Kindle, o e-book reader da Amazon, é um avanço

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kindle-aparelho_02.jpgNa minha opinião, embora seja um aparelho muito legal, o iPhone não revolucionou nada. Mas o Kindle, o aparelho de leitura de livros que a Amazon lançou é realmente uma revolução.

Não, não é uma evolução, é uma revolução mesmo. Uma alteração brusca e significativa na maneira das pessoas se relacionarem com sua leitura.

Acontece que ler no computador sempre foi e continua sendo uma experiência sofrível – apesar de todos os esforços da comunidade de design e dos novos monitores. Mesmo com o laptop, que comparado ao livro é e sempre será um trambolho (porque nós queremos trabalhar em telas grandes), a falta de mobilidade do meio digital ainda é um tremendo desconforto.

Eu gosto de ler na rua, às vezes andando, no ônibus, no avião, no carro? Não há nada mais gostoso do que ler um bom livro deitado numa rede numa tarde de domingo, vendo a luz de uma fina garoa caindo. Isso, até o Kindle (e outros dispositivos similares, como o Sony Reader), só era possível com um livro.

Mas vai substituir o livro?

O Kindle é um importante passo no sentido de substituir o livro, mas está longe de ser o aparelho definitivo. Há diferenças muito claras de formato entre um livro ilustrado infantil e um romance ou uma enciclopédia.

O Kindle ainda não suporta a diversidade de formatos de conteúdo que o livro suporta. Além disso, enquanto não podermos interagir com o conteúdo, como podemos fazer rabiscando um livro, esses aparelhos serão meros quebra-galhos.

Wireless grátis e o mundo nas suas mãos

O mais legal do Kindle é a maneira que os dados são transferidos. Nada de iTunes. Nada de Windows ou Mac. Nada de computador. Nada de conexões, fios, drives… É mais uma prova de que uma das regras da web 2.0 é realmente importante: software acima de um único dispositivo. No Kindle, a Amazon paga uma conexão como a de um celular para o usuário comprar livros e baixar blogs e a wikipédia.

Caem no mesmo erro do iPhone

Imagino que numa sociedade diferente da nossa – e principalmente, da estadunidense – esse seria um dispositivo fundamental para a democratização da informação de maneira sustentável. O papel não deixaria de existir, mas seu uso seria drasticamente reduzido.

No entanto, o Kindle foi feito por uma empresa cujo objetivo é lucrar e por isso, assim como o iPhone, é uma plataforma fechada para garantir o controle da empresa sobre o aparelho e a maneira como ele media a relação entre o usuário e o conteúdo.

Como disse Joe Esposito, ?Negócios não são feitos para tornar as pessoas felizes. Negócios são feitos para tornar o capital feliz.
É por isso que a Apple tem um formato proprietário para o iPod e é por isso que a Amazon está tentando trancar os usuários no seu ecosistema?.

Se o Kindle for realmente um sucesso, não precisaremos esperar muito até que alguma empresa lance um aparelho para competir de maneira aberta. Aí já conhecemos a história – quem ganhou, em número de vendas, a briga entre Mac e PC?

A abordagem da Amazon em relação ao Kindle é tão fechada que eles não estão seguindo os padrões da indústria para e-books; em vez disso, usam seu próprio formato proprietário.

Poderia ser muito útil para a formação cultural do povo.

Um aparelho como este com uma tecnologia aberta, com a rede wireless sendo provida pelo Estado e uma biblioteca gigantesca e gratuita seria uma verdadeira revolução na educação de qualquer país, principalmente no Brasil, onde se lê tão pouco. Talvez seria até melhor que o laptop de 100 dólares.

Não é preciso ser comunista para pensar assim: isso seria incrivelmente benéfico também para o mercado, pois o acesso livre à cultura, além de ser um direito do cidadão, elevaria a qualificação dos profissionais.

Mas de qualquer maneira a inovação tecnológica é sempre muito interessante e essa em especial é muito bem-vinda! [Webinsider]

.

Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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18 respostas

  1. gostaria de saber se da pra colocar a BIBLIA inteira neste aparelho, e tambem se eu quiser ler um capitulo ou um versiculo eu posso ir direto a ele ou eu vou ter que reparginar ,,,,, a sim tem ele a cores ou e so em preto e branco,,,,,atensiosamente ass JOAO BATISTA VAZ

  2. So para fazer alguns acertos nos comentarios com relaçao ao Kindle.
    1 O Kindle importado direto da amazon com impostos e tudo chega em sua casa no maximo em 8 dias por +/- R 720,00.
    2 Para quem gosta de ler, realmente ler, o kindle é muito melhor que um ipad(que seria mais um aparelho multimidia que um ebook reader).
    3 O Kindle aceita o PDF nativo e o MOBI, sendo facilimo converter arquivos DOC, PDF, EPUB para o formato MOBI (programas CALIBRE e ATLANTIS) e instalar no Kindle pelo computador
    4 O 3G livre internacional é uma forma sensacional de vc comprar livros, revistas, jornais, direto da AMAZON, em qualquer grande cidade que vc esteja sem precisar concecta-lo wifi ou atraves de um computador.
    5 Nao ha pontos negativos no kindle suficientes para nao acha-lo fantastico.

