Discos de corte direto são relíquias do passado

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Gravações originárias das sessões de corte direto ouvidas hoje podem revelar problemas de captura nunca antes observados. Independente disso, reedições do gênero continuam disponíveis para compra.

 

Na década de 1970 houve um momento especial para a maioria dos audiófilos: o lançamento de prensagens limitadas de discos de corte direto, já previamente comentados por mim anos atrás.

Depois de algum tempo, muitos audiófilos se sentiram enganados com a tal mensagem de “prensagem limitada”, porque os estúdios haviam gravado cópias de segurança em fita magnética convencional, a qual era ironicamente creditada como principal fonte de distorção nos elepês da época.

Discos de corte direto custavam uma pequena fortuna, e quem podia comprava o que saía, com receio de ficar sem eles ou entrar no mercado de usados pagando um preço ainda mais elevado. O som, obviamente, era de alta qualidade, muito embora eu e amigos amantes do áudio iríamos eventualmente constatar que discos de corte direto nunca deixaram de exibir algum tipo de distorção.

Doug Sax, falecido em 2015, capitaneou a Sheffield Lab, junto com Lincoln Mayorga, sendo ambos pioneiros e principais advogados do super analógico corte direto. Sax chegou a propor o banimento de gravações digitais com o slogan estampado em camiseta “Stop (The) Digital Madness” (Parem Com a Loucura Digital). Mais tarde, ironicamente, Doug Sax trabalhou com PCM e outros codecs, até o fim da sua vida como engenheiro de gravação.

 

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A sombra do passado

Dias atrás eu resolvi revisitar a gravação histórica dos excertos de Romeu e Julieta, peça composta por Prokofiev, com a Filarmônica de Los Angeles, regida pelo alemão Erich Leinsdorf.

 

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As matrizes analógicas da cópia de segurança do disco original foram transcritas para CD com matriz de 20 bits, e a prensagem feita com o CD banhado a ouro, uma daquelas excentricidades que não adiantam coisa alguma na hora da reprodução. O processo de transcrição foi chamado por eles de “20 à16 Ultra Matrix Processing”.

A gravação com Leinsdorf, com apenas um microfone, foi feita na M-G-M, onde a orquestra daquele estúdio havia gravado a trilha sonora para a maioria dos filmes.

Na época em que o disco de corte direto foi lançado as revistas especializadas, tipo Stereo Review, por exemplo, babaram na gravata. E eu fui um que também fiquei impressionado com a acústica e a coerência de fase por eles conseguida.

O que hoje em dia impressiona negativamente é que não importa quantas transcrições “ultra analógicas” forem feitas, as limitações da captura original continuam lá! E se tornaram mais fáceis de observar nos equipamentos com excelência de pós-processamento do áudio digital de qualquer formato.

Durante anos eu ingenuamente achava que gravações puristas só seriam conseguidas com o uso minimalista de um ou poucos microfones, uma vez realizada em ambiente analógico. Ledo engano.

Mas, afinal, o que mudou na minha audição de lá para cá, fora o peso da idade? Entre outras coisas, foi a observação de que a colocação de um único microfone na frente de uma orquestra sinfônica pode (e de fato acontece nesta gravação da Sheffield Lab) acarretar a perda de foco nas diversas seções da orquestra. Via-de-regra, a gravação fica totalmente dependente da acústica local.

E vou mais além: hoje em dia a grossa maioria dos codecs digitais de captura ou de mixagem acabou ficando anos luz à frente em avanço de qualidade, comparativamente aos antigos discos de corte direto. É inevitável alguém atualmente observar que a clareza na reprodução do áudio digital se tornou aliada à reprodução espacial do som das orquestras, e isso não tem absolutamente nada a ver com o som purista e minimalista de antigamente.

Ouvindo agora o esforço honesto de Leinsdorf daquela época, percebe-se que a distribuição espacial não impressiona mais. Partes da orquestra parecem estar tocando lá em Honolulu, tal o efeito nefasto do afastamento do principal microfone de captura.

