Novidades e inovações: UX Week 2011

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Neste artigo trago informações sobre a UX Week 2011, importante evento realizado no final de agosto nos Estados Unidos.

O primeiro dia começou bem com Jaron Lanier falando sobre inovação:

Ele iniciou sua apresentação tocando um instrumento musical asiático. A mensagem foi: se você tem uma ideia inovadora, siga em frente e não duvide da capacidade das pessoas em aprender.

Imagine você que, há milhares de anos, havia grupos que o tocavam com perfeição. O mesmo acontece com qualquer pessoa que toca algum instrumento musical: todos acham que é muito difícil, mas para quem é músico, é totalmente intuitivo, fácil.

A mente humana não tem limites, portanto, podemos apostar na inovação. Grandes empresas como Apple, Microsoft e Google fazem isso. Hoje, a riqueza das empresas de tecnologia está nas informações que permitem entender um pouco mais os desejos das pessoas. E quem souber usar isso a favor da prestação de serviços sai na frente.

Assim, a análise a ser feita é: você pensa na propaganda voltada aos consumidores, como um consumidor?

Outra palestra interessante foi a do USAA, com Todd Walthall.

walthall

O estudo de UX ajudou a perceber um novo comportamento que mudou a forma como a USAA conduzia toda a sua comunicação, especialmente na TV. O caso é que, para falar com os soldados e motivá-los durante um período de guerra, eles direcionavam seus esforços de comunicação aos próprios soldados. Para esse público-alvo, a maior motivação era os poucos momentos de proximidade com a família.

Foi quando a USAA começou a criar plataformas interativas como solução para se aproximar dos soldados de suas famílias por meio de ferramentas digitais e o com o apoio da USAA. O legal disso é: eles estão integrando o pessoal UX não só no desenvolvimento de interface, mas de todo tipo de plataforma interativa. E, uma iniciativa assim, partindo de um órgão público, é bem animadora.

E por falar em TV, R. Brian Stone trouxe um estudo de Interface para TV Digital, mostrando também a análise de UX para se chegar na solução.

A coisa toda se resume em “o problema está no controle remoto”. Aqui nos EUA, especialmente, é como se estivessem sem um grande amigo. Na verdade é aquele tipo de amigo que só causa problemas, mas você não sabe por que ainda mantém a amizade, sabe?

Fomos acostumados a “ter um controle nas mãos”, mas em um futuro bem recente, não precisaremos dele, pois tudo pode ser controlado via som e gestos. Essa é a grande mudança comportamental da TV digital: iniciar as pessoas ao comum hábito do controle/comando por voz/som/gestos. Aparelhos móveis cada vez mais sensíveis e inteligentes vão permitir a interação e comunicação muito mais dinâmica. O negócio agora é popularizar tudo isso, assim como é a TV nossa de cada dia…

Foi legal também conhecer mais sobre o trabalho da Universidade de San Francisco. A instituição tem conseguido desenvolver na formação de Interaction Designer. Os educadores já conseguiram diferenciar bem o que é IA, UX, ID entre outras derivações.

( …)Nesse livro, explica-se a teoria das divisões de skills de acordo com a classificações de nomes acima. Acredito que, no dia a dia, a diferença está mais na forma como um coordenador observa os skills da equipe para aproveitamento do trabalho. Em uma equipe maior, tem como delegar funções distintas e isso começa a deixar de ser só uma diferença de nomenclatura.

Opinião: nas minhas visitas por agências de SF e NY pude perceber que a diferença de nomes é usada como forma de priorizar uma tarefa/responsabilidade para membros de uma equipe, na qual todos fazem parte de uma cadeia maior da disciplina, denominada UX.

Já o Steven Pemberton falou sobre como o comportamento humano traduz muitas vezes uma condição genética e não de escolha sobre as decisões. Essa é sua visão de cientista – e tem total relevância para a concepção de parâmetros a exemplo do que tem feito na W3C onde trabalha -, mas acredito que na segmentação de nichos, é bem estranho se conformar com essa opinião.

Veja um dos exemplos: os homens preferem mulheres de cabelos compridos. Isso porque cabelo grande sempre foi usado/percebido como forma de atrair o sexo oposto e só há pouco tempo as mulheres passaram a usar cabelos curtos, logo, não deu tempo para a genética masculina adaptar-se a esse gosto – na realidade, não se trata de gosto, mas de um aprendizado genético do cérebro.

Isso quer dizer: não poderíamos desenvolver produtos para aqueles homens que preferem mulheres de cabelos curtos, porque essa “verdade” genética influencia diretamente nas decisões. Mas então, não existem homens atraídos por mulheres de cabelos curtos? Seria necessária uma pesquisa para contestar, mas não acredito nessas verdades absolutas sobre comportamento humano, cada caso é um caso, cada caso define um cenário de uso e inspira a serviço diferente…

Esses e outros exemplos foram tratados como forma de trazer informação sobre a genética do comportamento humano sobre a maioria, porque é assim que a W3C precisa pensar na hora de definir parâmetros de uso, portanto, estes estudos científicos fazem todo sentido.

