Importando design: minha sandália vai ser iraquiana

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Nosso país é imenso. Temos um conjunto de diversificação geo-cultural que vai da paçoca ao chimarrão. É cachoeira, pantanal, floresta, mar, sertão. Somos vários dentro de um só! Isso é bom? É ótimo. Temos à disposição inúmeras fontes de inspiração. Basta olhar para o lado. Ou pegar um avião.

Mas com esta diversificação, não poderia deixar de existir diferenças. Culturais, econômicas e visionárias. O governo tentou explorar essas diferenças, incentivando o design em 1996 com o PBD (Programa Brasileito de Design), na época, o governo FHC. Um estímulo para cada região explorar suas características, aumentando a exportação e colaborando com os empresários de cada região.

Design virou ?item de qualidade?. Que levem a marca Brasil! Parabéns pela iniciativa. Bons resultados surgem a cada ano. Mas e aí? Precisamos de mais. Muito mais. Principalmente dos empresários. Precisamos que eles tenham consciência! Em uns nem existe. Precisamos de investimento local! Não só do governo. Mas da iniciativa privada também.

O designer é uma figura extremamente necessária para a empresa e para nossa economia. Acho esquisito eu me enquadrar para pagar imposto, mas legalmente minha profissão não existir. Faço parte da economia ou não?

Acho esquisito, e fico indignado, que uma empresa como a Grendene, contrate uma arquiteta iraquiana para desenhar suas chinelas! E ainda: vai ganhar participação no lucros, deixando-as caras. Não tiro o mérito da Sra. Zaha Hadid. Uma excelente arquiteta! Com obras desconstrutivas maravilhosas. Mas é um absurdo! E o nosso Programa Brasileiro de Design? O governo incentiva de um lado, cobra imposto de outro, e o empresário, o industrial contrata profissional de fora (não é a primeira vez). Não vamos falar aqui de cultura global que atravessa fronteiras. Isso é utopia.

Nosso país precisa crescer de dentro para fora. Não sou xenófobo, longe disso. Que tal se os empresários, todos eles, tivessem um incentivo a apostar nos designers de sua região, do seu país. Imposto, lucros e descontos devidos a de quem é de direito. Nós podemos realizar qualquer projeto sem problema. Temos criatividade, qualidade, formação e técnica. Abram os olhos. Respeito não se exige, se conquista! [Webinsider]

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Saiba mais:

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Claudio Martins é designer.

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18 respostas

  1. Infeliz comentário sobre a Grendene.

    Primeiro, o diretor de Design da empresa, Edson, eh Brasileiro.
    Na equipe de design da Grendene 98% são brasileiros.
    Dois, ninguém mais popularizou os irmãos Campanas no Brasil do que a Sandália Melissa, do grupo Grendene.
    Três, Sommer, Alexandre, Thais Losso, Fox, Adriana Barra e Isabela Campetto e tantos outros Fashon Designer Brasileiros já participaram de projetos similares ao da Iraniana para a marca.

    Menino-Rapaz, precisa se informar muito antes de escrever tanta bobagem.

    Rony

  2. Isso mesmo vamos todos assinar um pacto xenofóbico e tirar a principal caracteristica que fez nossa cultura se tornar tão ampla. Profissionais extranhos ao lugar sempre agregam algo de valor e inovações produtivas ao novo ambiente ou simplismente pela simples lei da evolução natural são descartados e substituidos por outro que seja aceito.

    Se o trabalho for aceito pelos brasileiros torna-se parte do Brasil. E no fim das contas isso vai ser produzido no Iraque?

  3. Queria sabe oq uma empresa grande contrata uma arquiteta em vez de um design brasileiro , que na minha opinião faria um trabalho igual ou com certeza melhor …. isso é nosso país,q achão q tudo q vem de fora é melhor ….

  4. Pergunto: se a Nike contratasse um designer brasileiro para projetar sua coleção, não acharíamos o máximo? Com isso a empresa estaria dizendo que não há bons designers nos EUA? A verdade é: empresário não é governo, e tem o direito de contratar quem ele quiser.

    E o recado pra nós é simples: os profissionais brasileiros precisam se organizar para mostrar que podem trabalhar tão bem ou melhor que os estrangeiros. Ou seja, precisamos educar o empresariado brasileiro, para que esse possa reconhecer o potencial que tem à mão.

  5. Bem colocado Júlia.
    Repito: Não sou contra a diversidade. Nem contra a contratação de designers de fora. Temos centenas de designers brasileiros trabalhando em todo canto do mundo. Se fosse comigo, aceitaria na HORA! Falo de um problema local. Queria que os empresários (faltam recursos tributários?) voltassem mais os olhos para dentro de nosso país.

    Temos muita raiz para explorar. Falo sobre o PBD, e a atuação dele. Citei um caso, o da Grendene, por ser atual. Mas existem vários acontecendo. Parabéns para eles! Mas, que produto representa melhor o Brasil, hoje? Quais são nossos ícones? O que eu falo, é de resgatarmos mais ainda nossa identidade. Temos uma multi-cultura em nosso país. Quer uma diversidade maior que essa?

    abraços e obrigado.

  6. Discordo.

    Em design, o que tem muito peso na criação é, também, a bagagem cultural do profissional. Uma iraquiana pode ter (e com certeza vai ter) outra visão sobre um assunto que, para nós, já virou senso comum.

    A interpretação de um fato de alguém que está de fora é totalmente diferente de quem vivencia. E se a Grendene pensou exatamente assim? Não vamos contratar um brasileiro. Queremos outra visão sobre nossos produtos. Poderia ser um israelense, um espanhol, um chileno… enfim…

    Notei alguns comentários realmente xenófobos aquiros Mas se a oportunidade de trabalhar fora do Brasil aparecesse para alguém, creio que aceitariam na hora e não pensariam em dar a oportunidade para os nativos do país.