Ainda é possível se observar a dinâmica da fita analógica de backup feita pela Sheffield Lab, mas o desequilíbrio tonal torna a audição particularmente desconfortável. Como eu não tenho mais o elepê de corte direto, não consigo comparar e ver se o problema estava de fato nas fitas matrizes, como proposto por Doug Sax naquela época.

Preconceitos contra o formato

Gozado é que na época em que eu frequentava a Gramophone lá da Gávea, eu ouvia gente dizendo que essas gravações de corte direto eram “perfumaria”, e quem afirmava isso eram pessoas ferrenhas adeptas da música clássica, e por isso eu entendia que elas se referiam à interpretação ou à escolha errada de excertos das peças e não da peça inteira, ao invés do processo de gravação. Seriam, digamos assim, discos para exibição de tecnologia, nada mais além disso.

Até hoje, eu acho que essas opiniões eram resultantes da falta de visão de quem opinava, porque o disco de corte direto tem obrigatoriamente uma limitação de gravação para algo em torno de 15 a 17 minutos em cada lado, de modo a evitar a compressão de sinal quando a agulha chega próxima do centro do disco. Em função deste limite os engenheiros se preocupavam, antes de qualquer coisa, em garantir o espaço físico na hora do corte do acetato, e por isso era inevitável limitar o conteúdo musical ao espaço disponível naquela faixa de tempo.

O avanço inexorável dos processos de reprodução não deveria tornar obsoleto o que foi conseguido no passado. Ao invés disso, pessoalmente eu prefiro referenciar as tentativas de conquista daquela época, mesmo sabendo que esses formatos caducaram ou que os discos eram “perfumaria”.

A Sheffield Lab ainda vende CDs de algumas dessas matrizes, custando os tubos, e se alguém achar algum disco para vender em outro lugar vai pagar ainda mais caro. Vinil nem pensar. Vários desses CDs são prensagens com banho de ouro, na suposição de que eles se tornam mais resistentes à deterioração da mídia com o passar do tempo. Portanto, os discos e as gravações continuam sendo prestigiadas, não importa o tempo em que foram feitas. Outrolado_

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Gravações da Command Records, sua história e legado

 

Do tempo das diligências ao som digital

 

Atração pela obsolescência e tecnologia ultrapassada

 

À procura do som de alta fidelidade

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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0 resposta

  1. Prezado Paulo:
    Você sabe a minha opinião.Por melhor som que dizem que o vinil tem,duas coisas me fazem detestá-lo. Chiado,mesmo que baixo e os malditos estalinhos. Inaceitáveis no seculo XXI. Tecnologia do século 19,mecanica dos toca discos obsoleta,o problema das capsulas e agulhas,a deterioração desse suporte. Agora reslmente os clicks que se multiplicam com o passar dos anos. Não Paulo,o vinil morreu.Foi uma praga suportável. Que nem o cassete e o VHS.

    1. Oi, Nolan,

      Você como homem de estúdio sabe bem como é frustrante ouvir uma master com qualidade e depois ouvi-la cheia de artefatos quando reproduzida no disco de vinil. Para mim, a despeito de bons momentos do passado, este é um formato para o qual eu não volto nunca mais. Dizem os antigos profetas que não se deve afirmar que “desta água não beberei”, porque não se sabe o dia de amanhã. Pode ser, mas até hoje nunca me arrependi de ter tomado certas decisões, principalmente no que tange ao mundo musical que me cerca!

      1. Paulo só aproveitando seu gancho sobre “desta água não beberei” assisti um vídeo antigo em P&B sobre o processo fabril da RCA, e realmente essa técnica hoje é considerada rudimentar, pois mesmo o vinil sendo proveniente de um processo de eletrólise química, se isolarmos os chiados e estalos, esse foi o último precursor com boa qualidade de áudio analógico que resistiu, pois ao longo das décadas houveram claras melhorias e evoluções de novas tecnologias, mas infelizmente a própria indústria também abandonou, como no caso do famoso gravador de estúdio A-Dat Alesis HD24 MultiTrack, que (na minha opinião) tinha uma qualidade de som digital comparável a um Master gravado em analógico no famoso Studer A80 de 2 polegadas. Eu teria uma sugestão para a evolução definitiva e popular de formato do áudio analógico para o digital, seria a criação de um Mini-Disk pequeno e portátil (igual ao lançado pela Sony), mas no formato de gravação do Blu-Ray áudio, mas o mercado e o consumidor (que tem poucas referências sobre o áudio analógico), dificilmente irá aceitar uma evolução desse tipo, pois vai continuar engolindo e achando bom os MP’3 da vida… Resumindo “a referência” do que existiu de melhor do áudio analógico em nossas memórias, será levado conosco para a sepultura, pois só os mais “vividos” souberam e ouviram o que é áudio puro. Um abraço.

