Até onde a usabilidade mata a criatividade?

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Usabilidade é a arte de não inventar moda. Usabilidade é esquecer a criatividade e deixar tudo – menu de navegação, logotipo, conteúdo, etc – exatamente onde o usuário espera que esteja. Usabilidade é esquecer que uma das maiores competências do Brasileiro, de Mané Garrincha ao Robinho, é driblar (o zagueiro, o goleiro, a lei, a fiscalização), é não corresponder à espectativa, é fazer diferente, ser criativo. Será?

O que é usabilidade?

Interatividade é o diálogo entre dois sistemas. Seja um homem e uma máquina, seja máquina-máquina, seja homem-máquina…

Este diálogo se dá através de uma interface – no caso de interatividade entre um e outro homem o corpo é a interface. A usabilidade estuda o quão fácil e natural é a interatividade entre dois sistemas, ou seja, quão eficiente é a interface. Ouvi dizer que a usabilidade foi inventada – como tanta coisa – na guerra, porque os soldados estavam morrendo dentro dos próprios tanques de guerra, porque estes eram mal adaptados ao homem.

O que é a criatividade?

Criatividade é a superficie iridescente da bola oca. É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando, é uma conta, é um conto. Criatividade, alguns dizem, é juntar duas coisas completamente diferentes e transformá-las em uma terceira. Como Johannes Gutenberg, que juntou a escrita a uma prensa de espremer uvas e inventou a prensa gráfica. Criatividade é imitar um deus e dar vida a coisas inexistentes, conceber, é dizer haja luz, e a luz aparecer.

Usabilidade contraria a criatividade?

Para que uma interface funcione corretamente ela deve estar totalmente adaptada ao ser humano. Quando uma interface é muito bem adaptada será muito difícil fazer algo bom e muito diferente daquilo. Você já viu um carro sem volante e pedais? Todos os carros são praticamente iguais com relação à interface. Quando você entra em um carro, já sabe o que lhe espera.

Assim também é com um site. O usuário espera o logotipo no canto superior esquerdo, o menu de navegação numa coluna à esquerda, etc. Então, como será possível criar um layout diferente? Usabilidade significa falta de criatividade? Eu me lembro de menus em flash, ou em Java, muito legais até, mas que levam o usuário a passar minutos tentando fazer alguma coisa até entender onde está o (Wally?) conteúdo que ele procura.

E a paciência da maioria dos usuários (alguns preferem chamá-los de clientes) dura pouco mais que alguns segundos.

Então parece que a usabilidade torna a criação de um projeto muito diferente do padrão uma missão impossível, pelo menos se o projeto tem um compromisso sério em dar resultado, o tal do retorno sobre o investimento.

A eterna questão: design é arte?

Mas porque uma interface precisa ser criativa? Os tanques de guerra não são todos iguaizinhos? Não tenho a pretensão de dar uma resposta final ao tema – eterno companheiro das conversas depois das aulas nos tempos de faculdade – mas, na minha opinião, design não é arte. Calma. Antes de me xingar me dê uma chance de explicar.

A arte e o design têm funções diferentes. A função da arte é… existir. Ela pode ser bela ou incômoda, elevar o espírito ou escandalizar, explicar ou questionar, expressar um sentimento ou estudar uma linguagem, mas deve sempre ser poética. Seria preciso muito mais para explicar a função da arte e muitos artistas trabalham questionando justamente isso.

Mas o design existe por um motivo bem claro: projetar um objeto que alcance o resultado esperado, e em última instância geralmente este resultado é dinheiro. Porém, para atingir este resultado, geralmente (nem sempre) acrescenta-se arte ao design. Duas cadeiras: uma funciona perfeitamente e é feia; outra é um pouco desconfortavel mas é absolutamente linda, estilosa e está super-na-moda, qual é mais cara?

Pois é, design pode ter arte, mas não é arte, pelo menos não no mesmo sentido que chamamos de arte o som que sai do violão de João Gilberto ou uma instalação de Hélio Oiticica (pois a palavra “arte” tem muitos significados).

Até aqui eu compliquei mais do que trouxe luz à questão.

Forma e função

A primeira escola de design, a Bauhaus, pregava sua doutrina de que a forma deve se submeter à função. Isso significa que um site deve primeiro ter uma usabilidade perfeita e depois, se der, ser criativo? Será? Olhe mais de perto a doutrina… Mais, mais perto… Ah, função! É isso! A criatividade de um site depende da função dele.