  3. Pingback: Porque comprei um Kindle e minhas primeiras impressões, no Brasil | Miguel da Rocha Cavalcanti
  4. Gostei muito do comentário sobre a plataforma

    fechada do Kindle.

    Vou Procurar outro.

    Pode me indicar outros que sejam de plataforma

    aberta? Gostaria de poder colocar um pem drive

    nele, também.

    Desde já muito obrigado.

  5. Olá pessoal, bom dia.

    Minha Pergunta:

    Se eu sou um baixador compulsivo de livros pela internet (de sites como GIGLE, ou AVAXHOME, etc.) e já possuo milhares de livros em PDF, DOC, DJVU em meu computador, é possível eu colocar todos eles (ou quase todos) no Kindle para poder lê-los quando eu quiser?

    Ou seja, a minha pergunta se resume ao seguinte: Posso usar o Kindle APENAS como um depósito dos livros que já possuo, usando um cabo tipo USB para fazer a transferência do meu PC para o Kindle?

    Eu NUNCA vou baixar um só livro pela Amazon, ainda mais tendo que pagar por isso, principalmente porque é muito fácil encontrar livros para baixar pela internet.

    O uso que eu faria de um Kindle seria apenas para ter os livros à minha disposição para ler quando eu quiser ou se eu quiser.

    Um abraço e obrigado pela atenção.
    Marcelo Marr

  6. Tudo bem, deve ser um dos primeiros aparelhos a serem fabricados em escala industrial, mas tá na hora de mudar alguma coisa, senão nem as melhores jogadas de marketing vão conseguir mantê-lo no topo de vendas;
    É questão de tempo (talvez dias). O Kindle é pra quem não tem paciência, ou não pode esperar por algo melhor de jeito nenhum. Veja por quê:

    a) Tela em escala cinza ? TALVEZ (quem valoriza um bom livro não se importa se contém ilustrações e menos ainda se elas são coloridas).
    b) Software de leitura com formato proprietário? NÃO (ponto negativo).
    c) Tela desproporcional (apenas 60% da face) ? NÃO (ponto negativo).
    d) Ficar atrelado ao acervo pago do fabricante ? NUNCA (ponto negativo disparado).
    f) Permitir que deletem a minha biblioteca digital ? TENTEM ISSO PRA VER !! (negativo, né?)
    g) Pagar mais de R$1.000,00 pelo aparelho, sendo que já está chegando no mercado outros produtos com preço compatível ou até mais baratos, inclusive alguns com tela colorida ? TÁ BRINCANDO… (ponto negativo)
    h) Comprar o produto sem garantia de ter uma bateria reserva ? É RUIM, HEIN !? (ponto negativo)

    Tem outras razões pela qual não compraria um Kindle (pelo menos enquanto não mudar a política do fabricante),mas não quero deixar esse post muito extenso. Sei que o brasileiro carece de mais informações e oportunidades. Porém quem já adquiriu um, logo vai constatar em que barco furado entrou !…

  7. Bem pessoal, cheguei até aqui por estar procurando saber mais sobre leitor digital de e-books.
    Respeito a opinião de cada um, e penso que independente do tamanho, formato, ou qualidade de imagem, é uma grande evolução.
    Há algum tempo, e com muito orgulho, observo minha filha baixar textos da internet para ler no computador. Agora, depois de ter ganhado um MP4, ela empolgada copia os textos, cola no notepad e depois passa para o aparelho, lendo quando pode.
    Acho que no mínimo devo presenteá-la com um leitor, pois além de ser uma boa idéia, servirá como um grande estímulo.
    Um abraço e felicidades a todos.

  8. Carlos Valente,

    Você só se esqueceu de observar que a definição de imagem do FLEPia é, sim, uma grandessíssima porcaria. Do jeito que está, é pouco melhor do que uma tela (ecrã) de computador, e a leitira em ambientes com luz direta fica inviável. Pelo que tenho lido, as peças que são apresentadas naquele restaurante de Tóquio tiveram reação unânime dos usuários exatamente no quesito qualidade de resolução.

  9. Os leitores digitais acabarão, sim, por se tornar comuns. Se não tão comuns quanto os telefones celulares, pelo menos serão mais democratizados do que a leitura atual, dependente sempre do custo do papel.

    O que segura a evolução dos leitores digitais (e não apenas no Brasil), ainda é o custo dos aparelhos – mas na medida em que esse custo for reduzido, acredito, sim, na popularização.

