Blade Runner enfim retorna

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Para quem viu no cinema, Blade Runner é como a velha máxima dos imortais em Highlander: só pode haver um. Não importa quantas versões, sejam dos produtores, sejam do diretor Ridley Scott, seja até do contra-regra: o que vale mesmo é a versão que tornou o filme aquilo que ele é hoje, passados vinte e cinco anos de seu lançamento: um clássico do cinema.

Quem costuma ler o Webinsider sabe da minha saga em busca da versão original, que até hoje nunca fora lançada em DVD (a propósito, agradeço aos leitores que publicaram seus comentários e e-mails em apoio).

Desde que Ridley Scott ganhou na justiça o direito de exibir somente a sua versão desse filme que já se tornou um clássico do cinema, nós, cinéfilos, fomos simples e inexplicavelmente privados de ter a opção de assistir a versão original do filme, que foi exibida nos cinemas e tinha a narração em off feita por Harrison Ford, não tinha a famosa cena do unicórnio e tinha, sim, um dos maiores erros da história do cinema: a cena final de florestas verdejantes, composta de fotogramas literalmente cortados de O Iluminado, de Stanley Kubrick ? erro esse que, entretanto, tornou o filme ainda mais interessante.

No final de 2006, a Warner Video, responsável pelos direitos de distribuição do filme, anunciou que seria lançada no Brasil uma caixa tripla contendo três versões do filme: a que passou nos cinemas brasileiros, a versão de 1992 que saiu em DVD e a versão de 2007, feita por Scott para comemorar os 25 anos do filme.

Mas esse lançamento demorou: em meados de 2007, o que vimos foi simplesmente uma nova edição do DVD de 1992, que voltou às locadoras. Recentemente, no Festival de Cannes, Scott exibiu sua nova versão. Aqui, os cinemas não exibiram nada. Continuávamos aguardando ansiosos.

O dia chegou. No dia 6 de dezembro, os fãs brasileiros finalmente terão acesso à quase lendária caixa tripla de Blade Runner. Ainda não tive acesso à dita-cuja, mas vou recebê-la no dia 6 e conferir o que está sendo prometido pela distribuidora, conforme a relação abaixo:

Disco 1
Menu 
Seleção de cenas 
Versão final do diretor, incluindo cenas estendidas e efeitos especiais 

Disco 2
Menu 
Seleção de cenas 
Versão para cinema EUA (1982) 
Versão para cinema internacional (1982) 
Versão do diretor (1992) 
 
Disco 3
Realizando Blade Runner (documentário definitivo sobre o filme) 
Extras finais 
Documentários inéditos 

Mas nada é perfeito: a versão que está saindo simultaneamente nos EUA tem CINCO DVDs, contendo uma quantidade bem maior de extras e embalada em uma maleta parecida com a que abrigou os DVDs da série 007. Coisa para deixar colecionador louco.

Talvez o histórico de lançamento de Blade Runner no Brasil ainda esteja longe de chegar ao fim. Mas tudo o que sei é que depois de mais de vinte anos, vou poder curtir a minha versão predileta desse filme. E isso é muito bom. [Webinsider]

……………………………

Convite: neste próximo de 7 de dezembro, às 19:30, estarei no lançamento oficial do filme, na Livraria Cultura Market Place Shopping Center (Av. Chucri Zaidan, 902 – São Paulo/SP), onde darei uma palestra com o tema Blade Runner e suas influências na cibercultura. Aguardo vocês lá..

.

Fábio Fernandes é jornalista, tradutor e escritor. Na PUC-SP, é responsável pelo grupo de pesquisa Observatório do Futuro, que estuda narrativas de ficção científica e a forma como elas interpretam e são interpretadas pelo campo do real.

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20 respostas

  1. Eu acho que para se fazer um trabalho bem feito,a pessoa precisa ter talento,dom e um perfeccionismo aguçado. Tudo isso se refere ao genial Ridley Scott,por realizar um filme tão maravilhoso;e também á Vangelis pela inesquecível trilha sonora.Blade Runner é um marco do cinema mundial,e jamais será esquecido.

