Especialista ou generalista: faça sua escolha

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É uma discussão que nem sempre está na pauta dos designers. Vale mais a pena ser um faz-tudo ou ficar no seu quadrado?

O que leva a um caminho ou outro é uma escolha do profissional? Observo que uma minoria age firmemente em direção à especialização ou generalização, com ênfase na primeira opção. É um esforço coordenado e consciente, não sendo apenas fruto do acaso, porque a tentação de fazer um pouco de tudo é muito grande.

Na graduação somos apresentados às várias áreas do design, mas dificilmente saímos da superfície, o que gera dúvida e às vezes uma falsa percepção de que “gostamos de tudo”. Pode-se gostar, mas você sabe fazer, dá conta? Como se diz por aí, tudo é muita coisa.

Normalmente, o profissional caminha para ser um especialista na medida em que determinados projetos alcancem sucesso e rendam outros dentro do mesmo escopo. Surge um nicho onde o designer se destaca, e aí passa se dedicar exclusivamente a ele.

E há o outro lado, quando somos procurados para um trabalho fora de nosso habitat natural. Nessa situação, pesar os prós e contras e controlar a vaidade são imprescindíveis: recusar um projeto que não é sua especialidade não o torna um profissional incompleto, apenas focado.

O que não esperamos é a dificuldade de abrir o leque de atuação quando temos nosso nome ligado a um tipo de projeto. Como seres humanos, naturalmente dividimos tudo em categorias e criamos uma resistência quando o que já está formado em nossas cabeças é questionado. Aí vem a pergunta: “ué, mas você faz isso também?”. É, lidar com gente não é fácil…

A favor dos generalistas, há o argumento de que um projeto tem uma metodologia que pode ser aplicada em qualquer situação. Mas essa metodologia ainda tem muito das primeiras escolas de design e hoje em dia o mundo ficou mais complexo. Cada tipo de job ? um site ou a sinalização de um hospital, por exemplo ? requer conhecimentos específicos que dificilmente um profissional dá conta sozinho. São raros os que nasceram para isso e transitam com desenvoltura entre as diversas demandas da atividade.

A abrangência pode ser justamente seu trunfo, seu diferencial. Porém, como já diz o ditado, a união faz a força, e os generalistas presentes no mercado, em sua maioria, são os escritórios de design e não o profissional autônomo. Ou seja, há uma estrutura que atende diversos tipos de projeto. E mesmo assim, não é todo escritório.

Agora, há um perfil melhor do que outro? Não acredito. É necessário que o profissional se conheça para saber como pode desempenhar melhor. E identificar oportunidades, seja para se ampliar sua área de atuação ou se dedicar com mais afinco a seu quadrado.

Todos temos o desejo de abraçar o mundo, mas é importante saber qual mundo conseguiremos abraçar. [Webinsider]

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Avatar de Fabio Camargo

<strong>Fabio Camargo</strong> (fc@rpressdesign.com.br) é designer gráfico, sócio-diretor de criação da <strong><a href="http://www.rpressdesign.com.br" rel="externo">RPress Design</a></strong>.

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14 respostas

  1. sou freelancer buscando profissionalizacao, mas depois de ler os artigos deste site fiquei com medo. há chances para quem mora no interior e dispoe de poucos cursos?

  2. (Fantástico o quanto é possível aprender lendo os comentários de todos vocês, obrigado).

    Tudo isso me faz acreditar que não existe especialista que não tenha sido generalista.

    Primeiro, você abre seu leque (seu canivete) e depois por um determinado tempo você se foca apenas em uma área (escolhe a faca ou o abridor de latas).

    Mas depois de um certo tempo é provável que a sua escolhe não se adapte mais ao novo ambiente, então novamente você abre seu leque (canivete) e escolhe um novo caminho (uma nova ferramenta).

    Me parecesse mais um processo doq ue uma escolha ou outra..

    O termo Nexialista também parece bem interessante, @Robson, que tal começar um artigo na wikipedia: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Especial%3ASearch&search=nexialista&go=Ir

    Abraços.

  3. Bom vou falar como Engenheiro Agrônomo, fazendo uma analogia:

    A monocultura (especialista) gera maior renda e igualmente maior risco, ou seja, qualquer alteração no ambiente ou no mercado é muito percebida pois afeta de forma total os negócios.

    A policultura (generalista) gera menor renda mas é mais estável. Se vir as intempéries, elas irão afetar uma parte e não a totalidade dos negócios.

    Você escolhe seus riscos…

  4. O velho ditado diz: Não coloque todos seus ovos em uma cesta só?.

    Isso vale principalmente para designers, a verdadeira inovação não está na especialização e sim na generalização e o nexo entre as disciplinas, compreender o todo é tarefa complicada, mas hoje no design interativo, se você não tem conhecimento de determinada disciplina você pode colocar comprometer todas as áreas.

    Especialistas são limitados sempre serão, acredito que os especialistas têm suas áreas especificas, e que eles são por demais de necessários, mas quando se trata de desenvolvimento de novos produtos, criação, não tem como ser especialista, a visão tem que ser muito mais ampla;

    É uma questão de escolha e capacidade;

    Robson Chagas

  5. Acredito que devemos focar algo e nos especializar nela, assim conseguiremos atingir um grau de excelencia muito maior no trabalho, mas concordo que podemos fazer outras funcoes muito bem sem perder a qualidade.

