O Windows 11 vem aparecendo na mídia como um suposto “novo Windows”, mas até agora nada de concreto a Microsoft falou sobre isso. Vídeos mostrando este sistema estão espalhados por aí, sem nenhum esclarecimento.
5 anos atrás um executivo da Microsoft afirmou categoricamente que não haveria Windows 11. Se a gente passar os olhos por sites e vídeos espalhados na Internet vai perceber que tem muita gente comentando sobre isso, inclusive anunciando uma possível edição do Windows 11 com uma suposta “nova” interface, ou então apostando que algo novo ainda vem por aí. Será?
Em 29 de julho de 2015 o Windows 10 foi lançado gratuitamente para quem rodava Windows 8 ou 8.1. Até o Windows 7 havia também sido contemplado, e o é até hoje, como descobriu um amigo meu, ao rodar um notebook antigo que estava encostado.
O anúncio sobre ser o Windows 10 a versão definitiva havia sido feito por volta de maio de 2015 por Jerry Nixon. E de lá para cá o sistema foi transformado em uma espécie de serviço. Quem se deu ao trabalho de permitir as seguidas atualizações do Windows 10, deve ter percebido o número enorme de grandes pacotes que transformaram o sistema por dentro.
Esta prática, diga-se de passagem, nunca foi “novidade”. No passado remoto de várias versões do Windows a Microsoft lançou os tais “Service Packs” (Pacotes de Serviço), numerados inclusive. Outro dia mesmo, eu achei um disco com um desses pacotes, que hoje, desnecessário dizer, não serve para mais nada!
Em muitas versões do Windows as dúvidas sobre a sua construção povoaram as cabeças de muitos usuários, mas, justiça seja feita, a grossa maioria dos chamados “distros” (versões de distribuição) do Linux durante anos foi, e em alguns casos ainda é, difícil de usar ou manter, mais apropriada para aqueles que ainda gostam de rodar comandos nas linhas de prompt.
E isso sem falar que não se pode, de uma hora para outra, abandonar recursos e programas que vêm sendo disponibilizados há décadas, pela simples troca do sistema operacional. Eu experimentei o aplicativo-ferramenta Wine muito tempo atrás e vi que pouca coisa escrita para Windows ele conseguia instalar ou rodar corretamente. Não sei como está agora, é verdade, mas acho insuportável ficar na dependência de uma ferramenta para não ficar sem rodar um aplicativo de interesse de outro ambiente.
Além do mais, programas multiplataforma estão aí em grande número e, no entanto, a Windows dependência continua pendente!
Críticas sobre o Windows 10
As críticas conhecidas e já extensamente veiculadas pela Internet parecem que se perpetuam no Windows 10.
Eu quando leio algumas dessas críticas, eu fico pensando se aquele usuário está familiarizado com as regras do jogo no uso de qualquer sistema operacional, a principal delas que determina que os sistemas operacionais são dependentes da evolução do hardware. Idealmente, ambos têm que estar compassados, para que recursos novos sejam aproveitados com confiabilidade.
Entretanto, eu canso de ver pessoas no YouTube fazendo testes de instalação de sistemas novos em hardware velho. Se é para algum tipo de brincadeira, ou falta do que fazer, eu entendo, mas operacionalmente é um delírio.
Houve época em que quem montava o seu próprio micro com o objetivo de ter um bom computador em mãos tinha que ter em mente a diferença entre hardware e software, particularmente o sistema operacional do momento.
Era preciso prestar atenção nesta diferença, justamente para evitar que o hardware não tivesse suporte operacional. Em muitos casos, a atualização de drivers resolvia esta diferença, mas eu passei por momentos em que o driver de um dado componente ficava defasado e não funcionava. Isto foi tão constante e verdadeiro, que a Microsoft passou ela própria a fazer a instalação padrão com os seus drivers. E isso acontece até hoje!
Se o usuário recebe um driver melhor do que o da Microsoft ele/ela tem liberdade de fazer a instalação proprietária desejada. Em alguns casos é até melhor fazer isso, mas em outros o driver da Microsoft funciona melhor do que o do fabricante, por incrível que pareça.
Este é um dos motivos pelos quais a não atualização do sistema, como preconizada por muitos “experts” que postam vídeo no YouTube, é um contrassenso e pode prejudicar o funcionamento do sistema como um todo. Alguns desses proponentes acham que isso faz o Windows “rodar mais rápido”.