  2. Assisti ao documentário ontem, que é excelente, e nos dá uma visão bem real do filme, desde antes do seu início, as marchas e contramarchas do projeto, o seu início, e de como ele foi sendo modificado, adquirindo maiores proporções. Mostra também o importante papel do Ridley Scott, que foi o cérebro que engendrou o projeto e o levou a cabo, apesar de todas as dificuldades e incompreensões por parte dos produtores, que chegaram a demití-lo. O papel importante de cada membro da equipe, do Harrison Ford, Sean Young, ainda inexperiente, Rutger Hauer, que inventa, inclusive, novas falas, e sua interação com Harrison Ford, Daryl Hannah, que dá aqueles saltos com o braço ferido etc. E de como, depois de terminado, tiveram que retomá-lo e introduzir alterações. Uma saga, que não foi entendida na época, e, só depois, com o passar do tempo, e com sua leitura, em casa, com calma, pelos cinéfilos e espectadores, com o VHS, e, depois, o DVD, passou a ser entendido como um marco, que realmente é, na história do cinema.

  3. Começou a exibir-se nos cinemas em Portugal, esta semana, a versão de 2007, feita por Scott para comemorar os 25 anos do filme. Enfim!
    Desculpe mas agradecia que me explicasse a sua afirmação tinha, sim, um dos maiores erros da história do cinema: a cena final de florestas verdejantes, composta de fotogramas literalmente cortados de O Iluminado, de Stanley Kubrick.
    Obrigado.
    AB

  4. Oi Flavia,

    coisas bonitas você escreveu. Li também anos atrás o livro em tradução para Portugal. Deckard para mim não pode ser replicante, é um humano com tudo o que temos direito. Inclusive a preferir uma mulher replicante a uma humana desinteressada.

    []s do

    Vicente

  5. desculpem os errinhos de portugues, escrevi mt rápido.
    blade runner
    autópsia

    Aproveito pra dizer que este livro merecia uma versão genuina contando algumas coisas q no filme original não mostra.
    Não sei pq estes diretores querem ficar remendando um filme q teve tanto sucesso e se tornou inesquecível. O grande lance do filme é justamente um humano sentir piedade por uma forma de vida quase humana e aquela forma androide tambem esta evoluindo a ponto de ter alma.
    Talvez isto tenha ferido os ideais de algumas religiões q não admitem q outras formas de vida tenham alma.
    Sei lá…

  6. Outra coisa. No Livro a Industria dos androides não acaba e nem o seu presidente é morto.
    Pelo contrário havia um complo da industria para tornar os androides cada vez mais aperfeiçoados e tentar driblar os testes q os distinguia dos humanos e outra uma parte corpórea dos androides era humana e na autópisia só poderiam ser distinguidos pela coluna vertebral.

  7. Terminei de ler agora o livro do Blade Runner traduzido para portugues(portugal).

    Posso garantir que no livro original de Philip K.Dick (1928-1982)o Rick Deckard É HUMANO e inclusive ele se submete ao teste para ter certeza de que ele sentia empatia pelos androides num nível humano. SÓ OS HUMANOS ERAM CAPAZES DE SENTIR EMPATIA e isso aparecia no teste voigt – kampff e assim eram distinguidos dos androides. Mas no correr do livro percebe-se que os androides começavam a sentir empatia uns pelos outros e tinham revolta dos humanos que sentiam menos simpatia por eles do pelos animais elétricos.

    No livro o Rick Deckard é casado com uma mulher frigida e procura com a androide uma relação q não tinha mais com a esposa inclusive de afinidade pois a mulher não lhe dava muita atenção.

    Ele não fica com a androide Raquel e ela se vinga dele matando uma cabra verdadeira que ele tinha comprado com o maior sacrificio.
    Parece q no final a mente de Rick Deckard está deteriorando devido a poeira radiotiva invadira a terra e seu contato com as pessoas iam tornando elas meio retardadas e sem conseguir distinguir direito as coisas. Tem tambem um sábio metafisico q interage atraves de uma maquina com toda a humanidade, o Rick as vezes meditava no aparelho o que era impossivel para os androides q no final tentam desmistificar o tal sabio Mercer.

    Se vc ler o livro verá que é impossivel ver o Caçador Deckam como um androide. Ele era humano com todos os defeitos dos humanos.
    Creio q o diretor esperou o autor do livro morrer pra fazer esta sacanagem, odiei a versao do diretor retardado.

    bjs

  8. Muito interessante algumas observações a rspeito deste que é, sem dúvida, um dos melhores filmes de todos os tempos. Contudo, algumas correções devem ser observadas: Deckard continua, sim, sendo um replicante. Isso fica claro em 2 cenas: na já famosa cena do uinicórnio e posterior origami do Gaff, e numa cena de diálogo entre Deckard e Rachel, quando os olhos dele apresentam aquele brilho cibernético característico dos replicantes (isso é, inclusive, comentado no documentário do filme). No mais, tecnicamente o DVD é escelente, embora ainda sonhe com uma cópia com som DTS.