        1. Oi, Rogério,

          Há algum tempo atrás, eu comprei um concerto em Blu-Ray, codificado com DTS-HD MA 5.1 canais e fiquei imediatamente impressionado com a resolução obtida. Continuo achando o som daquelas máquinas Studer soberbo, mas no ambiente doméstico até agora não ouvi nada que rivalize DTS e Dolby de alta resolução. Até no streaming, quando transmitem em PCM 5.1, o som amplificado é exemplar.

          Mas, como você mesmo observa a apreciação desta evolução diz muita mais respeito aos mais vividos, infelizmente. Eu vejo isso com os meus filhos, que foram para o digital e para o streaming muito mais por conta de suas conveniências pessoais, e não pela qualidade do áudio.

          Aquele meu amigo cujo falecimento eu relatei em uma coluna era uma pessoa de ouvido privilegiado, guardou a vida toda os toca-discos que ele comprava ou montava, e ainda uma imensa coleção de vinil. Mas, ele foi um daqueles que adotou precocemente o CD, e quando ele decidiu levar os primeiros discos no círculo de audiófilos conhecidos, a maioria torceu o nariz! E ele, é clado, ficou decepcionado.

          Quando eu comecei a escrever no Webinsider este meu amigo me pediu muita cautela ao afirmar certas coisas a respeito do vinil, por causa dessa vivência dele. E eu, é claro, tomei uma certa cautela, mas nunca a ponto de ignorar o meu estudo prévio e o pseudo estágio que eu fiz na sala de corte super moderna da falecida Polygram.

          Como eu hoje sou um idoso esperando o dia de passar dessa para melhor, eu não hesito em afirmar que a tecnologia do disco analógico tem problemas insolúveis, motivo pelo qual todos nós vibramos com os discos de corte direto quando estes apareceram. Um outro amigo meu, o Solon do Valle, também falecido, me mostrou um dia um disco de corte direto da Crystal Clear e me provou a distorção frustrante da gravação. Então, a gente percebia que o fator qualidade não era necessariamente ligado ao processo do corte direto em si.

          No estúdio, as fitas alfa, saídas da sala de gravação, sempre foram coonvenientemente trabalhadas para o melhor corte do acetato possível, considerando as conhecidas limitações do disco final. Motivo pelo qual, selos como o da Analog Productions saíram à cata dessas fitas alfa para masterizar um SACD de múltiplos canais.

  2. Prezado Paulo:
    Você sabe a minha opinião.Por melhor som que dizem que o vinil tem,duas coisas me fazem detestá-lo. Chiado,mesmo que baixo e os malditos estalinhos. Inaceitáveis no seculo XXI. Tecnologia do século 19,mecanica dos toca discos obsoleta,o problema das capsulas e agulhas,a deterioração desse suporte. Agora reslmente os clicks que se multiplicam com o passar dos anos. Não Paulo,o vinil morreu.Foi uma praga suportável. Que nem o cassete e o VHS.

    1. Oi, Nolan,

      Você como homem de estúdio sabe bem como é frustrante ouvir uma master com qualidade e depois ouvi-la cheia de artefatos quando reproduzida no disco de vinil. Para mim, a despeito de bons momentos do passado, este é um formato para o qual eu não volto nunca mais. Dizem os antigos profetas que não se deve afirmar que “desta água não beberei”, porque não se sabe o dia de amanhã. Pode ser, mas até hoje nunca me arrependi de ter tomado certas decisões, principalmente no que tange ao mundo musical que me cerca!

