O carro do futuro não vai ter motorista

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No filme Minority Report – A Nova Lei (2002), o detetive John Anderton entra em seu carro, informa o destino e o carro segue por vias de trilhos de alta velocidade, sem a necessidade de qualquer intervenção humana. Essa história fictícia se passa em Washington, no ano de 2054. Será que estamos tão distantes dessa realidade futurística? A resposta é não.

A velocidade de desenvolvimento dos carros inteligentes e sistemas de controle e monitoramento de tráfego urbano podem ser comparados à rápida evolução que acompanhamos dos simples celulares para os atuais e poderosos smartphones.

Se meu carro pensasse…

Desde 2005, o Google patrocina o projeto Google Driverless Car que envolve o desenvolvimento de um carro com piloto automático. O carro é equipado com câmeras, radares e lasers utilizados para orientação, permitindo ao carro “enxergar” pedestres, motocicletas e outros carros na estrada.

Agora, em maio de 2012, o modelo Toyota Prius do mesmo projeto recebeu autorização do estado americano de Nevada para ser utilizado nas ruas e estradas locais.

Este modelo foi testado por 255 mil quilômetros e sabe-se que o carro esteve envolvido em um incidente quando estava em modo manual, sendo pilotado por uma pessoa. Errar é humano!

Claro que este não é o único projeto de carro inteligente no mundo.

No Brasil, temos o projeto SENA (Sistema Embarcado de Navegação Autônoma) em desenvolvimento no Laboratório de Mecatrônica do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) que visa o desenvolvimento de um carro de passeio capaz de evitar acidentes, ampliar a capacidade cognitiva do motorista e, em casos extremos, movimentar o veículo de forma autônoma em ambientes urbanos. Além dos mil carros inteligentes que estão sendo testados na Europa desde 2010.

Inteligência coletiva

Outra ideia revolucionária, e mais complexa, é a internet dos carros. No Brasil ainda estamos bem distantes de um sistema de internet dos carros, mas nos Estados Unidos, Japão e Europa seu desenvolvimento está bem avançado.

Mas o que é internet dos carros? Resumidamente, trata-se de um sistema composto por tecnologias cooperativas onde os mais diversos elementos (carros, celulares, semáforos, placas, postes, etc) trocam informações entre si, direta ou indiretamente, para tornar o trânsito mais eficiente e seguro.

As comunicações podem ser feitas por qualquer infraestrutura de comunicação disponível, como 3G, Wi-Fi, GPS, infravermelho, entre outros. Cabe destacar que a comunicação pode ser entre os veículos e a infraestrutura (V2I) ou até mesmo em rede ad hoc, isto é, veículo com veículo (V2V).

Os dados coletados pelos elementos são armazenados em bases de dados distribuídas, que são utilizadas por roteadores instalados nos carros e na infraestrutura das ruas e estradas, para compor rotas baseadas em informações, em tempo real. Com isso, o sistema é capaz de fornecer maiores informações sobre os veículos, localizações, permitindo a otimização dos recursos viários disponíveis, melhorando a segurança e tomada de decisões em casos de incidentes.

Para exemplificar, pode-se citar um projeto europeu chamado CVIS (Cooperative Vehicle-Infrastructure System), consórcio composto por 62 parceiros, entre eles Siemens, NAVTEQ, Vodafone e Volvo, e orçamento de 42 milhões de euros. Atualmente encontra-se em fase de testes e validação.

Os projetos pretendem, inicialmente, interconectar elementos como carros, celulares, semáforos e placas, mas a longo prazo, outros elementos serão adicionados como navios, aviões, trens, etc, tornando-se assim um sistema cooperativo intermodal.

Entre os benefícios esperados com a implementação destas tecnologias, estão inclusos a redução dos congestionamentos, segurança para os usuários, logística mais eficiente, aumento da eficiência dos transportes públicos, melhora no tempo de resposta em casos de acidentes e perigos, entre tantos outros.

Para visualizar estas vantagens, você pode se imaginar saindo pela manhã com seu carro inteligente a caminho de seu trabalho. Ao informar seu destino, o carro apresentará as rotas possíveis e você decidirá por qual delas seguir. Após isso, você poderá ser atualizado com as últimas notícias, enquanto o carro segue sozinho pela rota definida. Se houver alguma alteração nas condições das vias durante o percurso, o sistema poderá propor alternativas, como indicar o endereço de um estacionamento ao lado de um terminal de transporte público, com um ônibus capaz de levá-lo em melhores condições até seu trabalho.

Mas estas tecnologias irão revolucionar também o sistema logístico, fazendo com que os produtos sejam coletados nas fábricas assim que estejam prontos, reduzindo o tempo de armazenamento. Adicionalmente, será possível efetuar a entrega dos produtos de acordo com a localização atual dos compradores.

Além destes benefícios, no projeto da internet dos carros há uma camada de aplicações que permitirá que desenvolvedores interessados criem aplicações de cooperação inovadoras. Estas aplicações adicionarão funcionalidades de acordo com as necessidades de cada usuário e poderão ser adquiridas em lojas virtuais, parecidas com as que encontramos hoje, para os principais sistemas operacionais de smartphones. Entre as aplicações possíveis estão assistentes de viagens, controle de acesso, reserva de vagas em estacionamentos, entre outras.

Assim, pelo menos nos países e continentes que investem em inovação, a perspectiva da tecnologia transformar o trânsito em um lugar seguro e tranquilo parece estar bem mais próxima da nossa realidade do que previu a ficção.
[Webinsider]

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Leia também:
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Pedro Henrique Faustino é gerente de produtos da Ação Informática, distribuidora VAD.

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