Análise do novo Nero Platinum 2017

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Nero Platinum 2017

Eu fui convidado para dar uma olhada na nova versão do Nero Platinum 2017. Não sendo analista ou testador de softwares eu decidi aceitar o desafio, mas me restringindo ao nível de usuário final, neste caso com muitos anos de experiência com alguns dos aplicativos da empresa.

Antes de qualquer outra coisa, eu preciso informar ao leitor que fiz a instalação da nova suíte no meu computador de trabalho, cujos principais componentes eu me sinto obrigado a informar:

  • Placa-mãe Asus Sabertooth 990FX, primeira geração (R1)
  • Processador AMD FX-8350, rodando a 4.1 GHz default, em modo HPC
  • Banco de memória RAM DDR3 16 GB Kingston HyperX, @ 1600 MHz
  • Adaptador de vídeo EVGA Geforce GTX-760 SC
  • Drive LG WH16NS40, com firmware atualizado (versão 1.02)
  • Sistema operacional Windows 10 Pro, atualizado

Este computador roda na minha mesa há vários anos, e é usado exclusivamente para estudo e pequenos projetos, quando estes aparecem. Com a ajuda deste equipamento, eu me sinto confortável em emitir uma opinião segura sobre o funcionamento de qualquer programa, que é o que espero fazer a seguir.

A suíte Nero Platinum 2017 é a mais nova versão do conhecido conjunto de aplicativos feitos pela software house alemã Nero AG. A empresa ganhou fama no mercado com a introdução no meio dos anos de 1990 do aplicativo Nero Burning ROM.

Naquela época foram introduzidos os primeiros drives para a queima de CD-ROM, usados tanto para armazenamento de arquivos como para preservação ou construção de discos de música. Esses primeiros drives permitiram a distribuição de programas e bancos de dados, itens que facilitaram imensamente a vida do pesquisador ou do estudioso daquela época.

Assim, o Burning ROM foi o carro chefe da Nero por anos a fio, e ficou como o melhor programa para queima de mídia que eu conheci. Na realidade, foi o único aplicativo deste tipo que permitia programar o intervalo de tempo entre as faixas do mesmo CD, recurso que me foi valioso na época em que eu dediquei mais de quatro anos da minha vida restaurando Lps que eu julgava que jamais seriam editados em CD.

Outros programas de queima conservavam os 2 segundos padrão do CD, ou zeravam o intervalo entre as faixas, ou seja, ou 8 ou 80! Lps com música contínua ou interrompida na mesma face tornavam impossível a autoração sem a modificação do valor em segundos do intervalo entre as faixas, e o Nero Burning ROM permitiu isso.

O Nero Burning ROM deixou de ser um aplicativo independente para se tornar parte da primeira suíte de programas criada pela Nero. Foi somente com o correr do tempo, que ele voltou a ser vendido separadamente, e a empresa de alguns anos para cá vem oferecendo programas separados para aquisição, o que é útil para quem não quer ou não vai ter uso para outros aplicativos da suíte.

Financeiramente, a aquisição da suíte é, a meu ver, mais vantajosa, particularmente a da versão Platinum.

Outra modificação na política de vendas foi a oferta de ferramentas gratuitas instaladas por fora, mas como parte das suítes. Com esta integração, o programa que deslancha a coleção instalada permite ao usuário acha-las com facilidade, ao invés de ficar criando ícones separados e congestionando a área de trabalho (desktop).

No rol das ferramentas antigas gratuitas, que não entram na interface das atuais suítes, mas podem ser instaladas por fora, uma delas que eu ainda considero muito útil, chamada de Nero DiscSpeed, já não consta mais da lista de downloads disponíveis no site da Nero, mas pode ser facilmente encontrada em sites de terceiros.

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Ao longo do tempo, entre as versões 2015 e 2016, algumas modificações foram feitas, como por exemplo, a ausência do Blu-Ray Player, o qual recentemente foi praticamente abandonado e ficou sem suporte de atualização, frustrando consumidores que o adquiriram. Um resumo destas modificações pode ser visto na figura a seguir:

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A versão 2017

No programa em lançamento, o aplicativo Stashimi, de 2016, foi substituído por Music Recorder, essencialmente o mesmo programa, porém com uma interface um pouco diferente. Se o usuário ainda tem a suíte 2016 instalada, o instalador da 2017 substitui o Stashimi pelo novo aplicativo, como pode ser observado na figura acima. A mesma conta é usada pelo Music Recorder, assim como os ajustes e coleções de clipes salvados anteriormente.