      1. Paulo só aproveitando seu gancho sobre “desta água não beberei” assisti um vídeo antigo em P&B sobre o processo fabril da RCA, e realmente essa técnica hoje é considerada rudimentar, pois mesmo o vinil sendo proveniente de um processo de eletrólise química, se isolarmos os chiados e estalos, esse foi o último precursor com boa qualidade de áudio analógico que resistiu, pois ao longo das décadas houveram claras melhorias e evoluções de novas tecnologias, mas infelizmente a própria indústria também abandonou, como no caso do famoso gravador de estúdio A-Dat Alesis HD24 MultiTrack, que (na minha opinião) tinha uma qualidade de som digital comparável a um Master gravado em analógico no famoso Studer A80 de 2 polegadas. Eu teria uma sugestão para a evolução definitiva e popular de formato do áudio analógico para o digital, seria a criação de um Mini-Disk pequeno e portátil (igual ao lançado pela Sony), mas no formato de gravação do Blu-Ray áudio, mas o mercado e o consumidor (que tem poucas referências sobre o áudio analógico), dificilmente irá aceitar uma evolução desse tipo, pois vai continuar engolindo e achando bom os MP’3 da vida… Resumindo “a referência” do que existiu de melhor do áudio analógico em nossas memórias, será levado conosco para a sepultura, pois só os mais “vividos” souberam e ouviram o que é áudio puro. Um abraço.

        1. Oi, Rogério,

          Há algum tempo atrás, eu comprei um concerto em Blu-Ray, codificado com DTS-HD MA 5.1 canais e fiquei imediatamente impressionado com a resolução obtida. Continuo achando o som daquelas máquinas Studer soberbo, mas no ambiente doméstico até agora não ouvi nada que rivalize DTS e Dolby de alta resolução. Até no streaming, quando transmitem em PCM 5.1, o som amplificado é exemplar.

          Mas, como você mesmo observa a apreciação desta evolução diz muita mais respeito aos mais vividos, infelizmente. Eu vejo isso com os meus filhos, que foram para o digital e para o streaming muito mais por conta de suas conveniências pessoais, e não pela qualidade do áudio.

          Aquele meu amigo cujo falecimento eu relatei em uma coluna era uma pessoa de ouvido privilegiado, guardou a vida toda os toca-discos que ele comprava ou montava, e ainda uma imensa coleção de vinil. Mas, ele foi um daqueles que adotou precocemente o CD, e quando ele decidiu levar os primeiros discos no círculo de audiófilos conhecidos, a maioria torceu o nariz! E ele, é clado, ficou decepcionado.

          Quando eu comecei a escrever no Webinsider este meu amigo me pediu muita cautela ao afirmar certas coisas a respeito do vinil, por causa dessa vivência dele. E eu, é claro, tomei uma certa cautela, mas nunca a ponto de ignorar o meu estudo prévio e o pseudo estágio que eu fiz na sala de corte super moderna da falecida Polygram.

          Como eu hoje sou um idoso esperando o dia de passar dessa para melhor, eu não hesito em afirmar que a tecnologia do disco analógico tem problemas insolúveis, motivo pelo qual todos nós vibramos com os discos de corte direto quando estes apareceram. Um outro amigo meu, o Solon do Valle, também falecido, me mostrou um dia um disco de corte direto da Crystal Clear e me provou a distorção frustrante da gravação. Então, a gente percebia que o fator qualidade não era necessariamente ligado ao processo do corte direto em si.

          No estúdio, as fitas alfa, saídas da sala de gravação, sempre foram coonvenientemente trabalhadas para o melhor corte do acetato possível, considerando as conhecidas limitações do disco final. Motivo pelo qual, selos como o da Analog Productions saíram à cata dessas fitas alfa para masterizar um SACD de múltiplos canais.