Se alguém recebe na cara uma daquelas telas azuis, comumente apelidada de “Blue Screen of Death” ou BSOD, é preciso analisar por quê, antes de condenar o sistema!
Na minha experiência com Windows, desde a versão 7 eu raramente recebo este tipo de tela na cara. Coincidência? Creio que não, porque eu primeiro cuido do hardware! Pode haver um problema ou outro, por motivos extemporâneos, mas tudo sanável.
Se eu instalo, por exemplo, eu cartão gráfico com chipset Nvidia, eu instalo também o programa GeForce Experience, que cuida de tudo sem eu precisar fazer força ou me preocupar com a atualização de drivers. A partir daí fica notoriamente mais difícil haver conflito entre cartão gráfico e sistema operacional.
Críticos do Windows 10 muitas vezes dão sinais de fumaça de que eles não sabem do que estão falando. Rotular um sistema como o Windows de “bloatware”, isto é, sistema com excesso de recursos ou applets inúteis, é sinal de que aquelas pessoas provavelmente não estão servidas por um hardware de boa qualidade ou inadequados.
Construtores de sistemas operacionais oferecem uma lista de equipamentos mínimos que podem receber aqueles sistemas. Na minha visão, essas listas são por demais conservadoras! E quem monta um micro com a consciência do que está fazendo sabe disso. Aliás, o principal objetivo de uma boa montagem é superar o máximo possível, considerando a relação custo/benefício, as listas de hardware mínimo.
Se a lista da Microsoft fala em processador de 1 GHz ou mais rápido, ou 2 GBytes de RAM para 64 bits, para o Windows 10, manda o bom senso aplicar o sistema deles em computadores que ultrapassam estes valores em larga escala. Aí eu quero ver se o “peso” do Windows vai fazer alguma diferença! E a recíproca é verdadeira: instalar o Windows 10 em uma máquina com hardware limitado ou ultrapassado a tendência é tudo rodar lento.
E se, além disso, um usuário quiser montar ou usar um equipamento do tipo “future proof” (à prova de futuros upgrades) ele ou ela irá escolher componentes de alta performance, que caibam dentro do orçamento.
A natureza das críticas
Criticar é fácil, achar defeitos idem. Se críticas construtivas existem, elas deveriam ser dirigidas a quem escreveu o sistema. Eu tenho certeza de que eles iriam agradecer por isso. Porque na prática é virtualmente impossível escrever códigos complexos sem incorrer em algum erro, daí a chamada feita para os conhecidos “beta testers”, que são pessoas que rodam um programa ou sistema incessantemente, para achar erros de rotinas.
E mesmo assim, erros passam, o que o obriga a equipe que escreveu a corrigir e atualizar o sistema eventualmente. Quem posa de autoridade no assunto e recomenda desabilitar as atualizações ou é ignorante ou o faz de má fé. Vários tipos de vulnerabilidade são achados extemporaneamente, e são corrigidos e enviados aos usuários como atualização, caso contrário o computador que usa aquele sistema estará exposto ao ataque mal intencionado de criminosos que se aproveitam deste tipo de vulnerabilidade.
Eu já fui alvo várias vezes, por pessoas conhecidas, de perguntas sobre a necessidade de atualização, algumas delas alegando algum tipo de receio. E eu sou obrigado a responder recomendando atualizar imediatamente. Eu sempre notei que pacotes maiores, aqueles que levam um tempo enorme rodando, deixam essas pessoas inseguras. Elas acham que o computador iria parar de funcionar, e só se sentem mais tranquilas quando a atualização termina.
O Windows 11, vindo ou não por aí, que diferença faz? Os últimos pacotes de atualização do Windows 10 já foram suficientes para aumentar recursos, talvez até além da necessidade da grande maioria dos usuários finais.
Para mim, pelo menos, o que realmente importa é a estabilidade do sistema. Mesmo os computadores de melhor nível estão sujeitos a erros de processamento, às vezes nos obrigando a reiniciar o sistema ou até desligar a máquina onde ele está.
Ter um sistema estável e confiável, e sem precisar parar o trabalho, é tudo aquilo que um usuário quer. Se, neste particular, ele ou ela confiam mais nas plataformas Linux, então que façam bom uso delas! Outrolado_
. . .