O site de um músico, por exemplo, tem a função de expressar a linguagem daquele músico, expressar o sentimento, a tribo, a atitude, a poética específica daquele artista, e isso é mais importante no site de um artista do que a informação propriamente dita. O site da Camille não tem uma usabilidade muito boa, é muito criativo, muito diferente, e expressa bem o sentimento da artista. O site cumpre sua função, ainda que a interface não seja muito boa.

Já o site de um jornal, por exemplo, não tem motivos para ser muito decorativo, criativo, porque o principal é a informação. O usuário quer encontrar o conteúdo rapidamente, quer ter facilidade de leitura. Por isso a interface minimalista do Google funciona, a forma está perfeitamente sujeita à função – o alvo do Google é que o usuário saia do seu site o mais rápido possível, para o conteúdo que ele encontrou.

É aí que vemos mais claramente a diferença entre design e arte. Arte não tem briefing, não tem certo ou errado. Quando alguém vê uma mancha roxa pintada numa tela se pergunta: o que é isso? O que isso significa? Um monte, um camelo, um martelo? A morte, a vida, o sexo? Ué, uma mancha roxa numa obra de arte pode ser simplesmente uma mancha roxa.

Pode não ser nada além disso, não significar nada, não expressar nada. O legal da arte (no caso da mancha roxa) é que somente esta mancha roxa é o que é, e nada mais no universo é o que esta mancha roxa é. Engraçado como não nos perguntamos o que a 5° de Bethoven é, ou significa né…

Ouça o briefing

Mas o design tem que sempre ser alguma coisa, comunicar alguma coisa, ter uma função bem clara, atingir o objetivo. Ai do diretor de arte que não souber explicar o que aquela mancha roxa está fazendo na capa da revista ou no topo do site. O design pode ser ou não criativo, depende da função do objeto.

Se for possível colocar toda arte que corre nas suas veias no projeto e ainda tê-lo fácil de usar, ótimo. Mas se for preciso escolher entre criatividade e usabilidade, olhe para o briefing. Um bom designer sabe reconhecer um briefing pelos seus olhos de ressaca. [Webinsider]

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Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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32 respostas

  1. usabilidade não precisa de criatividade… mas a criatividade agrega valor!

    Vc talvez não consiga vender algo que é totalmente adaptável ao homem, sem ter tido uma idéia criativa para agregar valor ao que você está fazendo…

  2. Essa arte de hoje eu também concordo que não seja nada, mas não vejo isso com bons olhos. Ao longo da história da arte sempre houve briefing, prazo, etc… Igualzinho como acontece hoje com o design. Só na era moderna que o artista adquiriu essa autonomia que vemos hoje, o que acho um problema pois a arte deveria ser uma forma de representação do mundo, deveria expressar algo e não ser o que é e acabar não sendo nada.

  3. Ergonomia ou Human Factors, foi uma invençao dos tempos de guerra. Até onde eu sei mais por causa dos aviões. Foi uma questão pragmática. Homens valem mais do que as máquinas pq levam mais tempo em treinamento… Então tinha que se evitar perdas desnecessárias de homens treinados. Depois isso foi adaptado ao nosso mundo. http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Dreyfuss Esse cara aí foi um dos pioneiros na área. Os ergonomistas brasileiros que eu conheço não gostam que se confunda Usabilidade com Ergonomia. Pq eu não sei, mas acho que a Usabilidade seria parte da Ergonomia.

  4. Ola Pessoal …

    Infelizmente ou felizmente essa questao de Usabilidade x Criatividade é uma guerra … ao meu ver sempre existem os extremistas, uns adoram um bom design com Flash, outros preferem um HTML basico, como varios comentários feitos, conciliar Usabilidade a Criatividade é o ideal e claro que devemos observar a necessidade do cliente. Design quer dizer projeto e ao meu ver cada projeto é um projeto diferente, cada um soluciona um problema. Tudo muito bem projeto e mediado com certeza terá sucesso.

  5. A época de Michelangelo era outra. A definição de arte era outra. Gostando ou não, concordando ou não, arte, hoje é isto que está aí, conceitual, quase filosofia, incompreensível, vale-tudo.

    O artista não está restrito à nada. Ele não tem briefing, não tem escopo, não tem limitação de resolução, navegador, cor. Não tem cliente. O artista usa o material que quiser, como quiser. O briefing é a sua proposta de trabalho, o cliente é ele mesmo.

    Design não é arte? Não.

    Design pode virar arte? Pode.

    Assim como uma privada assinada.

  6. Na verdade a função do design é facilitar o uso do site. Essa confusão entre design e arte vem de quem dormiu durante a aula. É comprovado que 80% da impressão que a pessoa tem do site vem do look-and-feel, do visual – porém se não conseguir usar, não serviu pra nada (Camille o diga rsrs.)

