Apple sempre à frente da concorrência

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Este ano a CES (Feira Eletrônica de Consumo, em inglês) não proporcionou o vexame do ano passado, quando o lançamento do iPhone em outra feira eclipsou todas as novidades da feira de Las Vegas. Na época os jornalistas, expositores e visitantes da CES só falavam da apresentação de Steve Jobs na MacWorld Expo.

Fofocas e boatos à parte, há tempos a MacWorld Expo dita as novidades de tecnologia com antecedência de pelo menos um ano. Exagero? Foi o caso, por exemplo, do desktop Compaq Presario, que tinha o monitor integrado à CPU. Veio depois do Macintosh Classic! Isso acontece regularmente, daí a importância da MacWorld Expo para o mundo da tecnologia. A Apple inova de verdade e é uma das poucas empresas que ainda faz isso.

MacBook Air

Esse ano o grande lançamento da Apple foi um notebook extremamente fino e cheio de novidades. O MacBook Air, que é leve até no nome (repare bem na fonte utilizada na palavra “Air”), dentre outras coisas, conta com um processador 60% menor que os tradicionais, teclado que se auto-ilumina através de um sensor de luminosidade, diversos recursos multi-touch no trackpad e não vem com leitor de CD.

Isso mesmo, a Apple consegue transformar até a falta de um recurso em algo inovador. Foi assim com a adoção do disquete de 3″1/2 polegadas no Macintosh Classic, foi assim com a retirada dos drives de disquete dos iMac e agora inova mais uma vez ao retirar o leitor de CD do Air.

O MacBook Air equipado com Bluetooth e Wi-Fi de última geração se comunica com leitores de CD de outros computadores, estejam eles rodando Windows ou o Mac OS X. Isso mesmo, um aplicativo que acompanha o Air, quando instalado em outros computadores, permite que ele utilize pelo ar um aparelho de CD alheio até mesmo para instalar um aplicativo.

Afinal, quem é que instala aplicativos através de CDs hoje em dia? Está aí a inovação. De minha parte, com exceção do Mac OS X, compro tudo via internet e baixo direto para meu computador. Não me lembro da última vez em que usei um CD de verdade para instalar um programa. E com pendrives de 1GB a preço de banana, quem é que vai utilizar CDs para copiar arquivos de um computador para o outro? É justamente nesse futuro que a Apple está apostando. Ou seja, retirar o leitor de CD do computador libera espaço e reduz peso desnecessário.

Back-up sem sentir

Outro recurso que vai pelo ar é o back-up. Com o lançamento do Time Capsule – um hotspot Wi-Fi equipado com HD – os usuários farão o back-up de tudo que têm em seus Macs direto para um armazenamento de 500GB ou 1TB. E quando digo usuários, estou sendo injusto: o Time Capsule em realidade funciona em conjunto com o Time Machine do Mac OS X Leopard e faz todo o trabalho sozinho sem que o usuário tenha que se preocupar.

Se você não está entendendo nada do que estou falando, não se preocupe, pois os produtos da Apple são feitos para funcionar sem que você precise entender. O fato é que você terá seu back-up sem se preocupar com isso. Mas se mesmo assim quiser entender, sugiro uma visita a página que descreve o funcionamento do Time Machine.

Em resumo, o MacBook Air não é um Tablet PC (ou Tablet Mac) e muito menos um sub-notebook. Ele é um conceito inteiramente novo.

Por 1.799 dólares nos Estados Unidos, acredito em dois mercados para ele. O primeiro é o mais óbvio: pessoas que viajam muito ou que precisam carregar consigo um notebook. Nesse caso são usuários que já tem outro Mac, provavelmente um iMac ou Mac Pro e uma conta .Mac para sincronizar arquivos e informações e, verdade seja dita, têm muito mais dinheiro do que eu.

Um outro público é o de pessoas comuns que utilizam o computador como uma ferramenta para tarefas do dia-a-dia e que estão dispostas a pagar toda essa quantidade de dinheiro por um computador simples, leve e funcional. Nesse caso também são pessoas com muito mais dinheiro que eu.

Aluguel de filmes

Mas a apresentação de Jobs não se resumiu ao Air. Antes dele, um outro assunto também chamou a atenção de aficionados pelo lado entretenimento da Apple. Um acordo com os estúdios permite agora alugar filmes direto do Apple TV completamente remodelado e alguns dólares mais barato. O aluguel de filmes de catálogo custará US$ 2.99 e os lançamentos US$ 3.99. Versões dos filmes em alta definição estão também disponíveis por um dólar a mais.

