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Segundo um filósofo francês, mesmo que todos os seres humanos não se tornem filósofos, todos serão, um dia ou outro, tocados pelas questões filosóficas.

Acho até que eu, empreendedor do mundo digital, lógico e agnóstico de carteirinha, estou um pouco nessa fase. Sei lá, quem sabe isso seja uma condição de todo sujeito que já passou dos 40.

Não importa. O fato é que, embora seja muito chato saber, todos nós, digitais ou analógicos, daqui a pouco, partimos dessa para uma melhor. Ou seria para uma pior? Ou não seria?

A finitude humana é base da reflexão da filosofia e da religião. E só é assim porque nós, criaturas humanas, diferentemente de um cachorro, de uma ostra ou de uma baleia (também seres finitos), temos o desconforto de ter consciência dessa crua realidade.

Só para nós o tempo é tão precioso que se torna ainda mais precioso com o tempo!

E daí?

Daí, que a evolução tecnológica e a democratização dos ambientes informacionais nos colocam num estágio perigoso do processo de evolução em relação aos nossos futuros conflitos filosóficos.

Esse mundo tech que construímos e amamos mexe com nossa percepção de tempo e com a nossa capacidade de construir através do conhecimento, estofo para os futuros questionamentos sobre a vida e a nossa existência.

Num mundo totalmente digital já vivemos, sem perceber, o pavor à obsolescência, e isso define a necessidade absoluta de vivermos o presente e de ter sempre informação em tempo real.

Consumimos overdoses de informação ?fresca? por meio de uma overdose de dispositivos, estímulos e conteúdo de alta interatividade. Involuntariamente, ficamos angustiados, paradoxalmente mal informados e cada vez mais superficiais.

O mais incrível é que isso piora. Nesse contexto, cresce, diante de nós, uma geração que está se formando exclusivamente no ambiente digital e que consome, num modelo cada vez mais caótico, terrabytes de informação com nenhuma profundidade.

Surge um novo ?mind set? que provavelmente estará preparado para as necessidades da vida prática, da formação acadêmica e até provavelmente do trabalho, mas que, na minha pretensiosa opinião, vai se deparar, um dia, em condições bastante frágeis com as tais questões filosóficas.

Essas questões exigirão muito conhecimento e uma lógica profunda e linear de pensamento, além de uma grande capacidade de abstração se encaradas pelo lado filosófico ou, eventualmente, uma fé incondicional se buscar apoio nas doutrinas religiosas.

Aí gente, não adianta clicar na imagem, dar ctrl z, postar na comunidade ou querer passar de fase, precisa de muito conceito e conteúdo que pode ser encontrado em qualquer lugar, mas é absorvido, de fato e num modelo denso, nas relações pessoais e nos livros de papel.

Quem viver, verá. [Webinsider]

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Cesar Paz (cesar@ag2.com.br) é Board President na AG2 Nurun.

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6 respostas

  1. Comentário ou desabafo?
    Agnóstico ou Gnóstico?
    Talvez Zoomórfico.
    As baleias vivem mais.
    Os humanos menos.
    O caos existe desde o princípio; cabe a nós seres racionais tornarmo-los insípio ou significante, importante, correto e real.
    A aparência já foi muito longe, todos escrevem nesse mundo virtual, cyberspace e tantas outras definições que te levam ao mesmo tubo.
    Atitudes seriam mais agnósticas e mais aproveitadas.
    Abraços.

  2. Gostei muito desse artigo,.Ele reflete bem a situação pelo qual estamos passando agora.A tecnologia está também mostrando suas fraquezas ao enganar muitas pessoas,mostrando uma percepção equivocada da realidade que nos cerca.Muito bom.Parabéns!

  3. Muito bom o artigo, pois trata de dois assuntos importantes nos dias de hoje: a informação e as questões sobre a vida que levamos.

    Concordo com os amigos acima, precisamos ensinar as crianças de hoje a se adaptarem no mar de informações que temos disponíveis através dos diversos tipos meios de comunicação.

    Hoje existe uma pressão muito grande em cima dos profissionais para que eles absorvam o máximo de conhecimento possível em suas áreas, mas acredito que com o tempo haverão mais ramificações, principalmente na área de TI, que exigirão mais especialização em uma determinada área de atuação.

    As pessoas terão que aprender a focar mais suas carreiras, assim podem aproveitar mais tanta informação disponível e não se perder no meio do processo, quando o estrago já está feito.

    Quem sabe não sobrará mais tempo pra gente questionar nosso papel no mundo? E mais: descobriremos que fazer as coisas com mais colaboração de outros à nossa volta é mais gratificante do que tentarmos resolver os problemas do mundo sozinhos…

    Viajei?

  4. Eu concordo com o Manuel aí em cima. A educação mental tem que vir de pequeno.. não adianta reclamarmos do mundo tecnológico que vivemos, dizer que não deveríamos criar tantos meios de informação, pois vamos acabar nos alienando… não adianta dizer nada disso, pois esse é o futuro da tecnologia e PRONTO!

    O que devemos fazer é nos adaptarmos a ele, saudavelmente.. como o Manuel disse, saber discernir o que é bom ou não para mim. Profundidade de informação não depende da quantidade de informação que você recebe, mas sim, de ir atrás das que te interessam mais.

    O problema não está na tecnologia. Ela evolui linearmente e perfeitamente. O problema é o ser humano. Se ele não souber usar dessa tecnologia, sim, ficará alienado, sem relações inter-pessoais. Mas se ele souber usar, será apenas mais uma ferramenta de evolução para ele.

  5. Tô adorando os artigos recentes do webinsider. Graças a Deus minha fase problema com tecnologia está passando, mas não é fácil lidar com tanta informação ainda mais trabalhando com tecnologia.

    Muita terapia, muita grana com psicólogo. Mas tenho certeza que essa nova geração vai dar de cara com o mesmo problema: excesso de informação e, principalmente, priorização de informação. O que é útil, o que é necessário e o que Eu quero disso tudo, afinal?

    Minha idéia de um futuro melhor: Educação Psicológica nas escolas, uma espécie de Educação Física da mente, deixando a molecada mais sadia e menos alienada.

    Ótimo artigo, parabéns!

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