Ilhas de produção – e não linha de produção

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Uma das grandes necessidades das produtoras web é encontrar uma metodologia de produção que as façam aumentar a produtividade e diminuir os custos.

Diversas abordagens vêm sendo estudadas e apresentadas ao longo dos últimos anos. A maioria trata a criação de sites e sistemas sob a ótica de linha de produção, passando pelas diversas camadas de desenvolvimento de um projeto web: arquitetura de informação, conteúdo, design, programação etc.

Uma outra abordagem, entretanto, vem ganhando terreno em diversas produtoras no mundo e também no Brasil. Trata-se de um metodologia que substitui a ótica de linha de produção ao longo de toda a equipe da empresa pela de ilhas de produção, que reúnem menores times de desenvolvimento para cada projeto.

Tomemos como exemplo o desenvolvimento de um site de comércio eletrônico. Na abordagem mais tradicional, a produtora teria suas equipes de arquitetura de informação, conteúdo, design e programação.

O atendimento passaria o briefing para a equipe de arquitetura, que organizaria seções, definiria rótulos e desenharia wireframes. Esse material seria passado para a equipe de conteúdo, que prepararia os textos e produziria imagens. Depois, o projeto seguiria para a equipe de design, que criaria o layout em cima dos wireframes projetados. Por fim, os programadores implementariam os códigos.

Na abordagem de ilhas de produção, a situação muda um pouco. No lugar de existirem equipes separadas por disciplina, haveria times multidisciplinares responsáveis por projetos. Digamos que o mesmo site de e-commerce do exemplo anterior fosse delegado para uma equipe específica. Essa equipe teria o arquiteto, o redator, o designer, o programador etc. Todos discutiriam o projeto e começariam a produção focado no projeto específico.

A vantagem deste segundo modo de produção é a troca de informações interdisciplinares entre os diversos profissionais da empresa. Uma interface que esteja sendo projetada pelo arquiteto de informação já pode receber considerações do programador sobre uma solução mais eficiente, por exemplo. Para isso, é imprescindível que seja uma equipe harmônica, que saiba trabalhar em conjunto. A idéia é unir os recursos de uma produtora de maior porte com a agilidade de uma empresa pequena, representada pelos times de desenvolvimento.

Com cada equipe cuidando de um projeto específico do começo ao fim, cria-se também um relacionamento maior do profissional para com o produto final. Tal relacionamento pode inclusive ser ampliado no caso de projetos que careçam de manutenção. Por fim, é uma boa maneira de uma produtora web começar pequena e posteriormente se expandir sem afetar a produtividade e a qualidade de seus produtos. [Webinsider]

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Avatar de Walmar Andrade

Walmar Andrade (walmarandrade @wenetus.com) é jornalista com MBA em Planejamento, Gestão e Marketing Digital, diretor-executivo da Wenetus Interactive e autor do blog FatorW.com.

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5 respostas

  1. Escelente texto.
    Gostei do comentário do Marcelo Okano, mas temos tbem que ver o lado negativo de seu comentário como um desafio para os administradores, pois a empresa nao pega somente um cliente grande quando se tem esta estrutura, pega-se vários. Mas caso não pegue vários, e claro q existe a distribuição de projetos dentro da empresa quando se trata de projetos pequenos.

    Um empresa não tem sempre projetos grandes, entao uma sugestão minha para a divisão (como mencionado que se desmontaria ao final de um projeto ou que teriamos pessoas ociosas ao longo do mesmo) seria as própriaa ilhas de produção se multidisciplinarem com as outras ilhas (defendo muito a criação de ilhas de produção como citado no texto), assim teriamos ilhas conversando com outras ilhas e nao teriamos profissionais ociosos. Ai vem a pergunta: Não entendi a junção das ilhas.

    Eu sugiro como desafio aos gerentes deprojeto à mesclarem ilhas, claro q um PROJETISTA não fica ocupado por muito tempo em um job, então ele fará parte de um outro projeto em uma outra ilha de produção, o mesmo acontece com o gerente de produção, assim, o q ocorre naturalemente na maioria das empresas, sempre possuem mais programadores e designer do que projetistas e arquitetos da informação.

    Espero ter contribuído com a opinião de todos.
    Grande abraço e parabéns mais uma vez pelo conteúdo do site.

  2. Walmar,

    O que você escreveu não é uma novidade. Essa organização já existe em diversas produtoras e agências e eu conhecia com o nome de célula. Dentro da produtora, a abordagem tradicional (uma área passa a sua parte pro outro e no final temos um projeto pronto) tem uma vantagem óbvia: Custo. A ociosidade é menor e a facilidade em se deslocar um recurso de um projeto para o outro também é bem mais simples. Você pode fazer com que os seus melhores profissionais atuem e um ponto específico do projeto e em tese, você obtém o melhor da sua equipe. Isso dá realmente certo quando você tem uma carga grande vários projeto pequenos, que é o que normalmente acontece.

    Esta abordagem tradicional começa a ficar ruim quando você tem um projeto grande ou cliente com uma demanda de trabalho contínua. Este cliente começa a tomar muito tempo da sua equipe e você sente necessidade em fazer com que existam pessoas com dedicação exclusiva. Com isso cria-se o que você chamou de ilhas de produção. Este pessoal fica dedicado exclusivamente ao projeto e não atrapalha a correria da empresa. Existe um ganho no gerenciamento. Esta abordagem só realmente funciona quando você tem este grande projeto ou cliente, em outro caso eu acho difícil. Explico:

    – É uma abordagem cara de se manter, pois a ociosidade é maior. Afinal, você não consegue garantir que 100% das pessoas dentro da ilha estão trabalhando, pela própria característica em cascata do processo de produção do projeto. Exemplo: O que o Arquiteto de Informação vai fazer enquanto você estiver programando o site? Ir para o próximo projeto? E se você não tiver o próximo? Com isso desmonta-se a ilha.
    – Inevitavelmente as ilhas começam a ficar diferentes umas das outras com clara diferença de qualidade, afinal, infelizmente os profissionais não são nivelados, alguns são melhores que os outros.
    – No primeiro mundo isso dá mais certo por um motivo simples: Eles tem mais dinheiro e tempo pra fazer os projetos. A ociosidade não faz tanta diferença.
    – Ao fim do projeto (ou perda do cliente), você terá que desmontar a ilha caso não tenha como ocupá-la novamente. Isso implicaria e demissão. Esta abordagem dá certo na fábricas de softwares e consultorias de informática que existem aos montes em são paulo. Terminou o projeto, bye bye… em compensação, contrata-se como PJ e paga-se um valor/hora alto para isso.
    – Formação de filas de projetos. E se todas as ilhas estiverem ocupadas? Você terá que atrasar a entrada de novos projetos. O que eu chamo de ilha ocupada nem é 100% das pessoas da ilha trabalhando, mas sim uma parte da ilha (criação por exemplo) de forma que não seja possível alocá-los para o próximo projeto.

    Entre as vantagens que você citou, acrescento a facilidade de gerenciamento do projeto que realmente facilita muito. Inevitavelmente, quando e empresa cresce, ela começa a montar as suas ilhas, é uma conclusão natural que normalmente se chega para poder facilitar os trabalhos. Ilhas são formadas para grandes clientes que pagam fee mensal e que exigem trabalho constante. Os pequenos não sustentam uma ilha..

    Eu acho que uma abordagem mista talvez seja uma solução melhor. Os maiores clientes/projetos, ficam com uma equipe fixa, e os menores entram numa fila e profissionais com abordagem tradicional. Com isso obtêm-se o melhor dos 2 mundos.

    É isso.

    abs

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