    E o fato de empresas contratarem designers estrangeiros não pode virar muleta de alguns e dar margem à comentários do tipo não há oportunidades no Brasil para designers.

    E viva a diversidade!

  7. O que o Claudio quis dizer no artigo é que contrataram uma designer-estrela, assim como se contrata um tecnico de futebol estrela para o time na esperança de que todos os problemas acabem num piscar de olhos.

    A atitude da Grendene foi marketeira, razoes de status, sei la. Temos que ver se dentro deste marketing haverá efetividade pois certamente nao querem jogar dinheiro fora.

    A presença de produtos brasileiros em feiras no exterior ainda é insignificante. Quase nao temos produtos nem marcas que sejam embaixadoras da cultura brasileira. Precisamos de outros modelos de sucesso como o da Embraer e das Havaianas para nosso design ganhar respeito do consumidor mundial.

    Temos diversos premios internacionais no IF Awards, no RedDot, no setor joalheiro nem se fala, são vários. O que mostram nossa maturidade, o q precisamos sao empresarios/industrias capazes de transformar premios em sucessos comerciais.

  8. Amigos, calma! Obrigado a todos. Essa é uma opinião minha. Vou tentar explicar melhor.
    Não sou protecionista, nem sou xenófobo. Se recebesse uma proposta dessas aceitaria na hora! Não estou falando deixe que fazemos o nosso aqui, e vocês fazem o seu ai. Mas a sra. Zaha, já está rica e famosa. Como falei não tiro o mérito da designer. Isso é puro merchandising. E não há nada de errado nisso. Temos que acreditar em nosso potencial. É pedir muito? O designer estrangeiro não é nosso maior inimigo. Somos nós mesmos e mais uma série de items que todo sabem aqui. Designer, como uma recente profissão, ainda está em evolução. Imaginem em nosso país com todos os percalços econômicos O caso da Grendene, é mais um. E vamos deixando delado. E deixando. E achamos que é bobagem. Que é infantil.Torço pelo Brasil sempre. Um abraço a todos.

  9. E se a gente pensar o contrário?

    E se fôssemos nós os chamados a trabalhar para empresas do exterior, negaríamos em honra à pátria e às nossas empresas?

    Por favor né, coerência.

  10. Isso me parece típico exemplo de síndrome de terceiro mundo. É claro que existem milhares de designers bons no Brasil. Mas o que tira a legitimidade de contratar uma iraquiana para desenvolver um par de chinelas? Provavelmente ela tem competência e projeção que justificam.

    Aposto que se um brasileiro fosse chamado para fazer um berimbau de plástico para um neozelandês, ia ser tratado como herói pela catiguria. Berimbau de plástico é um lixo inútil, mas um designer brasileiro fez.

    Esse ranço de reserva de mercado é bastante preocupante. Qualificação é muito mais do que diploma ou origem.

  11. Não creio que o principal problema aqui seja, o horror ao profissional estrangeiro. O buraco é mais embaixo.

    No Brasil o desconhecimento a respeito do que REALMENTE é design, por muitas vezes, acarreta na contratação de outros profissionais para execer a função do designer. Para profisional, a falta de reconhecimento é frustrante, pois os anos que foram gastos em sua graduação em área específica acabam sendo equiparados a graduação em outras áreas, muitas vezes não correlatas.

    Eu vejo que há uma discrepância entre o cenário de criação do design nacional e o mercado. Que por um lado, parte do mercado não conhece a importancia de todos os fatores abordados pelo design, e por outro as empresas que conhecem a importancia do design, não sabem ou ignoram profissionais nacionais.

    Nesse problema, os designers tbm tem sua culpa. Não há uma mobilização para ensinar que um produto não tem Dizaini. Que saber operar photoshop não te faz um dzainer. Que decoradores não são Dezainers. e Que não existe por conceito o HairDesign, ou design de sobrancelhas.

    E não ensinam que Design significa projeto. Que o designer é o projetista que projeta a forma do objeto pensando não só em sua estética, mas em sua funcionalidade e reprodutibilidade para garantir o bem-estar do usuário e otimizar a sua produção. E que pra fazer isso tudonão se depende de talento, mas de conhecimento que teve o seu custo. Para que no final das contas vc tem um produto, seja ele um site ou uma batedeira, mais competitivo no mercado.

  12. Protecionismo desnecessário. Deixe que o mercado dite as regras, se a Grendene contratou alguém de fora deve acreditar que esta, de alguma forma, é a melhor opção. E não há nada de errado nisso. :- )

  13. Olá Claúdio.Tudo bom?
    Divertido o seu ponto de vista,sobre a utopia da globalização,porém acho um pouco inocente tentar atacar a iniciativa privada por contractar designers estrangeiros,afinal essa é uma discussão que há muito designers entram,mas não acrescentam muita coisa,pois quem deve criar o desejo de inovar e arriscar em novas estéticas é profissional e;como ele apresenta essas propostas.O Brasil já avançou muito ao entender que o que diferencia um produto é a sua transgressão e funcionalidade,mas temos que entender que o estrangeiro é apenas mais um desafio para ser ultrapassado,afinal num país de economia espermicida,isso é apenas mais um desafio 🙂

  14. Cláudio ,
    Concordo com a sua opinião , as vezes os Brasileiros se esquecem quem são e o valor no qual temos , infelizmente tem-se uma falsa idéia de que o importado é o melhor . LAMENTÁVEL …..

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