MIXX 2010

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Semana passada aconteceu em Nova York mais um MIXX, evento anual do IAB norte-americano. Já há alguns anos ele se consolidou como um dos mais importantes eventos do mercado brasileiro. Sim, um evento nos EUA é parte integrante do calendário do mercado brasileiro.

Este ano foram 187 profissionais que voaram a Nova York para acompanhar tendências, novidades e, porque não, mais do mesmo. Aproximadamente 10% da plateia falava português e em alguns momentos no corredor você não ouvia outra língua e sentia-se no Maximídia, de tantos rostos conhecidos.

Seth Godin, nome consagrado no mercado de internet com vários livros de sucesso e que se auto-intitula “agente de mudanças” (nome bonito para auto-ajuda) abriu os trabalhos com um discurso motivacional em torno da revolução que a internet trouxe em nossas vidas.

Arrancou risos e levantou questões interessantes e pertinentes, mas sem grandes novidades. Seth é um showman e agrada a qualquer audiência, uma boa forma de “aquecer os motores” para um evento como esse.

Mídia comprada em tempo real

Terry Kawaja, da consultoria LUMA, fez uma apresentação altamente subestimada pelos brasileiros, que não deram muita importância ou atenção à revolução que a mídia online visual (display media) está vivendo nos EUA.

Graças a enorme concentração em torno dos grandes portais, a maioria dos profissionais locais – de agências, veículos e anunciantes – não está se dando conta da mudança que estamos vivendo.

Hoje são mais de 200 empresas disputando 8 bilhões de dólares, 20 categorias de serviços que se colocam entre o anunciante e os veículos, para atingir a audiência. Isso impacta diretamente como se compra e vende mídia online, pois os espaços disponíveis para publicidade serão comprados – já são na verdade – em tempo real, conforme o desempenho de uma campanha.

Isso significa que um espaço hoje considerado “podre” será valorizado e irá disputar as verbas com os chamados espaços “premium”, como home page de portais. Veremos uma escalada de preços desses inventários e pressão em cima dos inventários hoje ditos mais qualificados – que serão obrigados a reduzir seus preços para competir com essa nova opção – graças a diversas tecnologias que essas empresas estão trazendo ao mercado. É esperar e conferir.

O resto do primeiro dia transcorreu entre paineis com gestores de marcas vendendo seu casos de sucesso e entrevistas nem tão interessantes, passando por workshops no período da tarde. A sensação que fica é que há muita coisa boa sendo feita aqui no Brasil e com muito menos dinheiro.

O segundo dia abriu como sempre com Charlie Rose, carismático jornalista e entrevistador de um dos mais bem sucedidos talk-shows da TV americana, conversado com Yossi Vardi, investidor israelense e pioneiro em dezenas de empresas de tecnologia.

Yossi deu um show de bom humor, sensatez e humanidade: ao ser perguntado se a paz no Oriente Médio geraria grandes negócios de internet, ele desprezou o lado comercial e valorizou a importância da paz para as famílias que hoje sofrem com perdas de vidas por causa na guerra. Foi ovacionado, com razão.

Algumas frases dele: “Business Plans são como salsichas, só as comem apenas quem não sabe como elas são feitas” e “eu não procuro por ideias, mas por talentos”. Mas a melhor foi “se você ainda não vivenciou um fracasso e porque ainda não correu riscos o suficiente”. Uau!

Meus destaques do segundo dia, porém, vieram de dois pesos-pesados: Facebook e Google.

Números estrondosos do Facebook

Sheryl Sandberg, COO do Facebook, deu um show de elegância e competência naquela que sem dúvida foi a mais bem estruturada apresentação de vendas de todo o evento. Mesmo assim, a plateia ficou hipnotizada com a sequência impressionante de caso de sucesso e os números estrondosos do Facebook.

Por exemplo, existem 80 milhões de sites ativos no mundo, contra 500 milhões de perfis no Facebook. Onde você quer sua marca sendo exibida? Para encerrar, a COO do maior site do planeta afirmou que a Nielsen (o nosso Ibope) está iniciando estudos para em 2011 lançar o que seria o GRP da internet. Sem dúvida uma jogada para atrair os anunciantes de TV que ainda insistem em ignorar o meio online ao argumentar que não entendem suas métricas.

A mídia online em 2015, segundo o Google

Finalizando os trabalhos, o Google apresentou suas sete previsões para a mídia online em 2015:

  • 50% de toda publicidade online será paga no modelo custo-por-exibição de vídeo
  • 50% de todas as compras de mídia serão feitas em tempo real, com uma tecnologia já disponível hoje chamada real time bidding.
  • Os celulares serão o principal meio de se acessar a internet.
  • Pelo menos 5 métricas serão mais importantes que o clique. Por exemplo: taxas de interação, taxa de conversão por video exibido, números de buscas, aumento de visitas/vendas em lojas offline e teor dos comentários em redes socias a respeito de determinada campanha
  • 75% de todos os anúncios terão um viés “social” ou seja, permitirão que você comente, indique e o compartilhe.
  • 50% de todas as campanhas usarão tecnologia rich media (hoje apenas 6% usam)
  • A mídia visual será um mercado de 50 bilhões de dólares (hoje está na casa de 8 bilhões)

Mas uma coisa me chamou muito a atenção na apresentação do Google e não foi a sensacional tecnologia experimental Google Goggles: dentre os vários formatos de banners que o Google apresentou, pelo menos dois não são formatos padronizados pelo IAB.

E aqui vai minha previsão: conhecendo o poder do Google em atrair anunciantes, em 2015 estes dois formatos já serão também chamados de “padrão IAB”. [Webinsider]

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Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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Uma resposta

  1. Espetcular o texto!
    Parabéns ao Marcelo e ao Vicente.
    Tomei a liberdade de reproduzir o texto no Blog da Pós de Mkt Digital da Pós (dando os devidos créditos, claro) para conhecimento do alunos.

    A Frase “existem 80 milhões de sites ativos no mundo, contra 500 milhões de perfis no Facebook. Onde você quer sua marca sendo exibida?” resume bem o que os anunciantes enxergam versus o que nós publicitários enxergamos: as pessoas não estão mais no sites!!!

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