Os moribundos da publicidade online

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Recentemente, diversos especialistas internacionais têm comentado sobre tecnologias que até bem pouco tempo eram consideradas inovadoras e hoje estão no limbo: Second Life, podcast e RSS são os mais citados.

O podcast que ia acabar com o rádio caiu no esquecimento; o RSS nunca decolou e agora com Twitter então… e o Second Life… bem, este dispensa comentários, certo?

Mas, instigado por um artigo do Silvio Lefèvre ? venerando ex-presidente e conselheiro da ABEMD – onde ele critica o novo Código de Auto-Regulamentação de e-mail marketing, resolvi tornar público o que já venho comentando com algumas pessoas: para mim, o e-mail como solução de publicidade morreu. Resta a ele continuar como forma de relacionamento entre empresas e consumidores.

Não apenas graças ao spam, mas também – e muito principalmente – devido ao crescimento dos mecanismos de busca. Afinal, hoje em dia, se você quer encontrar um parceiro, fornecedor, serviço, seja o que for, basta você acessar seu site de busca preferido e digitar o que precisa. A resposta é imediata, indolor e, o mais importante, não é intrusiva.

Já comentaram comigo, inclusive, que eu penso assim porque atuo em um lado “receptivo” da internet, através de banners e de mecanismos de busca, enquanto que o e-mail marketing seria o lado ativo.

Discordo demais: os mecanismos de busca são muito, mas muito mais ativos que o e-mail, já que o potencial consumidor ativamente diz o que está procurando, na hora em que precisa e não aguarda passivamente, muitas vezes como uma vítima, por um e-mail não solicitado.

Como exemplo, cito um cliente que é grande investidor em links patrocinados e também em e-mail marketing: o primeiro já ultrapassou o segundo em ROI há algum tempo e ruma para liderar também em volume absoluto de conversão de clientes.

Além disso, há a questão das listas de nomes, que são muito ruins e com muito pouca renovação no Brasil. A afirmação vale inclusive para as listas que são comercializadas pelos portais. Falo isso inclusive como assinante de provedor de acesso, já que sou bombardeado diariamente com ofertas irrelevantes.

Os portais, inclusive, deveriam melhorar a educação do mercado, ao ensinar de forma mais ativa seus assinantes a como usar os filtros anti-spam e com isso, quem sabe, dar uma sobrevida ao e-mail marketing e ajudar as empresas que já mantém um relacionamento eletrônico com seus clientes, pois diversas mensagens acabam sendo bloqueadas, já que não foram disparadas a partir da ferramenta do provedor.

Acredito no e-mail marketing como ferramenta de relacionamento e, se eu estivesse atuando no segmento, deixaria de lado a comercialização de listas e focaria em uma ferramenta para gestão eficiente (software).

Sobre o novo código: sempre fui partidário do opt-in e acredito que sua importância é evitar a ingerência do governo em nosso mercado de comunicação, mesmo tratando de uma disciplina que cada dia torna-se mais irrelevante publicitariamente falando, na minha modesta opinião.

E para encerrar este assunto: em 2003, quando eu era presidente da AMI (atual IAB Brasil), foi desenvolvido trabalho semelhante e foi lançado o Código de ética ant-spam e melhores práticas de uso do e-mail marketing e mensagens eletrônicas, que foi assinado por AMI, ABEMD, ABRANET, Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, entre outras entidades.

E mais, até foi criado um site para receber as denúncias, que ainda continua no ar. O Grupo Brasil Anti-Spam, como chamamos a iniciativa à época, infelizmente não teve sucesso no longo prazo, caindo no esquecimento devido a questões políticas sobre quem deveria liderar os trabalhos de recolhimento de denúncias, vaidades pessoais e imaturidade do mercado.

Então, tudo o que está sendo feito agora nada mais é do que reviver as iniciativas de 2003, inclusive a criação de um Conselho de Ética.

Por isso, estão vendo o que eu disse: o e-mail marketing está morto. Não há inovação nem na regulamentação. [Webinsider]

.

Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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9 respostas

  1. Olá Marcelo, o e-mail marketing como ÚNICA solução de publicidade pode ter morrido. Mas ele não morreu como parte integrante de uma solução de publicidade. Enquanto o e-mail existir, o e-mail marketing continuará existindo.

  2. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Achei a matéria muito tendênciosa. Vamos olhar por outro lado, já que tu defendes os buscadores: agora, qualquer busca por informações acabam trazendo nos primeiros resultados os sites com links patrocinados e que investem em busca orgânica – cadê as informações relevantes? Cadê a função não intromissiva do buscador? Quer dizer, podemos fazer propaganda pelos buscadores mas pelo email marketing não?

    Acho muito inocente achar que numa sociedade capitalista, baseada em lucros, em marketing, tenhamos esta visão restrita, defendendo este ou aquele recurso. É o marketing que faz a roda girar e a sociedade crescer economicamente. Todo produto e serviço precisa de divulgação e acho que todos os recursos disponíveis tem seu valor agregado. Engraçado que ninguém reclama da enxurrada de mala-diretas impressa na caixa de correio, como já li por aí, mas o email marketing é condenado, deixando de lado aquelas empresas que trabalham realmente sério.

    Ainda bem que temos a internet, um canal democrático onde podemos nos expressar, sem ficarmos com uma comunicação de via única.

  3. Não podemos deixar de dizer que relacionamento também gera negócios. Concordo que email mkt mal feito não serve de nada mas se bem feito pode ser uma ótima ferramenta de vendas.
    Estudos da associação americana de mídia online mostram que o email mkt (bem trabalhado) é a forma de midia que traz maior ROI ao anunciante, maior inclusive que busca.

  4. Olha só, recebi o mesmo email que o Gonz comentou e fiquei tentando lembrar qual o mal que eu tinha feito para o mundo pra receber um e-mail me oferecendo a camisa do maior rival do meu time.
    Report spam.

    E logo fiquei pensando em como me descadastrar dessa mailing list. Mas tava sem tempo e não fiz isso. Talvez eu esqueça de novo depois, mas uma hora o filtro do Gmail aprende.

  5. O RSS não está morto, mas sendo usado não pelo usuario final, mas sim como serviço de fundo.

    Existem sites chamados planetas que são agregadores de blogs que se usam do RSS para se atualizar.

    Existe um serviço para o twitter chamado twitterfeed ele atualiza o twitter usando o RSS.

    Mas vou alem, acho que o twitter devia permitir agregar um rss diretamente.

  6. putz.. bem q concordo…
    fiz umas compras na estanteVirtual, pelo PagamentoDigital.

    Desde então o pagamentoDigital me bombardeia com diversas ofertas.

    Mas hoje foi a gota dagua:
    Compre agora sua camisa do centenário do TIMÃO!
    cara, report as spam na mesma hora, sem dó nem piedade…

    péssima ação…
    target errado (adoro futebol, mas timão, pelamordedeus…), meio de comunicação errado…

    boa coluna.

    abs!

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