Com o Music Recorder é possível ouvir música coletada de vários sites da Internet, mas nem todas elas poderão ser gravadas no seu formato original, por razões de direito autoral. Eu acho até hoje este recurso desnecessariamente críptico e pouco intuitivo. Se a fonte for, por exemplo, o Youtube, existem pilhas de ferramentas específicas, mais diretas, rápidas e mais facilmente configuráveis.

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Egresso da versão 2016, o Nero TuneItUp é fornecido na versão gratuita, tal qual o Music Recorder. A atualização para a versão paga de ambos os programas fica a critério do usuário.

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Há um apelo comercial direto na tela do TuneItUp para a aquisição da versão paga “Pro”, na forma de comparação de resultados. Mas, a versão gratuita faz o básico da manutenção de qualquer PC, incluindo limpeza de registry. Existem bons programas com esta finalidade pela Internet, mas o uso do aplicativo da Nero dispensa qualquer um deles. Outro recurso bom e útil deste programa é a ferramenta de desinstalação de programas instalados no Windows. Às vezes, o sistema perde os recursos para retirar da máquina um determinado programa, e é aí que o TuneItUp faz a sua mágica, desinstalando qualquer coisa com total segurança e limpando o ambiente operacional.

Por outro lado, os seus recursos de monitoração do sistema aborrecem o usuário com mensagens totalmente desnecessárias. Felizmente, na nova versão, é fácil configurar o aplicativo para retira-lo do startup do Windows. Existem modificações do sistema que o usuário precisa manter, mas o TuneItUp considera erradas. Se as notificações não forem desabilitadas, o programa crepitará mensagens a todo momento, o que é inconveniente e distrai quem está trabalhando.

O Nero Burning ROM

Nas últimas versões disponíveis, o Nero Burning ROM continua exemplar e é difícil achar um defeito ou bug de programação. O programa não é só útil para queimar CD/DVD/Blu-Ray, mas é uma excelente ferramenta para copiar faixas de música para um formato útil em outro lugar.

Foi assim, por exemplo, que eu levei parte da minha discoteca, e salvá-las em formato MP3, indo para o drive USB do carro. Mas, a conversão é eclética, possui uma variedade de codecs de áudio e pode ser usada aquela que mais convém a quem precisa.

O Burning ROM é também um excelente copiador. Se associado a um software desbloqueador de proteções contra cópia, como por exemplo, o AnyDVD, é possível fazer backup 1:1 de discos Blu-Ray inclusive, portanto útil para quem quer preservar a sua coleção, que custou muito tempo e dinheiro para ser realizada.

A estrutura de discos de vídeo é, entretanto, desnecessariamente mais complexa do que deveria. Montar um DVD ou Blu-Ray com ela requer conhecimento básico da árvore dos discos, e ainda ter os arquivos corretos nas posições corretas, caso contrário o disco resultante da queima não irá tocar em lugar nenhum.

Para contornar isso, a suíte possui um programa que constrói a estrutura do disco de vídeo desejado para o usuário: o Nero Video. A estrutura criada é automaticamente queimada em disco, através dos algoritmos do Burning ROM, sem que este último precise ser invocado.

O Nero Video permite também a criação de um disco de vídeo com um grau de edição básico mas competente. Para editar vídeo com mais profundidade este aplicativo não atende ao usuário avançado, e eu me arriscaria a dizer que o Nero Video é mais voltado ao usuário intermediário, se o trabalho de autoração exigir um grau de sofisticação maior do que o habitual, como por exemplo, separação do arquivo de vídeo por capítulos, criação de submenus, etc.

O Nero Recode

Este é, na minha opinião, um dos melhores e mais úteis aplicativos da suíte tanto da atual quanto das anteriores. Embora existam softwares gratuitos para fazer praticamente a mesma tarefa, o Nero Recode permite fazer conversões de áudio e vídeo com bons algoritmos, evitando deteriorar ou distorcer o som ou vídeo do arquivo convertido.

O programa trabalha com arquivos e discos, neste caso podendo importar a árvore e os arquivos que ajudarão depois na queima ou no trabalho de modificação que o usuário deseja.

Na lista de conversões existe a possibilidade de se escolher o tipo de equipamento de destino (“device”), prática comum entre aplicativos semelhantes.

