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Sem segurar os óculos moldados e estabelecidos, com uma busca de liberdade para pensar e observar, o jornalista visionário penetra nas vitrines de sua ótica. Passa pelas janelas. Uma por uma. Limpa as partes ofuscadas e deixa a luz entrar em todo o ambiente de sua ótica. Percebe os detalhes microscopicamente, como se fosse uma tarântula com muitos olhos. Enxerga com a alma, com a intuição, com o inesperado, com a animação. É a vida em si.

Não se limita ao dito pelos livros, pelas bocas falantes, pelas doutrinas, pelas ciências, pelas tecnologias. Aos poucos, como uma borboleta presa num casulo construído pelo mundo, ele começa a se mexer, a romper as barreiras, as amarras, as paredes, os encostos, os lodos.

A casca do casulo, como o amanhecer do dia, começa a ser envolvida com os raios de luz, com a força libertária, com a expansão da existência, com o desapego total, com um olhar descompromissado e analítico. Resiste aos padrões, à robotização. Se liberta da instrumentalização dos saberes para se pôr na vastidão das guinadas das experiências.

Não toma os estudos, as pesquisas, as conclusões e os conhecimentos como acabados e totais. Isso, pois não é servo do exterior, do feito, do realizado. Apenas os vê como interpretações dadas. Convive com o realizado, mas não se funde nele. É performático.

Faz da vida um palco, onde as cortinas nunca são abaixadas, pois a performance é contínua, sem roteiros, restrições. Faz fotografias mentais dos momentos e exibe suas imagens ao expor suas ideias. A maioria gosta de criticar e ironizar suas atitudes, mas ele se põe numa posição de resistência. Sua crosta, formada por experiências e vivências, lhe garante a força para o combate, para o estirar do ferrão, para o armamento das potencialidades.

A ótica do jornalista visionário é desprotegida de vidros, proteções, seguranças. É tudo a olho nu. Isso lhe faz penetrar, com força, nas situações. Não tem pretensão de ser doméstico, institucional.

Elogia o diferente, escolhe os opostos, se aventura nos emaranhados da vida, e se torna uma expressão da curiosidade. Gosta de beber do inexplicável. Pois, aí, se sente na condição de desfrutar da sua ótica. Não atua com libertinagem, apesar de estar envolto pela coragem.

Admira a humildade, enquanto posicionamento profundo da alma. Vê a humildade como uma forma de se libertar dos rótulos. Faz suas tiradas, apesar de agir com concórdia e respeito perante ao todo, ao Universo, em suas formas invisíveis e visíveis. Não põe suas crenças nas superioridades materiais. Vê o todo como um conjunto de particulares. [Webinsider]

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Avatar de Juliano Sanches

<strong>Juliano Luis Pereira Sanches</strong> (julianoluis@ig.com.br) é jornalista, fotógrafo, folclorista e poeta. Mantém um <strong><a href="http://casadojulianosanches.blogspot.com/" rel="externo">blog</a></strong>.

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2 respostas

  1. Gostaria de sabe onde encontrar cursos de webinsider na Gde SP ou no Abc? Webinsider e Arquitetura da Informação, seria a mesma coisa?

    Obrigada!
    Amanda

  2. há horas que também me pego pensando como será meu futuro como jornalista, se vou ser defensora dos fracos e oprimidos, vou lutar por causas sociais, participar de uma ONG e usar do meu poder de Jornalista ou se vou preferir se um fantoche que aparece na tv.
    é muito lega de vez em quando ser utópico.

    Mas o mundo dá voltas…e o jornalismo, alias, a comunicação muda a cada instante e tudo pode ser diferente.

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