Saber estar é conceito de presença digital

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Dois slides em minhas palestras pelo Brasil chamam a atenção. O primeiro mostra uma infinidade de logomarcas de redes sociais, onde aparecem YouTube, Orkut, Facebook e Twitter e várias outras comunidades que nem todos conhecem (inclusive eu), como Hi-5, Sonico, Ning, LastFM, Renkoo, Squidoo, Shozu, Bloop, Drimio, PageFlakes, Vimeo e Tail Rank.

Cada uma das redes tem as suas particularidades, o seu “DNA”. E cabe aos profissionais de web saber como cada usuário interage com elas.

Não acredito que devemos conhecer todas – afinal o slide mostra mais de 300 redes -, mas é necessário conhecer as principais e entender onde o seu consumidor está, para interagir com ele nessa rede e fazer com que se interesse, fale e se engaje com a sua marca.

Presença digital vai além das redes sociais

O outro slide que chama muita atenção apresenta o tema presença digital, que na minha opinião será o grande assunto de 2010.

E que vai além de redes sociais, pois há vários pontos de contato do usuário ou consumidor com as marcas no ambiente digital.

Ao iniciar um planejamento estratégico digital, tenha sempre o foco pensar na presença digital da marca ou marcas com as quais trabalha.

Estar onde o usuário está

O site é apenas a ponta do iceberg e o usuário também está além do Google ou Orkut. O usuário está no iPhone, no MSN, em um game, no Slideshare e até mesmo no Formspring, rede que está começando a crescer no Brasil e acredito será uma das febres do começo de 2010.

Vamos ver alguns exemplos de presença digital, mas deixando de lado os mais conhecidos (blogs, Twitter, YouTube, Orkut e Facebook), pois são redes obrigatórias para qualquer marca.

Presença digital é um termo que a web 2.0 potencializou para as marcas, que através de suas agências e profissionais de planejamento, devem saber trabalhar. Presença digital é estar onde o usuário está.

O usuário joga

Se o seu usuário é um ávido jogador de game, você deve estar em um game, como por exemplo o Kick Off (Ongame).

2010, além dos tradicionais campeonatos (paulista, brasileiro, copa do Brasil, sulamericana, libertadores e mundial) é ano de Copa do Mundo. Investir sua marca em um game de futebol pode ser uma boa estratégia. É interessante buscar games (e o KickOff faz isso) onde o jogador interaja com a sua marca – é o caso da Coca-Cola dando mais força ao jogador virtual ou a Nike dando um chute mais potente se o usuário escolher uma chuteira Nike N90.

Quando falamos de presença digital, as redes sociais são a principal ferramenta para uma presença que faça a diferença. Primeiro, porque há diversas redes, com diversas finalidades; segundo, porque o brasileiro é apaixonado por essa ferramenta.

O ser humano tem a necessidade de se relacionar e hoje em dia não é estranho quando em focus groups ouvimos que “meus amigos são aqueles que estão no meu Orkut ou MSN…” Recentemente o Ibope fez uma pesquisa que comprova isso.

Usa localizadores

Presença digital é pensar nas ferramentas que o usuário pode querer usar e como estar nestas ferramentas.

Um outro exemplo, é o software AroundMe do iPhone, um dos mais fantásticos que tenho e uso. Gratuito, o usuário pode estar na Avenida Paulista e querer saber onde tem uma agência do Banco Real. Ele abre o software e seleciona “Bank”. O software localiza sua posição via GPS e lhe mostra as agências próximas a você em um raio de até 10km. Você seleciona a mais próxima (o sistema lhe mostra quantos metros ou quilômetros você está de cada um dos pontos) e depois clica em Maps, onde ele vai te mostrar o caminho que você pode seguir.

E se o usuário quiser fazer um um lanche ou buscar um restaurante por quilo? Ele pode selecionar “Restaurante” e localizar o mais próximo – e uma marca de restaurantes da Paulista pode fazer uma ação nesse sistema ou até mesmo usar um link patrocinado ali.

Quer ver uma ação ainda melhor pelo iPhone? Veja neste vídeo o que o Bradesco fez usando iPhone, realidade aumentada, localizador, GPS, mapas, vídeos e pensando em presença digital para a sua marca no mobile.

Compartilha fotos

Com o surgimento das câmeras digitais, o brasileiro começou a tirar foto de tudo o que via pela frente. Sem a necessidade da revelação (revela-se apenas as realmente mais importantes) e com os memory cards cada vez mais poderosos, que conseguem armazenar mais de 1 mil fotos, os programas como Flickr e Picasa ganharam força, assim como os celulares com câmeras potentes, como os da Sony com mais de 8 megapixels!

