Bibliotecas corporativas: momento de reengenharia

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Organizar, tratar e disseminar informações para gerar novos conhecimentos é função de toda e qualquer biblioteca, independente se pública, escolar, especializada ou universitária. E para as bibliotecas corporativas não é diferente – o que muda de um tipo de biblioteca para outra são seus clientes/usuários e a cultura organizacional.

Primeiramente toda unidade de informação deve transmitir através de seus produtos e serviços a missão, a visão, os valores e objetivos da organização na qual ela está inserida; do contrário não teremos uma unidade de informação dinâmica, mas sim, um depósito de documentos.

O conceito de biblioteca corporativa vai muito além de ser um depósito de documentos – ela atua de forma decisiva em muitos casos, pois é nela que o conhecimento da empresa está sendo gerido.

Atualmente atuo em uma universidade corporativa de uma grande empresa e posso dizer que as atividades realizadas ganham uma dimensão maior, visto que a biblioteca dá suporte ao desenvolvimento de novos produtos e também dá suporte à formação e capacitação da força de trabalho da empresa, além de incentivar o desenvolvimento cultural destes.

Este modelo tem sido adotado em muitas empresas, que passam a investir cada vez mais em informação e na formação de seus empregados. A biblioteca corporativa às vezes pode parecer uma biblioteca universitária, mas possui muitas outras especificidades. Assim, consideramos o funcionário como nosso negócio, nossa atividade e nosso cliente.

As bibliotecas corporativas são uma fonte de crescimento no poder de abstração, concentração, criatividade. E é sempre bom integrar o cliente/usuário através de troca de idéias, opiniões e sugestões. Afinal desenvolvemos o nosso trabalho para este fim.

E como nem toda a informação disponível está registrada em livros, é preciso olhar para as bases de dados disponíveis na internet, periódicos eletrônicos, outras bibliotecas e centros de documentação, cotações, informação digital etc.

Nesse aspecto o setor de referência se destaca pois é nele que há uma maior ligação cliente-biblioteca e onde é possível mapear as suas necessidades informacionais. Para isso é preciso que o bibliotecário tenha uma série de conhecimentos: sobre a empresa, o ramo onde atua, as bases de dados nacionais e internacionais, o perfil do usuário, administração e um pouco de TI. Do contrário o profissional da informação terá muitos problemas ao gerir a unidade.

Quem sabe as bibliotecas corporativas não são a nossa porta de entrada para uma reengenharia das bibliotecas para atender os anseios da sociedade da informação e do conhecimento. Depois da web, chegou a hora de criar a biblioteca 2.0. [Webinsider]

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Avatar de Rafael Marinho

Rafael Marinho (rafaelmarinho71@gmail.com) é arquiteto de informação, consultor em gestão da informação e mantém o blog Bibliotecário Virtual

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15 respostas

  1. olá Rafael,

    trabalho na editora CosacNaify e gostei muito do seu texto. Gostaria de conversar contigo sobre a possibilidade de sua empresa adquirir livros da nossa editora com desconto tanto para sua biblioteca quanto para seus funcionários e clientes.
    Fico à sua inteira disposição para falármos mais. Cordialmente, Marcela

  2. Pingback: Bibliotecas corporativas: momento de reengenharia | Agências Digitais da Bahia
  3. Olá Vera,
    Na verdade existe N formas de tabalhar com Transferencia do conhecimento, uma forma que gosto muito é chamar antigos profissionais da empresa para ministrarem cursos e workshops no interior da companhia, sobre comunidades de prática é interessante possuir um portal corporativo com uma boa arquitetura de informação, e acredite, fóruns de discussão e redes de relacionamento funcionam, seria um tipo de orkut corporativo onde profissionais podem colocar suas duvidas para serem respondidas por outros profissionais que detém o conhecimento promovendo uma interação e compartilhamento de informações e/ou conhecimento
    Acesso o site da SBGC – http://www.sbgc.org.br e lá você encontrará um banco de cases sobre GC.
    Só deixo claro que não existe uma forma genérica de procedimento, diversos fatores influenciam, tais como: cultura organizacional, disponibilidade dos profissionais, volume dos trabalhos, e sistematização, padronização e registro dos procedimentos.
    Mas é sempre bom realizar um benchmarking
    Espero ter ajudado.

  4. Olá..Rafael
    Gostaria de saber c/ trabalhar Transferência do Conhecimento Adquirido,entre empresas na área de Engenharia,como criar essas comunidades práticas?
    Fico grata por respts.vejo q. vc. trabalha ou trabalhou p/ PETROBRAS, pertençe SBGC,deve ter algum conhecimento,ou estudo de caso sobre tal tema..Obrigada, tenha uma semana de Paz e Produtividade…
    Verinha

  5. Olá caro Paulo Pontes, tanto as bibliotecas corporativas quanto as bibliotecas virtuais possuem finalidades estratégicas, cada uma em seu âmbito de atuação, a biblioteca corporativa dá suporte as atividades educacionais das universidades corporativas e o desenvolvimento técnico-científico da organização, já as bibliotecas virtuais disponibilizam seus acervos em ambiente web e geralmente contêm Teses e Dissertações, coleções de eBooks etc. Mas nada impede que uma biblioteca corporativa possua um extensão virtual ou disponibilize materiais digitalizados, tudo vai depender dos objetivos da organização.
    Espero ter respondido a sua pergunta.