    Entretanto, não acredito que sistemas como o Kindle tenham vida muito longa. Como o próprio texto menciona, o IBM-PC é muito mais popular, mais desenvolvido e mais variado que o Apple-Mac, e as razões são óbvias.

    O outro problema que ainda atrapalha os leitores digitais são as dimensões reduzidas, algo que a Plastic Logic promete resolver com seu leitor tamanho A4. Só espero que o preço não seja tamanho A0.

    Por fim uma observação: Nelson Rodrigues tinha razão. O brasileiro tem complexo de viralatas; adora se comparar aos outros com auto-preconceito. Já estou de saco cheio dessa história de que o brasileiro lê pouco. Deve ser por isso que há tantas bancas de revistas neste país. Provavelmente devem vender convites para festas rave e, desse modo, deixaram seus proprietários ricos. Todos os títulos novos do mercado internacional são lançados aqui logo após a edição original (lembrem-se de que não se fazem traduções de qualidade em cinco minutos) e grandes livrarias como Cultura e Siciliano (apenas para ficarmos nas mais óbvias) devem ser obra de ficção.

    Tenham paciência!

  10. O Kindle da Amazon, tal como o pequeno exército de ebook readers que andam por aí disponíveis têm os dias contados. São praticamente «cadáver». A revolução que se anuncia vem a «cores». Ninguém mais vai querer ecrãs cinzentos ou a preto & branco. A Fujitsu tem um aparelho na calha para colocar fim a esta geração de ebook readers. Leiam: http://news.digitaltrends.com/news-article/19517/fujitsu-flips-out-flepia-color-ebook-reader-should-the-kindle-be-quaking

  11. O design do Kindle deixa um pouco a desejar, principalmente a forma de paginar… penso que ele já poderia usar tecnologias disponíveis, como as de toque que são usadas no IPhone e até o e-Paper.

  12. Existe também um concorrente a altura. O iRex Iliad é um Ebook que permite diversos conteúdos. O próprio usuário pode criar o seu
    livro. Lê PDF, xHTML, TXT, BMP JPEG e PNG. Possibilita fazer anotações. Utiliza cartões de memória, Wireless, USB e Ethernet. Desenvolvido em plataforma livre, pois o sistema operacional é o Linux, com isso também pode-se criar outros aplicativos para o eBook.
    http://www.irextechnologies.com/

    O único problema é o preço. US$ 700,00, mas como qualquer produto produzido em massa, logo logo o preço cai. 😉

  13. Apoio plenamente sua postura com relação ao sistema fechado da Amazon. Mas como tudo (ou quase tudo) que é fechado, os dias estão começando a ser contados a partir do momento que entra na prateleira (ou no site!).
    Eu usei Ubuntu (linux…) por 5 meses aqui em casa, apenas uma experiencia. Realmente algumas coisas me deram trabalho pra configurar e deixar tudo funcionando mas TUDO, simplesmente TUDO que eu precisava eu encontrei nos fóruns e até alguns amigos meus souberam me ajudar.
    Sabe o que isso significa??? Que a qualidade do código aberto está melhorando muito a cada dia mais. O Iphone já foi bloqueado para funcionar somente com planos da At&T. Um garoto desbloqueia e ganha um Nissan 350z por isso. O windows já não é mais todo original em todas as casas do Brasil. Não quero dizer q são falsificados, apenas que os códigos são quebrados e o mais importante? tem bom suporte para a coisa aberta q é criada depois da quebra!

  14. Também acho que o Kindle é um aparelho muito interessante (quero um!), mas um design como o do livro tradicional, com papel e tinta, que vem sendo lapidado a séculos, é difícil de superar. Se perdem muitas informações sensoriais importantes que enriquecem a leitura: o cheiro e a cor; a sensação tátil do papel e o prazer de folhear; a beleza dos diversos materiais e cores da capa; acabamentos como alto relevo e verniz; a variedade de formatos e a noção de que envelhecem… como nós. Nesse sentido, o livro é vivo. Aparelhos como o Kindle são uma tendência irremediável, mas não acredito que o livro tradicional desapareça.

  15. Opa, Gilberto! Tudo bom?

    Nessa última semana fomos bombardeados por informações sobre o Kindle, mas parece que você foi um dos poucos que, corajosamente, questionou a plataforma fechada. Também faço parte do grupo que acredita que a colaboração permite a identificação de soluções inéditas, além de estimular o reconhecimento da marca como tecnologicamente democrática.

    Em relação ao Kindle, acredito que a velocidade com que as informações são recebidas e a ausência de barreiras neste fluxo são os principais diferenciais.

    Confesso que sou daqueles saudosistas – eternamente seduzidos pela gramatura do papel – mas se o Kindle for o melhor caminho para a distribuição justa de conhecimento relevante, passarei a considerar meus velhos hábitos como simples páginas viradas.

    Abraço!

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