O brasileiro gosta de compartilhar o que ele acha interessante. Talvez para nós o churrasco do final de semana do “Zezinho da Vila Maria” não seja interessante, mas para os 30 amigos dele da rua e do escritório sim. E se nessas fotos aparecer o logotipo da Nova Schin? Ou se a Nova Schin proporcionar um espaço onde o Zezinho possa colocar suas fotos e enviar gratuitamente a seus amigos?

E esse conceito eu levo para vídeos – e não apenas o YouTube, mas também o Vimeo e o Google Vídeos por exemplo… ou até o MySpace, Orkut, Facebook…

São inúmeras ferramentas onde se pode “brincar” com fotos e vídeos; isso sem falar dos softwares gratuitos que se pode baixar em sites como grátis.com.br ou baixaki.com.br que os usuários podem fazer montagens (edição de vídeo, apresentações, softwares similares ao photoshop, redutor de olhos vermelhos).

Será que uma marca não se interessa em unir em um mesmo site todas essas ferramentas para que o usuário, ao invés de acessar quatro ou cinco lugares, encontre tudo em um só e a marca “patrocine” tudo isso? Será uma experiência agradável para o usuário que com certeza será repassada – tanto a marca como esse prazer – a outras pessoas, do seu convívio. Estão aí mais alguns pontos de contato do consumidor com a web, onde marcas podem explorar.

Os buscadores são grandes armas para que o usuário localize marcas e produtos. Pesquisas mostram que 93% dos usuários usam buscadores e desses 86% usam o Google. Isso significa que uma marca tem que estar no Google – mas não apenas no Google, afinal outros 14% usam o Yahoo! Bing, Ask.com. Com a fusão do Yahoo e Microsoft (que tem o Bing como seu buscador) existe uma tendência de que o Google perca mercado, por isso estar na busca natural e em links patrocinados em outros buscadores é uma estratégia da presença digital a ser muito considerada.

Amigo leitor, o que eu quis passar com esse artigo é que a 2010 será o ano da presença digital. Não é porque o Twitter é uma febre, porque 67% dos cadastros no Orkut são brasileiros ou porque o YouTube e o Google tem seus maiores acessos no Brasil que as marcas e agências devem ficar “míopes” apenas para essas redes, devem dedicar mais esforços a eles, claro, mas não apenas a eles.

Sim, há consumidores – mesmo que poucos – em uma comunidade do Portal Limão ou no Sonico, por exemplo. Mas as redes são feitas por pessoas, logo se existem 50 potenciais consumidores no Sonico de uma marca, esse número pode pular para 250 se esses 50 enviarem alguma mensagem – com o patrocínio da marca – para apenas 5 amigos.

Resumindo

É importante perceber que 35% dos acessos a web via celular vêm do iPhone, celular que permite que as pessoas baixem softwares exclusivos e relevantes, pelos quais jogam, acessam a web e se localizam – e compartilham o resultado com sua rede de contatos, física e virtual.

E que o brasileiro joga – e muito. E não apenas a “molecada”; muitos homens e mulheres na casa dos 30 a 40 anos jogam games via PC, Nintendo Wii, iPhone, Nokia N95…

E que o usuário, quando gosta de algo, compartilha – e para isso usa o Digg, o Delicius, o Twitter…

Devemos considerar que o Slideshare serve para baixar o manual de instruções de um produto ou o catálogo da sua loja – e compartilhar também.

Há uma infinidade de softwares, programas e ferramentas sendo usados e não há necessidade das marcas estarem em todos, mesmo que de graça. O que importa é entender onde o seu consumidor está, como interagir com ele e de que forma.

Na presença digital existe uma “lei” importante: não basta estar no mundo digital, é preciso saber estar. [Webinsider]

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Avatar de Felipe Morais

Felipe Morais é diretor da FM Consultoria em Planejamento. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão de Ecommerce da Impacta. Autor do livro Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva).

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3 respostas

  1. ola Felipe,

    legal saber que o brasileiro joga…e joga muito,agora entendo melhor o porque de algumas marcas unirem game com a sua publicidade.

    parabéns pelo artigo!!
    Alessandra.

  2. Olá Felipe,
    obrigada por mais um excelente artigo. Todos eles são de grande valia para mim, sem duvida nenhuma ter descoberto você no mundo digital abriu um grande universo de conhecimento para mim até então quase que inexistente.
    Valeu!!

    Maria Rivas

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