O futuro dos projetores de vídeo ainda está para ser escrito

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O sonho de muitos usuários deste hobby é montar o seu home theater não com uma tela de TV, mas com um projetor de vídeo de alto ganho. Embora o número de usuários de projetores diversos tenha se mantido ou até possivelmente aumentado ao longo dos últimos anos, ele provavelmente não chega nem perto do número de pessoas que usam a TV como display para filmes de cinema. E, justiça seja feita, as telas de TV evoluíram rapidamente de qualidade e aumentaram de tamanho, dando hoje uma qualidade de imagem que rivaliza ou é até melhor do que a tela de uma sala de cinema, se devidamente calibrada.

A adoção sem restrição de projetores esbarrou, e ainda esbarra, em uma série de empecilhos. Entre eles está o fator custo de manutenção: as lâmpadas convencionais custam quase o preço do aparelho, sua vida útil é relativamente curta e precisa ser instalado com cuidado, para se evitar queima dos elementos emissores de luz. Além disso, existe o problema da luminosidade do ambiente, pois projetores exigem salas com certo grau de obscuridade, para funcionarem corretamente.

Mas agora, com novas tecnologias emergentes, este cenário irá mudar drasticamente, e eu me arrisco a afirmar que os empecilhos de instalação ficarão restritos a preço e facilidade de montagem em um determinado ambiente.

O que permitirá que isto aconteça está justamente na tecnologia de iluminação e filtros, com capacidade potencial do aumento do número de lumens, gama de cores e resolução. Alguns modelos já são desenhados para vídeo com 4K, e isto certamente estimulará a mudança de tela de TV para telas convencionais.

 A tecnologia de fonte de luz com raio laser e LEDs

Segundo analistas, 2013 será o ano da fonte de luz com raio laser para projetores. Neste momento, existem dois tipos básicos de design, ambos com o uso de laser azul, mas um deles servido pelo acoplamento de dois LEDs, tornando-o assim um modelo híbrido.

Em ambos os designs um feixe de raio laser azul (emissão de 505 nm) incide sobre uma camada de fósforo separada da fonte, chamada de “remote phosphor” (“fósforo remoto”), que pode ser aplicada em qualquer posição diante deste feixe. De acordo com o seu tipo de fósforo, o fósforo remoto é excitado pelo laser azul e emite uma luz intensa: branca (RGB) no caso do modelo somente com o uso de um único laser, e verde, no caso do modelo híbrido. Este último consiste no uso do raio laser emitindo a cor verde (G) e LEDs para a emissão de cor azul (B) e vermelha (R).

A propósito, o fósforo remoto é também uma alternativa para o LED branco em muitas aplicações, uma vez acoplado a um LED azul. A montagem das placas de fósforo diminui significativamente o desvio de luz, ao mesmo tempo em que diminui o gasto de energia e custo de fabricação. A obtenção de cor branca é possível pela combinação dos fótons das luzes azul e amarela. No caso de um LED coberto por uma camada de fósforo, que é o exemplo mais simples, os fótons da luz azul do LED passam direto, enquanto o fósforo é excitado e emite fótons na cor amarela, permitindo a combinação na luz final emitida.

Os designs das modernas lanternas para projetores de vídeo, seja com emissão de LED ou laser, tem a vantagem precípua de transformar a fonte de luz de um tipo qualquer de filamento para componentes em estado sólido. Na prática, isto significa maior durabilidade (previsão de 20 000 horas de uso, ou oito anos no caso do laser), ausência de danos por movimentação acidental do aparelho (filamentos podem facilmente queimar por algum tipo de choque físico), possibilidade de uso do projetor em qualquer ângulo, maior controle sobre o espectro de emissão da fonte luminosa, e finalmente a eliminação virtual da manutenção do equipamento.

A fonte de sinal de vídeo pode tanto ser convertida em imagem pelo uso de LCDs, DLP ou LCOS. Ultimamente, o design com 3 LCDs tem sido favorecido por vários fabricantes, independentemente do uso de raio laser ou LED. A Sony, por exemplo, lançou em 2013 um modelo com laser azul, fósforo remoto, e montagem de espelhos dicroicos, de modo a obter RGB, antes da integração do sinal:

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A introdução de filtros dicroicos (filtros de interferência), no lugar de filtros de barreira (filtros de absorção), aumenta a acuidade da faixa de luz transmitida. Tipicamente, filtros de luz deixam passar energia nas faixas de comprimento de onda adjacentes, motivo pelo qual eles são imprecisos.

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O filtro dicroico deixa passar luz de um comprimento de onda e reflete a luz de outro comprimento de onda, com a ajuda de um depósito de filme metálico na superfície do vidro. O espelho dicroico é a mesma coisa, mas é caracterizado pela luz refletida ao invés da luz transmitida.