    Para sites informativos – design sóbrio. Sites artísticos – experimentalismo´desde que seja possvel o uso.

    Enfim, dar forma à função – tornar usável e agradável. Não trata-se de transformar o produto em uma obra de arte, senão ele estaria em uma galeria de arte e não em sua estante ou monitor.

  7. Concordo com a opinião do Mauricio sobre esse website ser copiado http://www.billyharveymusic.com/ . Realmente tiro certeiro!!! DE BOA: O QUE MATA A CRIATIVIDADE É TABLELESS!!! Esses sim são os sites mais quadrados do planeta!! Isso sim é uma formula que não muda… isso sim é bater na tecla de que tudo tem que ser meramente quadriculado! Isso sim é o porre…

    USABILIDADE é responsabilidade!! Saber distribuir as coisas é importante, e saber que isso não mata a criatividade é um mero detalhe!

    Falow ae!

  8. Eu até poderia comentar este artigo, mas como não sou um designer que mora lá em pixinguinha, interior de são paulo, não sinto necessidade de compensar meu ostracismo com algum comentário genial.

  9. Olha,

    acho que tem várias coisas misturadas nesse artigo que mereciam ser aprofundadas, mas vou comentar o que mais me incomodou.

    Acho extremamente simplista a visão que a usabilidade é castradora e limita a criatividade. Num projeto web (como o nome já diz – projeto), vários aspectos devem ser levados em conta, como a Arquitetura de Informação, o design gráfico, o peso das páginas, os objetivos do site, os recursos que temos para desenvolvê-lo, a tecnologia a ser aplicada e inúmeras outras coisas. Obviamente, todos esses e outros fatores estão condicionados ao briefing.

    A dificuldade – ou, na minha modesta opinião, a beleza – está em conciliar todas essas coisas. Isso sim é fazer um projeto criativo.

    my two cents 🙂

    Laura

  10. Design não é arte? Besteira.

    É claro que design tem as suas restrições, e dentre elas a usabilidade, mas qual forma de manifestação artistica não tem?

    Quem já tentou pintar um quadro sabe, o artista esta restrito a uma tela, um pinçel, as tintas.
    O compositor esta restrito ao seu intrumento, as formas de midias…
    Toda forma de manifestar arte possui restrições, algumas mais outra menos.

    No caso de um site, a usabilidade é o fator mais importante, mas que não terá seu auge se não for bonito; pois com certeza haverá um outro site concorrente, com o volante e o acelerador no mesmo lugar, mas que não tenha a aparência de uma brasilia.

    O design, assim como a música as artes plásticas ou qualquer outra forma de expressar criação, é uma forma de manifestação da arte.

    Pra quem diz que design não é arte é o mesmo que dizer que Michelangelo não é artista pois suas obras tinha uma função específica de decorar e atrair as pessoas a igreja, e as restrições impostas pela igreja.

    Se você que esta lendo acha q Design não é arte, cuidado. Você esta fadado ao 2º lugar.

  11. Será que dividindo os websites em categorias, não conseguiríamos acomodar melhor os conceitos. Por exemplo, não teremos dificuldade nenhuma para usar o site da Camille, trata-se de algo experimental, exploratório, mas ela não poderá propor nada próximo dessa linguagem para uma proposta de e-commerce ou de serviço, uma vez que os objetivos de comunicação são complementamente diferentes. Assim poderíamos propor categorias de estudo como usabilidade em sites de webarte, usabilidade em games, usabilidade em sites de serviços,etc…

  12. Prefiro dizer que a arte está em saber trabalhar funcionalidade e design. Sou contra sites bonitos, esteticamente falando, mas que não têm função alguma.

    O conteúdo é tudo, mas não em todos os casos. Julnar o design como vilão, é a mesma coisa que inocentar o Lula. Sabemos que o design tem participação no mercado.

    Hoje a tendencia é trabalhar o lado funcional, mas, dando os devidos valores estéticos ao layout. Pra mim, um site, pode ser considerado como um peça publicitária, um material impresso, dinãmico e funcional. Ou seja, sou do time onde a camiseta leva o slogan: Design e Usabilidade

  13. Opa opa opa!!!!!!

    Ótima matéria!!! Disse EXATAMENTE tudo o que eu pensava entre Arte e Design!!!

    Muito boa mesmo!!! Muito boa!!!

    Afinal, uma mancha roxa é apenas uma mancha roxa!!!!!!

    Abraços!!!

  14. A criatividade eh amiga do embelezamento da usabilidade! E assim seremos todos felizes – o AI, o editor e o designer.

    Otimo artigo.