  3. Olá Paulo. Se me permite gostaria de tecer alguns esclarecimentos sobre esse tema. Na década de 80 na extinta gravadora chamada Transamérica Produções, atuei como técnico matrizador. Todas as “matrizes de acetato” numa época (Graças a Deus) que não existiam arquivos digitais de nenhum tipo, as “matrizes” tinham como origem fita de rolo magnética. O processo funcionava da seguinte forma; raramente recebíamos a “fita master de 2 polegada de 16 ou 24 canais” para confeccionar a “matriz de acetato”, o mais comum era receber uma fita magnética chamada de “matriz” de 1/4 estéreo”, que dava origem ao “master de acetato’ que posteriormente era confeccionada as madres. Agora Paulo note essa “discrepância”… Nas atuais fábricas em funcionamento principalmente do Brasil, estão adotando o seguinte lema… -Pagou prensou ! Essa “fabriquetas” estão utilizando qualquer fonte de sinal como “master” inclusive da internet. Verdadeiras porcarias em formato de vinil. Não investiria 1 centavo comprando os atuais vinis a venda por aqui, principalmente os nacionais. Afinal Disco de vinil de “qualidade” é coisa do passado, encontrado só em sebos. Abraço

    1. Pois é, Rogério, algum tempo atrás a Som Livre desmontou tudo e passou a usar arquivos mp3 para masterizar. Na prática, pouco importa, porque o público alvo deles mudou radicalmente.

      Um amigo meu estagiou na Polygram na década de 70, e lá havia um técnico de corte de acetato considerado (e era mesmo) um mestre neste ofício. E ele dizia que o brsaileiro não tinha agulha para apreciar um trabalho mais refinado. Coincidência ou não, a maioria dos audiófilos que eu conheci por volta desta época compravam discos importados.

      Nunca foi difícil prensar aqui com vinil puro. Mas, as fábricas aproveitavam o que os técnicos chamavam de “scrap”, que são sobras do vinial prensado e depois reciclado para outras prensagens. O nível de ruído de superfície aumentava com esta prática. Se alguém me perguntar se eu tenho saudade do vinial, você já sabe qual seria a resposta.

  4. Olá Paulo. Se me permite gostaria de tecer alguns esclarecimentos sobre esse tema. Na década de 80 na extinta gravadora chamada Transamérica Produções, atuei como técnico matrizador. Todas as “matrizes de acetato” numa época (Graças a Deus) que não existiam arquivos digitais de nenhum tipo, as “matrizes” tinham como origem fita de rolo magnética. O processo funcionava da seguinte forma; raramente recebíamos a “fita master de 2 polegada de 16 ou 24 canais” para confeccionar a “matriz de acetato”, o mais comum era receber uma fita magnética chamada de “matriz” de 1/4 estéreo”, que dava origem ao “master de acetato’ que posteriormente era confeccionada as madres. Agora Paulo note essa “discrepância”… Nas atuais fábricas em funcionamento principalmente do Brasil, estão adotando o seguinte lema… -Pagou prensou ! Essa “fabriquetas” estão utilizando qualquer fonte de sinal como “master” inclusive da internet. Verdadeiras porcarias em formato de vinil. Não investiria 1 centavo comprando os atuais vinis a venda por aqui, principalmente os nacionais. Afinal Disco de vinil de “qualidade” é coisa do passado, encontrado só em sebos. Abraço

    1. Pois é, Rogério, algum tempo atrás a Som Livre desmontou tudo e passou a usar arquivos mp3 para masterizar. Na prática, pouco importa, porque o público alvo deles mudou radicalmente.

      Um amigo meu estagiou na Polygram na década de 70, e lá havia um técnico de corte de acetato considerado (e era mesmo) um mestre neste ofício. E ele dizia que o brsaileiro não tinha agulha para apreciar um trabalho mais refinado. Coincidência ou não, a maioria dos audiófilos que eu conheci por volta desta época compravam discos importados.

      Nunca foi difícil prensar aqui com vinil puro. Mas, as fábricas aproveitavam o que os técnicos chamavam de “scrap”, que são sobras do vinial prensado e depois reciclado para outras prensagens. O nível de ruído de superfície aumentava com esta prática. Se alguém me perguntar se eu tenho saudade do vinial, você já sabe qual seria a resposta.

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