Todo cuidado é pouco com as chaves de instalação ESD do Windows
Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
0 resposta
É Paulo… esse tema promete muitas especulações ao longo do ano que vem. Eu particularmente vivenciei o início do Windows desde sua 1º versão (Windows 3.11). Segui fiel a essa plataforma nos meus desktop’s, até me aventurar no projeto Android x86 que foi frustrante… Mas na minha opinião o sistema Chrome O.S. é uma aposta válida, e será uma alternativa bem funcional daqui a alguns anos. Acho que se as notícias de bastidores se confirmarem, o Windows caminha lentamente para uma nova plataforma hibrida tipo móvel/desktop, nos moldes do finado Windows 10 mobile. Mas agora usando outra base já consagrada, que internamente já é chamada de ANDROMEDA OS (acho que podemos chutar qual será a base dessa arquitetura Paulo). Abração.
Oi, Rogério,
Eu rodei Windows 2.3, se não me engano, mas era tão ruim ou pior que outras interfaces gráficas, como a do GEM. Quando o Windows 3;0 saiu, o sistema já era outro, e melhorou mais ainda com o 3.1, mas ambos nada mais eram do que um apêndica do DOS.
Eu conheci muita gente aqui que olhava para o Windows como mais um programa de DOS, inclusive, não como um sistema operacional. Uma técnica do nosso laboratório fez um curso de informática e o professor dela disse que sistema operacional era só o DOS, acredita? Quando ela me contou isso, eu fui obrigado a explicar o que era um sistema operacional. Àquela altura o DOS ainda era útil, mas já tinha ficado no passado remoto dos sistemas de disco. Aliás, ele foi, tal como o CP/M, projetado para isso.
Lá em Cardiff, eu era responsável pelos computadores, e o que eu fiz foi escrever um super simples autoexec.bat na raiz do drive de sistema, e assim qualquer um que ligasse um daqueles micros entrava direto no Windows. A maioria dos meus colegas manjava pouco de computadores, então para eles era uma maneira de rodar Windows sem esquentar a cabeça com comandos.
Sobre Chrome e Chromium, dá uma olhada no Firefox, quando puder. Apesar das notícias de quase falência da Mozilla a última versão vem coroando uma série de recursos importantes, sobre os quais eu pretendo escrever a seguir.
É Paulo… esse tema promete muitas especulações ao longo do ano que vem. Eu particularmente vivenciei o início do Windows desde sua 1º versão (Windows 3.11). Segui fiel a essa plataforma nos meus desktop’s, até me aventurar no projeto Android x86 que foi frustrante… Mas na minha opinião o sistema Chrome O.S. é uma aposta válida, e será uma alternativa bem funcional daqui a alguns anos. Acho que se as notícias de bastidores se confirmarem, o Windows caminha lentamente para uma nova plataforma hibrida tipo móvel/desktop, nos moldes do finado Windows 10 mobile. Mas agora usando outra base já consagrada, que internamente já é chamada de ANDROMEDA OS (acho que podemos chutar qual será a base dessa arquitetura Paulo). Abração.
Oi, Rogério,
Eu rodei Windows 2.3, se não me engano, mas era tão ruim ou pior que outras interfaces gráficas, como a do GEM. Quando o Windows 3;0 saiu, o sistema já era outro, e melhorou mais ainda com o 3.1, mas ambos nada mais eram do que um apêndica do DOS.
Eu conheci muita gente aqui que olhava para o Windows como mais um programa de DOS, inclusive, não como um sistema operacional. Uma técnica do nosso laboratório fez um curso de informática e o professor dela disse que sistema operacional era só o DOS, acredita? Quando ela me contou isso, eu fui obrigado a explicar o que era um sistema operacional. Àquela altura o DOS ainda era útil, mas já tinha ficado no passado remoto dos sistemas de disco. Aliás, ele foi, tal como o CP/M, projetado para isso.
Lá em Cardiff, eu era responsável pelos computadores, e o que eu fiz foi escrever um super simples autoexec.bat na raiz do drive de sistema, e assim qualquer um que ligasse um daqueles micros entrava direto no Windows. A maioria dos meus colegas manjava pouco de computadores, então para eles era uma maneira de rodar Windows sem esquentar a cabeça com comandos.
Sobre Chrome e Chromium, dá uma olhada no Firefox, quando puder. Apesar das notícias de quase falência da Mozilla a última versão vem coroando uma série de recursos importantes, sobre os quais eu pretendo escrever a seguir.