  15. Bom artigo, concordo com a ideia do equilíbrio e bom senso sempre, porem o site da camille é horrível em qualquer aspecto!!!
    Parabens!

  16. Acho que usabilidade e criatividade não são vetores opostos. Se um site peca na usabilidade, acredito que isso seja consequência de um briefing deficiente, que por consequência leva a um design deficiente.

    E não dá pra negar que o site da Camille foi claramente inspirado no site http://www.billyharveymusic.com/

    🙂

  17. Muito boa a matéria.

    Concordo que a Usabilidade dependde do projeto que vc vai realizar e o desing tem sempre que atingir um objetivo. Muito bom.

  18. é.

    não confunda zéca roceiro com zé carroceiro.

    design é design, arte é arte, usabilidade é usabilidade. mas se todos trabalham juntos… rá! você zerá que o zé é o zeca e que o mesmo cara anda de carroça na sua roça que não é dele!!!

    rá!

    ou não..

  19. Excelente artigo.

    O interessante é você observar em alguns lugares o conflito de idéias entre diretores de arte e programadores.

    É respectivamente a criatividade versus usabilidade webstandard extrema. No orkut, em algumas comunidades vira e mexe sai quebra-pau a respeito… Um defende que o site obrigatoriamente tem q seguir rigorosamente padrões W3C, WAI, Section 508, e defende a unhas e dentes a abolição do flash. E do outro lado os que defendem um visual bonito, chamativo, animado, que atraia o visitante e oferece entretenimento.

    O que é difícil é as pessoas terem o bom-senso de analizar as necessidades da empresa (e do site). Analizar o público, e é claro, a FUNÇÃO do site, como citado no artigo. Sendo assim, saber mediar cada lado da moeda, saber optar corretamente ou tirar o melhor proveito de cada extremidade.

    Na minha opinião, bom-senso e versatilidade é fundamental para um projeto web dar certo.

  20. Segundo o Babylon, a palavra design significa projetar, desenhar, planejar, bolar, ter um propósito ou um objetivo.

    Segundo o Wikipedia, entende-se o design (em alguns casos projeto ou projecto) como o esforço criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e definição de algo, como um objeto, uma imagem, entre outros, em geral voltados a uma determinada função. De uma forma ampla o termo design, porém, se refere a concepção de uma solução prévia para um problema.

    Sou formado em design e acredito que o mesmo pode e deve existir com arte e às vezes para a arte, mas é importante ressaltar que são palavras distintas. Qts projetos que vemos são feios, desde sites, carros a prédios? Se você conseguir unir as 2 coisas ótimo, mas nem sempre conseguimos agradar a todos os gostos. O importante, ao meu ver, é atingir o objetivo final, seja ele usando um Fusca ou uma BMW.

    Abraços e sucesso!

  21. E a usabilidade não está no briefing também?
    Acredito que ela vai depender da curiosidade e da paciência do usuário, o conteúdo tem que entreter ou aguçar muito pra ele continuar descobrindo o site (o problema é quando isso ocorre em sites que não tem essa função, ex: jornalístico, como você citou).

    Muito interessante o artigo, só nao sei porque a discussão se design é arte, mas essa já é clássico pro designer pensar todos os dias.

  22. Adorei o texto e tem tudo a ver com o que eu sempre pensei. Se todas as pessoas que dizem fazer web design lessem essa matéria, muita coisa poderia ser melhorada no ambiente virtual. parabéns!

  23. ahhahahah

    Muito bom seu artigo!! =]

    Abaixo um pedaço da minha monografia:

    O design deve ser mais objetivo, pois o seu foco deve ser o uso do seu produto final. Além disso, ele possui regras a cumprir como objetivos, prazos, recursos na etapa do seu desenvolvimento. A arte não necessita uma comunicação direta, mas sim de interpretação.

    Concordo plenamente sobre esse assunto que design não é arte, porém também não podemos negar que o design faz uso da arte, pois com beleza e a criatividade surgem trabalhos extraordinários.

  24. Usabilidade é esquecer a criatividade e deixar tudo – menu de navegação, logotipo, conteúdo, etc – exatamente onde o usuário espera que esteja.

    Há várias formas que um objeto com a mesma utilização pode ter. Nem todas cadeiras são iguais entretando todas devem cumprir a função de permitir alguém se sentar nelas. Usabilidade não tem nada haver (exatamente nada) com castração da criatividade. É por isso que ninguém tentou fazer um monitor redondo ou uma cadeira sem pés…

  25. Apesar de não ser nenhuma novidade, este artigo explicou muitas coisas que ainda me atormentavam.
    Sabe aquela história de que eu tenho certeza de que é assim… mas sera que é mesmo?

    P A R A B É N S !

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