Transformar o Apple TV em um produto independente do computador foi outra jogada de mestre.

Antes era preciso ter um Mac ou PC, comprar os filmes pelo computador e finalmente sincronizar ou transmitir tudo para o Apple TV para então assistir no aparelho de televisão. Agora é possível comprar no Apple TV ou no computador.

Seja como for, as mídias se complementam automaticamente. Quem não quer se preocupar com o computador pode viver feliz com apenas o Apple TV. Abre-se assim mais um mercado para os produtos da Apple, para atender a grande quantidade de pessoas que quer apenas assistir filmes sem se preocupar com essa coisa complicada chamada computador.

O iPhone também teve seu lugar ao palco. Não foi a estrela principal como no ano passado, mas o tão esperado upgrade 1.1.3 foi lançado e juntamente com ele o grande fiasco do dia: um upgrade para o iPod Touch com cinco aplicativos antes só disponíveis no iPhone pelo preço de 20 dólares.

Silêncio geral na platéia, que, diga-se de passagem, se comportou até bem, dado o ridículo da situação. Os novos Touch virão com essa atualização gratuitamente e todos os iPhones já têm esses aplicativos desde seu lançamento. Ou seja, o que justifica a cobrança? Nada!

iPodTouch alternativa ao iPhone

Mas o Touch (com seus 16 GB na versão de maior capacidade, wi-fi, browser Safari, novos aplicativos e o tão esperado SDK que virá em fevereiro) pode ser uma excelente alternativa ao iPhone – só falta falar e ter a câmera. Arrisco dizer mais. Para mim será a alternativa à dupla iMac + MacBook Air.

Meu G4 é máquina para pelo menos mais uns dois anos, principalmente depois do novo HD de 160 GB, mais memória e em breve o upgrade para o Leopard. E, mais adiante, para fazer par com ele, a mobilidade em tamanho reduzido de um iPod Touch com um bom processador de textos, planilha de cálculo e mais um bocado de aplicativos de produtividade para o dia-a-dia.

Aqui termina a MacWorld Expo 2008. Até o ano que vem, quando as empresas da CES deverão lançar produtos do porte da Apple desse ano e a Apple estará mais uma vez dando um passo adiante de um ano ou mais!

Ouça sobre este assunto em podcast e assine também o feed. [Webinsider]

.

Vladimir Campos é escritor. Veja mais sobre ele.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

5 respostas

  1. Gostei muito dessa matéria sobre o MacBook Air, realmente ele está trazendo uma revolução e evolução na parte de tecnologia Wi-fi, sem contar no seu modelo compacto. Se puder me mandar mais assunto relacionado e esse tipo de tecnologia eu agradeço.

  2. não acho que a falta do leitor de cd seja uma vantagem. Tá certo que reduz o peso e o preço, mas e se eu quiser gravar um cd para um amigo ou para mim mesmo, terei que usar o drive de outro aparelho? Acho que ainda é cedo para dispensar os cds dos computadores.

  3. Se o Air fosse levíssimo mesmo, eu até entenderia certas decisões da Apple. No entanto, a Sony, a HP e a Asus já têm notebooks muito poderosos que são mais leves que o Air, mas que têm o que falta no modelo da Apple (não só drive óptico, mas também rede com fio, slot Express Card e modem).

    Eu sinceramente não consigo ver um público para esse produto. Ou melhor, vejo sim: os aficcionados pela marca, que dizem oh! para cada produto que a companhia lança.

  4. A solução da Apple para a atualização do iPod Touch nada mais é do que um grande teste para ver como o iTunes poderá se comportar na distribuição de softwares quando o SDK sair em fevereiro…

    O grande problema é que o iPod Touch é o produto de entrada da Apple nos países que ainda não tem o iPhone… E entre eles ainda muitos não tem nem a loja do iTunes disponível, como é o caso de nós brasileiros.

    A Apple vai ter que bolar uma nova solução para disponibilizar essas atualizações no Touch. Ou então abrir mais lojas do iTunes pelo mundo para que o modelo de venda usando a plataforma (com AppleID obrigatório, vinculado a um cartao de credito) possa funcionar.

    Acho que as atualizacoes do iPod Touch deveriam ser gratuitas, mas se a Apple pretende realmente cobrar por elas, o minimo que devem fazer é disponibilizar um modelo de venda que funcione em qualquer país onde o Touch é comercializado.

    Agora é aguardar até fevereiro ou por uma das famosas cartas de Steve Jobs.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *