Fusão Microsoft e Yahoo seria mesmo uma boa idéia?

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Rumores, especulações ou boatos, não é possível garantir se a informação é verdadeira ou apenas mais um buzz do mercado. Não é novidade o flerte entre o Yahoo e a Microsoft; parceiras as empresas já são há anos. Agora todo o mercado está com a mesma dúvida: quanto se tornarão apenas uma empresa? A aquisição do Yahoo pela empresa de Bill Gates é apenas uma questão de tempo e, principalmente, negociação.

No ano passado a Microsoft já havia tentado comprar o Yahoo. Agora as especulações apontam para uma nova aproximação, dessa vez com a incrível oferta de cinqüenta bilhões de dólares, aquisição cujo valor seria um recorde para o mercado da internet.

Caso o negócio seja realizado, ele criaria uma maior competitividade no mercado online? Ou seria um tiro no pé da empresa de Redmond? Para Eric Schmidt, CEO do Google, a aquisição acirraria a concorrência e aceleraria o desenvolvimento do líder do mercado. Segundo ele, a turma do Google aguarda ansiosamente o dia em que a Microsoft assumirá a direção do Yahoo.

Analisando os números percebemos que em termos de participação de mercado a fusão da Microsoft com o Yahoo colocaria a nova empresa com 38% da audiência, enquanto o Google detém 48%, de acordo com os dados da ComScore.

Dessa forma a fusão não daria a liderança à Microsoft, além da dificuldade de competir com a agilidade da Google em desenvolver novas ferramentas e aprimorar as existentes. Por isso, em um curto prazo seria pouco provável que a união das duas empresas ? Yahoo e Microsoft ? impactasse negativamente a gigante de Moutain View.

Mas a fusão não pode ser ignorada pela Google se de fato se concretizar. Olhando para trás percebemos que a competição entre essas três empresas está cada vez menos acirrada – o Google está muito à frente de seus concorrentes. Contudo o jogo poderia mudar rapidamente se tivesse que encarar um concorrente com uma participação de mercado similar à sua e um caixa bastante recheado de dólares.

Mas existem algumas razões que podem nos levar a pensar na possibilidade da Google ser a maior beneficiada desse negócio. O casamento entre o Yahoo e a Microsoft pode fracassar por alguns motivos, sendo os cinco principais:

Executivos do Yahoo com pouca credibilidade

A liderança turbulenta do CEO Terry Semel não é um ponto de força para as empresas envolvidas; muitos investidores de Wall Street não esperam que Semel permaneça ainda por muito tempo como executivo da empresa, a não ser que os resultados da publicidade online em buscas do Yahoo melhore significativamente nos próximos dois trimestres.

Uma fusão é muito delicada para duas empresas que contam com a confiança dos seus investidores e funcionários ? o Yahoo não tem essa confiança em nenhuma das partes. Sempre há muita demanda no Vale do Silício para engenheiros experientes vindos do Yahoo, que não gostariam de permanecer na empresa e ver a Microsoft tomar o poder e mudar as regras internas.

Caso o Yahoo perca pessoal experiente, estará perdendo vantagem competitiva, principalmente se alguns deles forem trabalhar em Mountain View.

A Microsoft não é adepta da cultura do Vale do Silício

Atualmente as maiores empresas de internet alocadas no Vale adotam a cultura de liberdade e colaboração, enquanto a Microsoft representa a velha cultura da tecnologia e é percebida como uma cultura monopolista que prega o lema de: ?Forçamos você a fazer as coisas do nosso jeito porque nós temos a chave do sistema operacional?.

A Microsoft tentou ser monopolista ao utilizar o Internet Explorer e o Windows Media para forçar o mundo a se adaptar ao seu formato de vídeo e a sua plataforma web, fracassada graças ao Flash da Adobe e aos formatos de compartilhamento de vídeos pela web.

A empresa de Redmond ficou na contramão da cultura de mashup da Web 2.0. Do outro lado, o sucesso da Yahoo na internet se deve muito ao engajamento da empresa dentro do espírito da Web 2.0.

Prioridades opostas

Microsoft e Yahoo deverão enfrentar problemas em dois aspectos. Primeiro, com os produtos que geram mais receita paras as duas empresas. E segundo, com os produtos que podem crescer rapidamente.

A Microsoft necessita focar primeiramente em suas plataformas e aplicativos ? Windows e Office. Já o Yahoo deve re-conquistar sua audiência perdida ? aumentando o número de usuários que passem mais tempo navegando no Yahoo! Mail, Groups, Answers, Flickr e demais produtos.

Ambas as empresas enxergam suas plataformas de publicidade online e seus parceiros como o futuro, e ambas concordam à respeito da Google. Contudo, tanto Yahoo! quanto Microsoft estão vislumbrando um casamento baseado em prioridades secundárias, o que raramente funciona. Os dois lados não estão pensando em como andar juntos mantendo o foco em suas prioridades individuais e aumentando seu valor competitivo em ações conjuntas diretamente dirigidas ao maior inimigo, a Google.