Na montagem do conjunto de 3 LCDs é usado uma matriz transmissiva feita de poli silicone cristalino de alta temperatura (HTPS). A integração é conseguida através de um prisma, com o somatório das imagens RGB.

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Lanternas com um feixe único de laser são mais recentes no mercado. Anteriormente, as lanternas mais modernas foram desenhadas com a ajuda de LEDs e DLP, e posteriormente com o uso de um design híbrido à base de laser e LED.

 

 

LED/DLP

Laser/LED Híbrido

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Evolução

Cada fabricante se esmera para oferecer alternativas de fonte de luz com economia, durabilidade e acuidade cada vez maiores. O que está em jogo não é só o número de horas de vida a ser atingido nem a quantidade de watts gasta, é também e principalmente a representação do espaço de cores necessário à qualidade da melhor imagem possível.

Está cada vez mais patente que o desgaste das lâmpadas convencionais levará a maioria dos fabricantes a diminuir a oferta de projetores com este tipo de fonte de luz. É bastante provável que em um futuro próximo estas lâmpadas se restrinjam ao mercado de reposição.

O uso de projetores em home theaters continua, entretanto, condicionado à existência de ambiente com luminosidade interna adequada, o que nem sempre é possível. O mercado de projetores visa principalmente o uso dos mesmos em instituições de ensino e ambientes corporativos, motivo pelo qual o segmento não para de introduzir novos, mais econômicos e duráveis modelos.

O dia-a-dia das pessoas fora destes ambientes é bem mais complexo. As instalações de áudio e vídeo precisam contemplar usos diversos, com a adoção, no caso da imagem, de mais de uma fonte de sinal. Isto torna o uso de projetores pouco prático, a não ser que o usuário vislumbre uma maneira de conciliar interesses.

De qualquer forma, parece evidente que o futuro dos atuais projetores de vídeo ainda tem muito para evoluir. E nós teremos que ser pacientes para descobrir que tipo de futuro é. No momento, projetores com 4K domésticos estarão por aí, mas os aparelhos de TV com esta resolução saíram mais rápido no mercado e poderão deixar em dúvida a decisão do consumidor potencial deste segmento. [Webinsider]

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Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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8 respostas

  1. Oi, Vagner,

    Sinceramente, eu não me atrevo a fazê-lo. Desde que eu escrevi este texto, os fabricantes preferiram investir mais na área de TV do que na de projetores. Com LED eu até agora não vi nenhum montado no Brasil. Existem projetores com boas especificações no site da Epson, mas todos operam com lâmpadas caras que duram pouco, um problema que já devia ter sido resolvido há muito tempo.

  2. Olá, Dermeval,

    O seu caso esbarra no problema do fabricante não ter o modelo no país e por isso não estoca peças.

    Eu acho isso muito injusto com o consumidor, e apesar da Dell ser uma empresa que nunca me deixou na mão, se eu enfrentasse um abacaxi como esse recorreria ao Procon.

    Eu entendo que a Dell não pode alegar que não dá assistência a um produto deles. Para fins de produtos de informática eu tenho certeza que eles têm oficinas autorizadas.

    E se não são capazes de oferecer manutenção deveriam lhe dar um projetor novo.

    Portanto consulte o Procon e cobre os seus direitos.

  3. Há dois anos caí na asneira de comprar um projetor de led da Dell, o M110 que agora no início de abril parou de projetar a cor azul, consultei o fabricante e eles informaram que eu deveria procurar alguém que efetivasse o reparo pois a Dell no Brasil não tem Assistência técnica, enfim estou com um mico na mão.

  4. Nolan,

    Duas coisas:

    1 – projetores deste tipo são de resolução baixa. Este modelo aceita 1080p, mas a tela vai a 854 x 480 pixels, segundo especificações da Philips;

    2 – o preço reflete o que são as taxações abusivas da alfândega brasileira, fato este que nos remete aos tempos infames do “importabando” da década de 1980, se você se lembra dele. O custo da taxação faz subir três a quatro vezes o valor de mercado, o que torna inviável uma compra sem uma avaliação com cuidado da relação custo-benefício.

    Em outras palavras: a gente até que poderia usar um brinquedo desses para se divertir, como nos tempos do Cine Barlan, mas a este preço, só se fosse por extravagância ou caduquice.

  5. Na Fenac,um micro-projetor LED da Philips,aceitando diretamente nele pen drive ou memcards em todos os formatos de video e mais hdmi,com imagem de 1080p sensacional.mas….R$2600… Muito caro ainda….

  6. Paulo, já vi essa imagem em feira, claro. É realmente espetacular, mas quando focamos no azul dá para ver que ele é um pouco mais ruidoso que as outras duas primárias. Aliás o Azul é complicado. Natureza (flores azuis), Física (dupla transição para produzir o fóton) e TV com a pior S/N explicam isso. Porém, o mundo artístico gosta dele (Cenógrafos, Arquitetos etc). Não pare de escrever.

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