Seu modelo de negócio sintonizado na TV digital

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É um fato: a TV digital brasileira está no ar. As primeiras transmissões oficiais começaram no dia 2 de dezembro de 2007 e foram captadas por muito pouca gente. Nesse sentido, porém, ela tem companheiras ilustres: a TV a cores, por exemplo. Na primeira transmissão aberta da TV a cores no Brasil, em 19 de fevereiro de 1972, o número de televisores coloridos em lares brasileiros não devia ser muito maior do que o número de televisores prontos para receber transmissões digitais hoje. Talvez até menos.

E, em 3 de abril de 1950, quando houve a primeira transmissão de televisão no Brasil, as imagens não passaram do saguão dos Diários Associados, na Rua Sete de Abril, em São Paulo, onde haviam sido instalados alguns, os únicos, aparelhos de TV do Brasil.

As ácidas críticas que temos testemunhado, portanto, e que podem ser resumidas em ?para quê?? e ?para quem??, em minha opinião, não fazem muito sentido. O Brasil já entra até atrasado no time dos países cujas transmissões televisivas são digitais. Mas a presença nesse time, não importa se entrando no primeiro ou no segundo tempo, vai afetar as mais diversas esferas sociais, desde o pensamento até os negócios.

Eu acredito profundamente na verdade contida na expressão ?o meio é a mensagem?, que o pensador canadense Marshall McLuhan escreveu em seu livro Understanding Media: The Extensions of Man (1964).

Segundo a teoria de McLuhan, um meio afeta a sociedade na qual desempenha um papel não através do conteúdo que entrega, mas pelas suas próprias características. No caso da TV digital, a nitidez das imagens e a qualidade do som, os potenciais de interatividade e de mobilidade permitem prever algo próximo a uma revolução nos próximos anos. Quem não aprender a usar as gramáticas novas que o meio irá criar vai ser reprovado ? isto é, vai cair fora do mercado.

Não já, evidentemente, mas a médio prazo, provavelmente, e a longo prazo, com toda certeza, o jeito como fazemos negócio terá que ser alterado.

É claro que não precisamos nos precipitar. Toda a transição ocorrerá de modo bem gradual. Mas o fato é que temos de começar desde já a pensar de uma maneira diferente, nova, inovadora. Quer um exemplo? A mais importante tendência atual na comunicação de marketing é a substituição do monólogo pelo diálogo E isso será a tônica na TV digital.

A TV digital permitirá que o telespectador compre direto pela TV sem ter que usar telefone, que vote em pesquisas, consulte o guia de programação das emissoras e realize outras atividades que serão lançadas à medida que for se consolidando em todo país. Mas isso é apenas a ponta de um iceberg.

O impacto real nos modelos de negócio virá com a mudança de papel do consumidor. Ele deixará de ser um receptor passivo da informação e começará a produzir conteúdo. E passará a exigir que o conteúdo produzido por ele seja levado em consideração pelas empresas de quem é cliente. É um movimento que já se observa com força na internet. Com a TV digital, ele se multiplicará rapidamente e levará de roldão os velhos modelos de negócio.

O que fazer agora? Como dizia o refrão da música, ?é preciso estar atento e forte?. Estudar esse novo fenômeno e experimentar alternativas. Com projetos neste sentido, principalmente usando WebTVs para nos anteciparmos e irmos desde já preparando empresas e consumidores para interagirem eficientemente. Buscando a melhor sintonia entre os atuais modelos de negócio e a era da TV digital. [Webinsider]

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Ilustração de Marcelo de Andrade

tv_digital.jpg

<strong>Fernando Guimarães</strong> (mailto:fguimaraes@synapsys.com.br) é diretor de criação da <strong><a href="http://www.synapsys.com.br/" rel="externo">Escala/Synapsys</a></strong>.

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3 respostas

  1. Será que a pessoa que não compra pela internet vai comprar pela TV ?
    Pode ser que uma quantidade de pessoas que não tenham acesso a este tipo de serviço, o façam, mas a grande maioria vai continuar como o telespectador passivo.
    Será que a grande sacada seria somente para compras, consulta de programação, participar de pesquisas…? e quanto a possibilidade do aprendizado a distnacia como webaulas ?
    Será que algo está sendo pensado a respeito de melhorar o nível acadêmico da população.
    De fato a TV digital no Brasil está caminhando a passos lentos mas por questões técnicas e de infaestrutura, porém nada vai mudar se os que dela usufruem não mudarem seus pensamentos e a cultura consumista.

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