Separadas, são mais interessantes aos anunciantes

A competição entre Yahoo e a Microsoft faz com que ambas as empresas desenvolvam serviços melhores e inovadores. As duas empresas estarão enfraquecendo seus portais se os transformarem em um, faturando o mesmo valor em receitas publicitárias que podem faturar separadamente.

O maior valor mensurável que o Yahoo detém é a sua homepage; o segundo maior valor é a homepage da Microsoft (MSN). Unindo esses dois portais estarão desvalorizando o interesse dos anunciantes.

Os anunciantes preferem ter a possibilidade de veicular suas campanhas em quatro diferentes portais com uma alta audiência do que em três. A união das duas empresas reduzirá a possibilidade de diversificação para o anunciante, afinal o público do portal do Yahoo não é o mesmo do portal da MSN.

Os concorrentes serão beneficiados

A fusão entre Yahoo e Microsoft beneficiará os concorrentes de menor porte. Possivelmente os anunciantes utilizarão a mesma verba que utilizavam para anunciar em cada uma das empresas para veicular suas campanhas na nova empresa. Dessa forma a verba restante será investida em uma carteira de portais menores para compor o target desejado.

Não faria sentido para um anunciante direcionar a verba investida nos dois portais para anunciar apenas em um. Por isso será muito difícil que essa estratégia aumente a receita publicitária da Microsoft. [Webinsider]

.

<strong>Diego Cox</strong> (dcoxbr@gmail.com) é analista de produtos sênior na <strong><a href="http://globo.com/ "rel="externo">Globo.com</a></strong>, publicitário e mantém um <strong><a href="http://www.reflexoesdigitais.com.br/ "rel="externo">blog</a></strong> focado em comunicação digital e internet.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

6 respostas

  1. softwares tão bons quanto windows sim, dando exemplo disso eu cito o ubuntu da plataforma linux, a comunidade open source superou e muito as expectativas de software livre o br office da sun tem um potencial muito forte em relação ao Office do Bill Gates e vc vem dizer para esquecer-mos essa história de Open Source fala sério…Tenho muitos programas open source em meu pc, cito por exemplo o firefox 3.5 que é muito mais rápido que o IE8 por exemplo…

    Não me venha com xurumelas….

    Em relação a fusão Microsoft + Yahoo com certeza quem vai sair perdendo vai ser o roxinho do vale do silício….

  2. São interessantes as expectativas geradas pelo mercado e o bochicho que gera essa notícia, aumento nas ações das empresas, quedas em outras e nada confirmado além de uma paquera.

    Acredito que se, e somente SE, a Microsoft adquirir o Yahoo, a idéia será aprimorar o serviço que ela já oferece em concorrencia e agregar valor a outros serviços que vêm crescendo. A MS incorpora expertise em áreas que não é dela ao adquirir e talvez, futuramente, encoste no Google.

    Tenho minhas dúvidas se a concorrencia em ferramentas seja o ideal, parece-me que o google ao oferecer tantos serviços povoa seu site e atira publicidade, enquanto a Microsoft cai de pato em pagar pelo serviço que presta. Ainda vejo como focos diferentes as empresas e acredito que só o futuro dirá.

    []s

  3. Vamos esquecer essa de código livre, combinado? O fato é que a superioridade da Microsoft causou inveja e o tal Open Source foi uma alternativa para penaliza-la pelos seus serviços de qualidade e poder competir no mercado com sistemas operacionais bons, mas que precisam comer muito arroz e feijão para serem comparados ao Windows.

  4. Sempre existe a possibilidade da Microsoft comprar o Yahoo! e continuar mantendo as duas marcas e os dois portais.
    Assim o Yahoo! se tornaria uma segunda marca, apenas para competir no mercado.
    Um exemplo: Google comprou o YouTube e manteve ambas as marcas, mesmo tendo um serviço praticamente igual: o Google Videos. Outro exemplo é que o Yahoo Brasil que comprou o Cadê e manteve a marca, mudando o foco.
    Se a estratégia da Microsoft for esta, alguns serviços vão se sobrepor e provavelmente sobreviverá o mais forte. Provavelmente o Yahoo! Messenger vai sumir deixando espaço apenas pro MSN. Já o sistema de buscas do Yahoo! é muito melhor e mais popular que o do MSN. Provavelmente a busca do Yahoo se tornará padrão no portal do MSN.
    Da mesma forma que o Flickr, LaunchCast, Yahoo!Respostas e outros dos sucessos do Yahoo!, passem a aparecer também no portal MSN.
    Mas provavelmente manterão o Yahoo!Mail e o Hotmail como serviços isolados.
    É bem provável que ambos os portais permaneçam e tenham conteúdos espelhados.

  5. Um ponto a ser abordado é como ficará a posição do Yahoo perante a comunidade Open Source. O Yahoo utiliza sotware livre e apóia fortemente a comunidade, como ficará isso com a M$ tomando o controle?

    []s a todos

    Alex

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *