Fatos concretos, meias-verdades e o besteirol sobre gestão

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O título do artigo é minha versão para o título da obra Hard facts, dangerous half-truths and total nonsense do Pfeffer e Sutton – o título “oficial” no Brasil ficou: “A verdade dos fatos: gerenciamento baseado em evidência”. Muito sem graça.

De acordo com os autores a ideia principal do livro, gestão baseada em fatos, foi inspirada em uma filosofia da área médica chamada medicina baseada em evidência, que nada mais é que um movimento que busca aplicar o método científico à prática médica (revisão de literatura, análise de custo-benefício, experimentos controlados, etc.)

Para Pfeffer & Sutton, se os médicos tratassem seus pacientes da mesma forma que gestores tratam as organizações, teríamos um número muito grande de médicos presos e um número ainda maior de pacientes que teriam partido dessa para outra.

Segundo eles, o grande problema com os gestores é: a maior parte da prática da gestão é baseada em pré-conceitos, totalmente não fundamentados, sem qualquer embasamento e na maioria das vezes fora de contexto.

Os principais erros incorridos pelos gestores, de acordo com o livro, são:

  1. Copiar arbitrariamente os concorrentes. Você até pode fazer aquilo que seu concorrente está fazendo, mas será que você sabe por quê? Copiar as ditas “melhores práticas” do mercado (ou de outros mercados) pode parecer uma grande ideia, mas será que elas se aplicam à sua organização em particular? O que motivou as outras organizações a utilizar uma estratégia em detrimento de outra?
  2. Fazer o que (aparentemente) funcionou no passado. Muitas vezes gestores aplicam a mesma solução para problemas que vivenciaram no passado. O pequeno problema é que o mercado é dinâmico. Seus concorrentes não são os mesmos de alguns anos. O mesmo vale para seus consumidores, fornecedores, etc. Justamente agora que você sabe as respostas, as perguntas mudaram.
  3. Utilizar conceitos indevidamente aceitos como verdade. É fato que pensar dá trabalho. Também é fato que gestores, em sua maioria, têm pouco tempo ou paciência para examinar se existe algum embasamento para todas as milhares de decisões que precisam tomar diariamente. O problema é: agir com base em achismo pode custar muito caro. O correto (e que acontece poucas vezes) é buscar se aquilo que está sendo feito realmente obedece a alguma lógica e se pode ser defendido por meio de uma argumentação bem construída.

Felizmente existe uma solução para isso. Segundo Pfeffer & Sutton a saída para esse problema é aplicar o velho e bom método socrático ao cotidiano das organizações. De acordo com os autores o gestor ideal é aquele que age com base no conhecimento ao mesmo tempo em que duvida de tudo aquilo que sabe.

Segundo a dupla de professores a resposta para lidar com os problemas enfrentados no dia a dia é fazer com que os gestores aprendam a aprender. Curiosamente essa foi a mesma solução proposta por Schein no livro Cultura organizacional e Liderança, sobre o qual publiquei anteriormente. O livro traz ainda uma análise detalhada das principais falácias da gestão e a proposta dos autores para solucioná-las.

Para finalizar o texto deixo uma frase do Taleb que resume muito bem o livro: Minha maior diversão é atormentar as pessoas que levam seu conhecimento muito a sério e também aqueles que não têm coragem de dizer às vezes “não sei”. [Webinsider]

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Luigui Moterani (@luiguimoterani) é especialista em gestão, inovação e marketing. Site: http://luiguimoterani.com.br//

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