se preparar a cada ano, para o aleatório abrir a porta.

E não estou falando de sorte, estou falando de outra coisa. Você sabe o que é melhoria contínua?

Quem conhece gestão pela qualidade sabe do que falo. Daquelas incontáveis horas, noites, dúvidas que você teve, passou e venceu para estar aonde está. Seja na faculdade, desafios do trabalho ou aquela conquista somente sua. Quando o tempo se uniu com a persistência, o errar virou o pai do acertar e quando o melhorar se transforma em uma rotina diária esperando estar pronto para ser grande negócio.

Tempo, isso mesmo, aquele que antes te derrubava no gap, agora faz as pazes e vira seu melhor amigo. Um cara paciente e sempre presente para te dar a oportunidade que precisa para melhorar. E pode anotar horas, dias e meses. Pois ele vai te dar e você vai precisar.

A cada dia você vai ter ideias, vai tentar, vai aprender e vai melhorar. Vai criar um método pessoal, vai até estudar e aprender sobre gestão pela qualidade. Seja como for, serão horas e mais horas que te transformam. Será essa a diferença entre o muito e o pouco. Entre os que vencem e os que param. Entre você e a a grande maioria que desiste.

Tudo a seu tempo. Um passo por vez, fazendo do seu sonho o melhor do mundo.
Afinal, de quanto tempo você precisa? #vamosconversar

[Webinsider]

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Esse artigo faz parte do livro Gestão 40-20-40 de Iuri Brito (ainda não publicado no Brasil).
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Iuri Brito, o @GoUp no Twitter, é publicitário, mestre em planejamento, fundador da agência digital prumos.com e prêmio Talento Empreendedor. Hiperativo, vive hoje em New York e São Paulo.

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2 respostas

  1. Gostei muito do artigo, muito sensato e esclarecedor.

    Vale salientar, que antes de tudo tem que perseverar _muito_, deixar de lado o cansaço, as vaidades, o orgulho ferido e continuar apesar das adversidades.

    Esta é a maior da dificuldades. Não o negócio em si (vai desisitir e tentar outro? vai ser igual), mas a perseverança.

    bjs,
    http://www.monicamodas.com

  2. interessante, mas podemos adoçar isso com um pouco de planejamento estratégico e tático, um bom plano de projetos ( afinal 4 anos a deriva é mais complicado) e uma boa análise de riscos e teremos uma fórmula melhor de sucesso.

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