    Dou um exemplo no qual eu mesmo vivo, trabalhei 8 anos com TI no qual me destaquei e hoje eu trabalho com Gerenciamento de Projetos WEB e tambem obtenho destaque igual ou maior, estou nela tambem procurando me especializar o maximo que puder, com isso pretendo PMI e outros que vao me ajudar a chagar no meu Objetivo.

    EM FIM EU VOTO POR ESPECIALISTA!!!

  6. Nem Especialista muito menos Generalista, sim Nexialista!

    Designers de destaque são nexialistas, que significa hoje uma espécie de supra-ciência que integra de maneira sinérgica, complementar e seqüencial as várias disciplinas que compõem o conhecimento humano, de modo que as coisas e atividades façam nexo entre si. Trabalhando com os paradoxos da consistência e do determinismo, é uma abordagem que aproveita os insights gerados por diferentes disciplinas e integra esses insights de maneira que produza resultados exponenciais.

    Lembra do ZAZ?

    abrax
    Robson Chagas

  7. Essa discussão é ótima, assuntos assim que fazem a nossa área tornar-se cada vez mais profissional e alinhada.

    O Diego Eis disse isso http://www.tableless.com.br/canivetes-na-web, eu concordei em partes http://www.ederprado.com/2009/02/seja-canivete-suico-mas-tenha-faca-bem.html, pois sou a favor de ter o conhecimento multidisciplinar, mas desde que a pessoa sabia conversar sobre diversos assuntos do seu ramo.

    Creio que ser especialista em algo é fundamental, pois você mostra eficácia e segurança naquilo que desenvolve. O problema é quando você só sabe aquilo e se transforma uma pessoa limitada e incapaz de absorver coisas novas.

    Enfim, é uma discussão legal, tem que ser levada a frente e a minha opinião sobre isso é: Seja um canivete suiço, mas tenha faca bem afiada.

  8. Acredito que o mais importante é sempre se estar aberto a novas experiências profissionais. Eu sempre trabalhei com design gráfico, porém, de uns tempos pra cá resolvi começar a mexer com web. Falta muito para alcançar o mesmo conhecimento que tenho na mídia impressa, porém cada vez tenho mais interesse nisso, não para mudar meu foco, mas para complementar meu trabalho. Acho essa a melhor lógica, como a Elia disse, ser um especialista em algo, mas se permitir conhecer outras áreas, assim fica muito mais fácil desenvolver um trabalho em grupo, já que você saberá as possibilidades e limitações de todas as áreas e também poderá contribuir com o trabalho de todas elas.

  9. Olá,

    Não acredito em pessoas focadas, quem sabe fazer bem uma única coisa, em minha opinião é peão de fabrica. Pessoas assim são úteis para você dar tarefas chatas a elas, para que elas simplesmente executem….

    Assim, veja os grandes homens da humanidade:

    Leonardo Da Vinci
    Steve Jobs
    frederich nitsche
    Charles Babbage
    etc …

    Eles por um acaso eram especialistas? creio que não.

    Bom, esta é só minha opinião que é um pouco discordante do texto.

  10. Bem pessoal eu penso um pouco diferente, acho que no mundo em que vivemos não basta ser especialista em uma área é um fato que de tempos em tempos o mercado de trabalho procura cada vez mais pessoas qualificadas para determinadas atividades, mas também é verdade que cada vez, mas temos que ser polivalentes. Falo isso baseado em minhas experiências pessoais.
    Observo que tempos atrás e nem tanto tempo assim, um webdesign precisava trabalhar com um editor de HTML de imagens, programas para FTP.
    Hoje a realizada é outra ele precisa entender de design, HTML, programas de imagem, configurações de servidor, semântica, padrões web, sites de busca e por ai vai.
    Nós podemos sim, ser muito bom em determinada área, mas não esqueça possuímos uma enorme capacidade para desenvolver, descobrir, reinventar em fim aprender.
    Para mim o que vale é o conjunto da obra e não apenas uma parte.
    Abraços a todos.

  11. O pato é uma ave bem generalista. Voa, nada e anda. Mas em nenhuma delas ele é bom: voa mal, nada estranho e anda mais estranho ainda.

    O generalista até quebra um galho, mas na hora do vamos ver quem é bom mesmo é o especialista.

    Agora, o especialista que ainda sabe um pouco do resto é o melhor. Ele voa MUITO BEM, mas se precisar ele anda e nada na boa…

  12. Em momentos de crise, penso que é melhor ser um especialista do que um generalista. Estou vivenciando isso na pele, pois tenho uma capacidade grande e rápida de aprendizado e durante minha carreira tenho atuado em várias áreas e diferentes tipos de projetos, nunca me tornando um especialista nos assuntos, mas transitando muito bem entre eles. Nesse momento, os projetos estão minguando e um generalista é mais facilmente descartado do que um especialista, pois ele se envolve com tudo, mas não cuida de nada.

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