Modelo de negócio: blog coletivo com patrocínio

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Em maio passado, pouco antes da Copa do Mundo, comentamos aqui sobre um projeto com a proposta de cobrir as emoções dos bastidores da Copa do ponto de vista de torcedores. E lançamos a pergunta: “É possível criar um realityshow na internet, a partir do conceito de blog?”

Questões como essa estavam no artigo Blog tenta emplacar mistura de copa e reality-show, que contava da expectativa de um grupo de torcedores de partida para a Alemanha com a proposta de manter um blog, o Realitycup, onde tentaria passar ao público brasileiro o que encontraria por lá.

Hoje, ao analisar os resultados do projeto vemos que boa parte dos objetivos foram alcançados.

Ferramentas gratuitas

O blog procurou criar mecânicas interativas para atrair e reter o público e para isso usou ferramentas de uso gratuito. As fotos eram publicadas no Flickr e os vídeos usavam a banda do YouTube. Os podcasts eram gravados e publicados no Podcast1.

O Skypcast conseguiu promover uma sala de bate-papo de verdade (as pessoas podiam literalmente conversar ouvindo os aventureiros online) – o novo recurso do Skype foi muito apreciado pelo projeto, pois permite níveis de interação até então muito raros pela internet. Além dessas mecânicas, os usuários poderiam deixar recados aos participantes e comentar os posts que eram publicados direto da Alemanha diariamente.

A estratégia de divulgação do site foi baseada em ações virais, como criar comunidades no orkut, enviar e-mails entre amigos e troca de banners com alguns parceiros. Apesar dos bons números gerados durante os 30 dias da Copa do Mundo, não foi investido nenhum centavo na divulgação do site. Ainda assim, os vídeos foram vistos mais de 5000 vezes no YouTube, algumas fotos foram clicadas mais de 3000 vezes.

Podem parecer números tímidos, mas pelo curto período de tempo possível para divulgar o site e pela altíssima concorrência por conteúdos na Copa do Mundo, vemos que o site realmente teve bons resultados.

Lições aprendidas

Mas o que afinal sustentou esses números? Qual o segredo do sucesso do projeto? Em primeiro lugar, só foi possível realmente a aproximação do projeto ao conceito de realityshow por conta do estímulo e eficiência na geração de conteúdo.

É fundamental que as pessoas envolvidas em projetos semelhantes mantenham o compromisso de coletar material interessante para ir ao ar. A motivação permanece e o RealityCup já pensa na versão olímpica do site, em Pequim 2008.

Métricas e edição

Em segundo lugar, foi fundamental para o projeto ter uma equipe no Brasil para medir diariamente os resultados, filtrar e publicar o conteúdo, com a seleção das melhores fotos e vídeos mais interessantes e a transmissão para os participantes do que mais estava agradando o público.

O acesso a alguns vídeos triplicou a partir do momento em que a equipe de planejamento e suporte, através de métricas, decidiu mudar o layout da página principal do site.

Faltou mais rapidez na publicacão

Um problema que ficou claro no projeto foi a demora na geração e publicação do conteúdo. Por conta das dificuldades de se encontrar conexão wi-fi a um preço justo ou conseguir LAN houses abertas depois das 23h na Alemanha, os participantes precisavam aguardar o outro dia para enviar o material para o Brasil.

Se houvesse parceria de alguma operadora de celulares poderiam ser usadas as redes GPRS na Europa. O fuso horário também atrapalhou um pouco, pois quando os participantes mandavam o conteúdo para o Brasil, pela manhã, a equipe de apoio ainda dormia, com isso as novidades demoravam mais tempo para serem publicadas.

Os participantes do projeto não foram à Alemanha por passeio. A expectativa era conseguir patrocínios para o site, com seus vídeos e podcasts, de forma a minimizar os custos na primeira versão do RealityCup e transformar o site em um negócio.

Como o projeto ficou pronto apenas dois meses antes da Copa do Mundo não foi possível conquistar tantos parceiros quanto desejável. O projeto acabou sendo bancado por iniciativa dos empreendedores que em parte arcaram com despesas de viagem e de produção e manutenção do site durante a Copa.

Números e argumentos para anunciantes

A experiência adquirida permitiu planos melhor estruturados, métricas e melhores argumentos para os anunciantes na próxima viagem. Eles também buscarão parceiros que ajudem a arcar com custos como passagens, acomodação, comunicação (celulares e conexões wi-fi) e também hospedagem do site em um grande portal.

Esse pessoal deu um grande passo rumo a novas idéias e mecânicas e certamente há muito o que melhorar. Vamos aguardar as novidades em 2008 nas Olimpíadas ou quem sabe no ano que vem, na Copa América da Venezuela, em julho. [Webinsider]

.

<strong>Eduardo Lins</strong> (eduardo.henrique@comperantime.com) é gerente de inovação da <strong><a href="http://www.comperantime.com/" rel="externo">Compera nTime Yavox</strong></a> e apresenta treinamento junto ao <strong><a href="http://www.i-group.com.br" rel="externo">I-Group</strong></a>.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

5 respostas

  1. Muito interessante a matéria, parabéns.

    Hoje em dia já existe uma empresa que oferece este tipo de serviço para feira e eventos?

    Imaginem a feira do automovel com esta serviço… ou até mesmo uma feira de cosméticos… sem dúvida iria ter muitos acessos!

    Até mesmo a cobertura de pequenos eventos, tipo festas patrocinadas pela motorola, daquelas que voce só fica sabendo quando aconteceu(infelizmente)e une toda aquela turma de moda e etc.

    Adoraria trabalhar em um projeto dinamico deste tipo, mas por onde começar… esta é a questão.
    Pegar um calendário de festas eventos e bater de porta em porta?
    Oferecer o serviço para as agências?

  2. Sobre o que foi dito em relação a ter sido sucesso e ter dado prejuízo ao mesmo tempo, gostaria de relatar que nem sempre sucesso está vinculado a lucro, pois o valor de uma idéia e o quanto ela pode gerar, valem muito mais.
    É por essa razão que as pessoas se valem da palavra investimento para exprimirem algo que futuramente gerará lucro.

    Parabéns ao pessoal desse blog. Idéia futurista com embasamento em acontecimentos atuais.

  3. Pois é… eu nunca tinha pensado em ter um blog… hoje em dia eu tenho um blog de tecnologia, e estou muito contente com ele! Patrocinio é uma coisa muito complicada de se conseguir mesmo… principalmente para blogs. Se nao tiver um bom tráfego comprovado ninguem patrocina.

  4. Ué. Deu prejuizo e foi um sucesso? 🙂

    Me parece que foi um sucesso do ponto de vista da experiência, de estudar como as coisas funcionam, mas não do ponto de vista financeiro né.

    O blog tem um futuro incrível na nova internet, eu acho que nós ainda não temos noção do tamanho da coisa.

    Recentemente, o paulo coelho está se utilizando de um blog para promover seu novo livro:
    http://www.paulocoelhoblog.com/bruxadeportobello/

    Obrigado por compartilhar a experiência. Foi realmente enriquecedor.

    Abraço,
    Gilberto Jr

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *