VCs e fundadores de startups: basicamente a mesma coisa

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venture-capital-financingVocê, empreendedor, finalmente recebeu a resposta afirmativa que tanto desejava: sua reunião está agendada para amanhã com o investidor prospectado.

Se você acredita que o sujeito da frase acima é um fundador de startup, está certo. E se acha que é um Venture Capitalist (VC), também está perfeitamente certo.

Com algumas exceções de expoentes de Silicon Valley, a maneira de operar de um VC é muito semelhante a de um fundador de startup.

Como um fundo de VC é formado

Os fundos de Venture Capital surgem, tipicamente, de maneira similar a uma startup (usamos aqui o sistema norte-americano, padrão no mundo todo). Antes de ouvirem os empreendedores e seus pitches, os VCs precisam levantar dinheiro.

Do mesmo modo que você incorporou sua empresa, um VC vai incorporar a dele, seja uma Corporation ou uma LLC (Limited Liability Company, forma não muito usada por hoje em dia). Essa empresa tem a particularidade de ser formada para funcionar como uma General Partnership, figura empresária utilizada nos Estados Unidos, que vai ser a gestora de outras parcerias formais chamadas Limited Partnerships.

A partir daí, o VC capta recursos e vende as participações nessas Limited Partnerships, que virão a formar um fundo de investimento de capital de risco.

Portanto, os chamados LPs (Limited Partners) são os investidores dos VCs.

Os LPs podem ser:

  • Fundadores de startups que tiveram enorme sucesso e fizeram muito dinheiro com seus negócios anteriores, como Jeff Bezos, Peter Thiel e executivos que saíram de empresas como Microsoft e Google;
  • Fundos de pensão, privados ou públicos;
  • Fundos formados de fortunas familiares;
  • Fundos de universidades;
  • Companhias de seguros;
  • Braços de capital de risco de bancos.

Como um VC levanta recursos

Quando a General Partnership está formada, o VC prospecta os chamados “commitments” (compromissos) entre os LPs acima listados. A diferenciação entre um commitment e dinheiro vivo é importante. O commitment serve exatamente para o LP avalizar o Venture Capitalist a buscar as melhores startups com possibilidade real de retorno do capital. O compromisso se torna transferência de valores quando a oportunidade aparece.

Portanto, nessa fase de fechamento de commitments, o sistema é extremamente semelhante a um roadshow de startup, com o VC fazendo suas apresentações no mesmo PowerPoint que um empreendedor, preparando memorandos demonstrativos do fundo, elencando quem vai fazer parte do time, e como as oportunidades serão prospectadas.

Sim, VCs também recebem “não” como resposta.

Como um Venture Capital Fund começa a operar

Quando o VC recebeu um número suficiente de commitments para iniciar as operações, o fundo começa a identificar startups para alocar este capital. Exemplificando, se o fundo tem como alvo startups de e-commerce em fase inicial, que já tenham recebido ou não um investimento anjo, uma lista das melhores oportunidades é feita pelo time de seu fundo e então o VC vai iniciar a análise destas empresas.

O que um VC espera de seus investimentos

Cada fundo de capital de risco possui suas características próprias, modos de operar, objetivos, modelos de negócio visados e sistemas. Porém, podemos exemplificar em termos realistas o que um típico VC que investiu em 10 startups projeta para esse portfolio:

  • 3 fracassos;
  • 2 empresas que praticamente apenas existem, lutando para obter lucro real e sem esperança de saída a médio prazo;
  • 2 empresas que retornam 5x o investimento, com uma saída mais demorada;
  • 2 empresas que retornam de 5x a 10x o investimento dentro de 4 ou 5 anos;
  • 1 empresa com uma saída excelente dentro de 4 anos com retorno igual ou maior que 10x o investimento.

Frisando, os números acima são apenas exemplos de um panorama realista de investimento de capital de risco. Lembrando também que é perfeitamente natural um fundador se tornar um VC, como Brad Feld e seu Foundry Group, de Bolder, Colorado.

Dessa forma, todo empreendedor que busca capital para o seu negócio deve entender que um típico VC conhece muito bem o outro lado da moeda, e que suas decisões são tomadas unicamente para suprir as necessidades de seus próprios investidores. [Webinsider]

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Rodney de Castro Peixoto (rodneycp@gmail.com) é autor do livro “O Comercio Eletrônico e os Contratos”, advogado especialista em tecnologia da informação, professor, consultor jurídico de startups e empresas de tecnologia. Mais no blog Lawmate.

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