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“Cabeça é o que faz a diferença entre o campeão e os outros.” (Arthur Zanetti, ouro nas argolas na Olimpíada de 2012)

O Brasil derrotou a Espanha, de forma incontestável, na final da Copa das Confederações. Contudo, o resultado inverso também poderia ter ocorrido. Quais lições podemos extrair deste episódio em analogia com o mundo corporativo?

Seja no esporte ou em outros cenários, há quatro pilares fundamentais que norteiam a busca pelo almejado sucesso.

O primeiro pilar é o aspecto físico. Atletas precisam estar bem preparados fisicamente, o que demanda repouso adequado, alimentação funcional e condicionamento físico.

O segundo pilar é técnico, envolvendo desde a compreensão das regras do jogo até os constantes treinamentos para desenvolvimento de habilidades.

O terceiro pilar é tático e está relacionado à estratégia. Trata-se da maneira como um atleta planeja sua série pessoal, em um esporte individual, ou como um treinador organiza sua equipe, em um esporte coletivo, possibilitando, por exemplo, que um grupo com talentos individuais medianos suplante uma equipe formada por grandes craques.

Todavia, é o quarto e último pilar que faz toda a diferença: o aspecto psicológico. Foi ele que fez Diego Hypólito, bicampeão mundial de ginástica no solo, cair durante sua apresentação em duas Olimpíadas consecutivas. Foi ele que impulsionou a seleção canarinho ao som de mais de 70 mil pessoas, obscurecendo o entrosamento e o favoritismo dos espanhóis.

diego_hypolito

Em um jogo pela Recopa Sul-americana, o técnico do São Paulo Futebol Clube, Ney Franco, diante da derrota para a equipe do Corinthians, comentou: “Nosso posicionamento tático foi similar ao do adversário. Porém, cometemos muitos erros técnicos, em especial de passes e saídas de bola. Eu, enquanto treinador, não posso entrar em campo para dar um passe.” Ao dizer isso, ele transferiu a responsabilidade pela derrota do âmbito tático (atribuição do treinador) para o técnico (prerrogativa dos jogadores). Com isso, gerou um ambiente insustentável, pois psicologicamente não há mais clima emocional para a convivência harmoniosa entre comissão técnica e atletas.

No mundo empresarial, vale o mesmo princípio. A dimensão física é representada pelo ambiente corporativo, desde sua infraestrutura até a importante integração de um novo funcionário aos demais colaboradores quando de sua admissão. O fator técnico está simbolizado pela descrição do cargo e da função.  O tático, pelo sistema de gestão adotado pela empresa. E o psicológico, pelas atitudes, tanto de líderes quanto de liderados. Líderes que, tal qual Felipão, sabem desenvolver empatia e estabelecer conexão emocional com sua equipe, exercendo autoridade, porém sem recorrer ao autoritarismo. Liderados que se envolvem, que se comprometem, que se entregam integralmente, de forma espontânea, autêntica e apaixonada.

Um último exemplo, dentro do contexto da segurança no trabalho, área na qual milito. O aspecto físico é dado pelo uso de EPIs e EPCs (equipamentos de proteção individual e coletivo). O técnico, pelas normas e procedimentos estabelecidos pela área de medicina, saúde e segurança no trabalho, algumas vezes em sintonia com o RH da empresa. O tático, pela gestão de saúde e segurança ocupacional. Mas, novamente, é o aspecto psicológico que faz toda a diferença. Por isso, a busca pelo índice de zero acidente em uma organização passa pela sensibilização de todos os funcionários de modo que uma vez paramentados, treinados e orientados, assumam uma atitude protagonista capaz de contribuir para a segurança individual e coletiva no ambiente de trabalho. [Webinsider]

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Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros. Visite www.tomcoelho.com e www.setevidas.com.br.

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