  9. O filme é uma obra prima. Deckard é um replicante na final cut, mas se você prestar bem a atenção, os Replicantes colecionam fotos.. e deckard tem n fotos da sua ex mulher no piano, estranhamente fotos que parecem do século dezenove. Faltou a Narração, tira o que de filme de detetive. O sonho do Unicornio, e o origami, dão a dica que Gaff sabia sobre os implantes de memórias falsas.. bacana outras versões mas prefiro a Theatrical que todo mundo se amarrou..

  10. Sem duvida Blade Runner é uma das obras primas do cinema. A chegada ao mercado nacional da edição da versão estendida haverá de integrar os acervos dos colecionadores, pois finalmente estarão juntas todas as versões do filme. Há muito esperávamos por esse momento…

  11. O meu já está em casa e já assisti a versão principal (do Riddley + áudio remasterizado). Finalmente chegou às lojas uma versão digna para os fãs do filme (ainda que tenha uma melhor nos EUA).

  12. Olha… Melhor que a do Diretor foi. Pontos positivos: Tecnicamente melhorado. O final água com açucar(achei ele impróprio, mesmo na versão original).
    Deckard não é mais replicante. Ótimo. O filme só tem sentido assim. Com humanos que se tornam máquinas, e máquinas que tentam ser humanos(como o homem de lata do mágico de OZ).
    Ultra violento. Sem cortes nas piores cenas. Ok!
    Pecado imperdoável: Narrativa em Off cortada. Todo o charme e humanidade do filme residiam nas observações solitárias de Deckard.
    Idéia para uma terceira versão:
    Tyrrel aparece(como ?) no escritório de Bryant e fala: Tudo está correndo como planejado. Vamos monitorá-los e ver como a experiência progride.
    Ok… E essa agora? O Tyrrel que morreu era um replicante, o Tyrrel original não podia se dar ao luxo de se expor, não numa cidade violenta como LA.
    Rachel era uma experiência. Mas, na verdade, Deckard era parte também, e, não sabia. O objetivo deles: Criar uma raça geneticamente perfeita, cruzando humanos e humanos atrificiais. A rebelião dos replicantes foi uma feliz coincidência. E agora, seguiria o plano da Companhia. Numa continuação, é claro, que responderia todas as questões no ar…
    Bom… Sonhar é grátis, não?

  13. Olha, Fábio, já te escrevi uma vez, que tinha conseguido um VHS rip da versão original. O Filme é ESPETACULAR, mas, a qualidade do VHS rip deixa muito a desejar. Consegui baixar a versão FINAL CUT e estou assistindo agora. Tá bem mais pesado o clima, o Deckard não é mais replicante, mas o sonho ridículo do unicórnio ainda continua, porém bem mais leve e rápido do que a versão de diretor.
    O crime: Cortaram a narração em OFF. Todo o charme do filme fica prejudicado sem essa narração.
    Trilha sonora renovada, nova edição de som, mataram os 2 replicantes que sobraram(na conta do Bryant, eram 6, mas, apenas 1 tinha morrido, deixando 5 replicantes.)
    Continuo assistindo e posto mais daqui a pouco.

  14. Olha só, essa versão NÃO É a nova de verdade, que será lançada no fim do ano nos EUA nos cinema e só depois será lançada em DVD.

    É bom pra quem quer a velha versão do Diretor, ou a original do lançamento. Mas – até onde eu sei – essa versão final do diretor não é tão final assim.

  15. Blade Runner é uma obra indispensável. Merece ser visto várias vezes pois são várias mensagens. O próprio fato de ter mais de uma versão o torna ainda mais intrigante. Amadureci revendo esta obra que trata de finitude, paranóia, caos social, tecnologia, filosofia e vários outros temas. É um dos filmes mais copiados e imitados do cinema. Só quem conhece, entende meu relato.

  16. Acho que melhor será a versão que sair em HD-DVD ou BlueRay. Historicamente lembraria a versão VHS que na epoca travava uma disputa de padrões assim como hoje.

  17. Desde menininha sou fascinada por esse filme Blade Runner! A história é baseada na novela Do Androids Dream of Electric Sheep? de Phillip K. Dick que poucas vezes é lembrado. Outras de suas histórias já se tornaram filmes como Total Recall (O Exterminador do Futuro), A Scanner Darkly e Minority Report http://www.philipkdick.com

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