Case Twitter

Ainda nesse dia, os gestores o Twitter contaram sobre os processos e impasses que eles tiveram desde a criação da plataforma, os riscos assumidos quando planejaram toda a estratégia de business deles, a partir dos seguidores. Muito inspirador.

twitterMark Trammell disse que no começo do Twitter, se eles fossem acreditar só em métricas, eles teriam desistido do produto, afinal, demorou alguns anos para dar resultados. Incansáveis e persistentes, eles perceberam: não era problema do produto em si, nem de interface, como muitos estudos de usabilidade sugeriram.

O negócio todo é “qual a percepção de motivo de uso da sua ferramenta, todos entendem?”. Lembro que as pessoas discutiam sobre “para que serve o Twitter” e alguns diziam que era só para você contar aos amigos sobre suas ações. Nada disso! Então, o pessoal do Twitter resolveu ajudar na real percepção, criando a funcionalidade “quem você deve seguir”. Daí sim o Twitter virou o que todos conhecem hoje…

UX para vídeo

Adam Lisagor citou algumas lições de usabilidade sobre interações com vídeos. Uma delas, você pode ver neste vídeo que recomenda “como usar texto na tela em movimento, sem prejudicar a experiência”.

UX para vídeos sugere: você, responsável por UX, deve dar as regras de usabilidade do vídeo, mas acredite, tem gente melhor do que você para isso. Vale pegar todo o seu bom senso e experiência para trabalhar em conjunto com aquele cara expert em edição de vídeo, desde o início do sketching de interface. Aí sim vai ser um mix perfeito.

Case Facebook e Google: para alcançar o público certo

Para quem trabalha com redes sociais, pode parecer mais do mesmo, mas vamos lá: o negócio do Facebook é não pensar em público-alvo, mas sim em nichos de comportamento. Algo rotineiro, certo?

O curioso foi saber que para uma informação direcionada para uma pessoa, esta compartilha o link e até cinco amigos passarão isso para frente. Assim, você tem como pensar uma métrica de quantas pessoas sua mensagem pode atingir. CRM e BI puros!

O Google esteve presente e apresentou todos os seus novos/futuros designs de interfaces. Quer ler os comentários? Busque por #googleui ou similares.

Disney

A Disney também contou sobre seu investimento em redes sociais e como eles tiveram que abrir mão da rigidez de uso de seus personagens para criar situações engraçadas e dinâmicas em redes sociais. Os números de seguidores e de share of mind foram realmente expressivos.

Se a Disney que é a Disney, com todo cuidado com a marca, zelosa para falar com mães e crianças, que tem tradição, permitiu usar seu produto (que são os personagens) em brincadeiras de humor em redes sociais, você ainda pensa que ser motivo de piada é algo ruim? Muitas vezes não.

Vejam nesse vídeo um trecho do que eles fizeram para divulgar o lançamento do retorno do Star Wars:

Teve também um tema que já palestrei no Ebai 2010 sobre interface de exploração como recurso de exibição de um grande número de dados, em forma de infográficos e data visualization; e como isso tem aceitação do público e gera experiência.

A exemplo desse vídeo que Ben Cerveny apresenta um recurso de data visualization para trafegar grande número de dados, nesse caso música, para transformar em uma experiência de navegação mais visual e interativa.

Música e games

O DJ Spooky também falou da importância de efeitos visuais relacionados à música para a experiência do usuário em plataformas digitais. Ele trouxe sua percepção sobre como o design e a música estão totalmente envolvidos, desde a concepção de uma capa de disco/CD até como forma para melhorar a experiência em todos sentidos.

Isso também é prática nos games, que trouxeram uma forma mais visual de navegação, mais intuitiva, usando sound design para melhorar a experiência, ajudando também na interpretação da jogabilidade e no aprendizado de uso. O que também pode ser feito em produto/interface.

Já que o assunto é game, durante o evento optei pelo workshop mão na massa de Gamestorming com Sunni Brown. Foi bem enriquecedor, desde a teoria de game mechanics contada do jeito maluquinho da Sunni para ser usada desde uma reunião com o cliente e apresentações de ppt, até recursos de interface. Um dia inteiro de bastante sketchings, teoria e exercícios de criatividade. O @interactivemark fez alguns sketchnotes sobre o dia.

Mobile design

Outro workshop fundamental, foi o de mobile design com Luke Wroblewski, simplesmente um dos maiores UX designers para mobile do mundo. Acho que o download do material apresentado vale mais do que mil palavras. Download PDF aqui.

Mais conteúdos caseiros do UX Week no meu Flickr e mais fotos de todos os lugares que passamos, neste outro Flickr de @rebellc1

Se quiserem bater um papo sobre essa experiência e o benchmarking que fiz sobre o cenário de UX visitando importantes agências em SF e NY e ainda, “entrevistando” o pessoal do evento, é só me chamar: @melinalves [Webinsider]

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Melina Alves (@melinalves) fundadora da DUX Coworking. Consultora em User Experience, Designer de Experiência e Interação. Mantém o blog Melina Alves.

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2 respostas

  1. Olá, Lucas, que bom que gostou!

    Estou preparando mais um post para ajudar a divulgar outros eventos importantes da área. Fique de olho… acredito que vá gostar também.

    Obrigada pela participação aqui no WebInsider.

    Abraços,

  2. Melina,
    Parabéns pela matéria, abrangente e com indicações para continuar o assunto.
    Grande abraço.

    Lucas Selbach
    Caxias do Sul, RS

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