  6. Olá sou eu novamente, gostaria de saber de você Rafael, sobre como ficariam as Bibliotecas Virtuais no ambito das organizações? As Bibliotecas Corporativas possuem um papel bem importante e até mesmo estratégico, porém as Virtuais também, como vc vê isso?

  7. Bem interessante sua concepção de Bibliotecas Corporativas, elas realmente são muito interessantes no ambiente organizacional!

  8. Fabiano Caruso, concordo com alguns pontos do seu comentário, o termo biblioteca 2.0 se refere a essa ausencia de necessidade de espaço físico e acervos em papel, você está com toda razão nisso.
    Porém não considero que os mediadores não sejam necessários se por um lado temos o Google, um importante mecanismo de busca e provedor de informações, temos também uma quantidade exponencial de dados e informações disponiveis na net. É preciso a atuação de bibliotecários e arquitetos da informação no que diz respeito a usabilidade e indexação dessas páginas e qualidade de recuperação destas.
    Nunca se precisou tanto de mediadores da informação quanto no nomento atual, as empresas já reconheceram isso. Na que eu trabalho por exemplo ano passado investiu cerca de 200 milhões em informação e bases de dados. E as bibliotecas é que fazem a gestão desse conteúdo e os bibliotecários da instituição promovem cursos e treinamentos para os professores para utilizarem os recursos das bases de dados.
    Precisa-se cada vez mais de Profissionais Especializados em Informação. O bibliotecário deixou de ser um mero disseminador de informações e passou a gerenciar todo o fluxo informacional disponivel, inclusive em ambiente web.

  9. O termo de Biblioteca 2.0 não se refere a um ambiente de biblioteca (escolar, corporativa, pública, etc.) – muito menos unidade de informação. Nem sobre a mentalidade tradicional de disseminação da informação (quem precisa de mais informação?) e serviço de referência (google e delicious = 99% do que a maioria precisa).

    O termo 2.0 aplicado a biblioteconomia é justamente sobre a não necessidade de espaços físicos, desentermediação, estrutura e hieraquias formais no desenvolvimento de serviços de informação.

    É a capacidade de desprendimento dos modelos acadêmicos tradicionais que criaram a biblioteconomia nacional – baseados em uma economia industrial e miopia de marketing.

    Para abraçar a capacidade de se pensar simplesmente: bibliotecas são apenas meios, não fins.

    Os intermediários estão ficando desnecessários (mediadores da informação é como vocês chamam?), precisamos de catalizadores, colaboradores e agentes de mudança.

  10. Leandro concordo com você que os desafios do PI são outros e eu citaria ainda a web.
    Temos uma grande ferramenta e um vasto campo de atuação porém estamos muitas vezes fechando os olhos para esse movimento irreversível que é a Internet, temos a faca e o queijo, sabemos gerenciar informações em qualquer suporte, mas por que temos tanta resistência com a nossa amiga WWW?

  11. Olá Rafael,

    A abordagem que apontou onde a biblioteca tem uma atuação mais forte no aprendizado organizacional e no apoio aos processos informacionais, foi tratada na década de 90 quando surgiram os Núcleos de Informação, justamente para dar conta de uma postura menos passiva do profissional de informação nas organizações. Grandes bibliotecas estão na verdade subordinada à núcleos de informação que incorporam processos que extrapolam o universo das bibliotecas tradicionais, como o desenvolvimento de produtos e serviços de informação relacionados ao modelo de negócio da organização.

    O desafio dos profissionais da informação de hoje é outro, na verdade trata de como as bibliotecas, e os núcleos de informação irão compreender o poder relacional e informacional das mídias sociais. Que novos processos podem ser incorporados no portifólio de atuação das bibliotecas e núcleos de informação tradicional, como desenvolvimento de comunidades online, pesquisa colaborativa, auto-aprendizado, e toda a gama de recursos oriundos da gestão da informação e da gestão do conhecimento no contexto 2.0.

    Abraços,
    Leandro Cianconi

  12. Bem interessante a construção do seu texto e as perspectivas que você tem em relação a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação.
    Precisamos de mais profissionais assim, que arrisquem, que inovem e pensem não apenas no futuro mas no que está acontecendo no dia-a-dia, as novas tecnologias e aplicá-las no seu trabalho. Parabéns!
    Só uma sugestão para novos artigos: aplicação da web 2.0 no ambiente acadêmico das universidades brasileiras, quais as tecnologias a favor da educação de do serviços de informação. Fica ai a sugestão.

  13. Bem legal esse artigo, da uma nova dimensão a atividade do profissional da informação.
    Taí a sugestão da biblioteca 2.0 é uma boa dica, bibliotecários do século XXI

  14. Este artigo é bem interessante…

    Estou pensando em criar uma espécie de biblioteca corporativa aqui na empresa baseada no delicious. Ou seja, ao invés de uma biblioteca propriamente dita, seria um espaço de recomendação de links e textos.

    Abraços!

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