O aplicativo faz uso de aceleradores de hardware e de coprocessadores da GPU (Cuda Cores), tornando o processo de conversão de vídeo bem mais eficiente.

O Nero Media Home

O Nero Media Home substitui o Nero Kwik Media desde a versão 2016. Uma vez instalada a nova suíte a versão antiga é automaticamente substituída. Desta vez, o programa conseguiu reproduzir uma mídia 4K que eu gravei pelo telefone celular, no codec MPEG-4, fora dos padrões habituais deste formato. Da mesma forma, conseguiu reproduzir arquivos 4K que eu havia recebido da Samsung. Para conseguir tocar estes clipes eu tive que baixar o Pot Player, o único que conseguia lidar com este tipo de formato com competência até então.

Em contrapartida, a reprodução de arquivos com 10-bits ainda tem a reprodução interrompida e cortada. Até agora, não achei nenhum player capaz de lidar com esse tipo de arquivo.

O Nero Media Home trabalha com aproveitamento da aceleração de hardware do adaptador de vídeo instalado na máquina, mas não há referência que eu tenha notado ao uso de Cuda Cores, que são coprocessadores que a GPU usa.

Também é possível usar o programa para fazer streaming para as TVs ou monitores ligados à rede local, mas o processo é penoso e, a meu ver, desaconselhável, seja com este seja com qualquer outro programa, pois não é incomum as chances de insucesso.

Outras ferramentas

De tempos para cá as suítes da Nero passaram a englobar ferramentas de manutenção, através de parcerias com outras software-houses. Ferramentas para back-up ou recuperação do sistema são de fato úteis, mas se eu me permitisse aconselhar o leitor seria o de nunca deixar o sistema operacional impedido de realizar suas tarefas, o que implica em jamais instalar programas que interferem no funcionamento do sistema, quando existe algo semelhante dentro dele. E principalmente fazer uma manutenção periódica, varrendo a máquina para detectar malware, vírus e outras coisas indesejáveis, e uma limpeza do registry sempre que o computador ameaçar ficar lento.

Back-ups ou cópias de segurança devem ter prioridade total no uso diário do computador. Eu tive a experiência, em plena década de 1990, de distribuir um memorando aos meus colegas de pós-graduação galeses sobre isso, em uma época que os computadores eram equipados com discos rígidos que ainda usavam tecnologia MFM, inclinados a morrer sem aviso. Muitos deles não deram bola, não fizeram back-up, e um belo dia eu achei uma estudante chorando copiosamente porque havia perdido a tese toda!

No final, vale a pena?

A não ser que se queira usar apenas um ou dois dos aplicativos oferecidos separadamente, a compra da suíte é, na minha opinião, bem mais vantajosa.

Na versão 2017, o usuário é guiado para um questionário na parte de cima da tela, que visa analisar um tipo de arquivo ou mídia, para sugerir opções do que fazer com eles. Ainda existe a oferta de um aplicativo chamado Nero Know-How App, para as plataformas Windows Phone, Android e iOS, que visa a aumentar o escopo de domínio e controle dos aplicativos.

É certo que seja provável que algum aplicativo ou outro fique abandonado por falta de uso. Quem é usuário final mais antigo tem como experiência instalar programas em um dado momento e depois até se esquecer de que ele está ali sem fazer nada de útil. A vida atribulada das pessoas as empurra para uma situação dessas cotidianamente, pequenos projetos são, às vezes, rotineiramente abandonados. Mas, no final, é sempre reconfortante saber que os recursos existem e nos tiram do aperto sempre que se precisar deles!

Em suma, o Nero Platinum 2017 é uma versão que tem maior apelo ao consumidor que nunca instalou uma versão deste tipo. Na minha opinião, atualizações são sempre bem vindas, dando ao programador a chance de corrigir erros ou modificar interfaces, com base na experiência anterior.

O usuário que já roda as versões anteriores recebe a oferta de upgrade por preço reduzido, com a ajuda do número de série previamente registrado e que ele poderá encontrar e copiar no Nero Control Center, mas caberá a ele a decisão se deve ou não se aventurar na compra e na instalação da nova versão. [Webinsider]

. . . . .

Leia também:

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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5 respostas

  1. Por gentileza, gostaria de saber se NERO RECODE, faz parte do NERO 2017 PLATINUM, (já possuo) ou tenho que adquirir à parte? Muito obrigada!!!

  2. Olá, Fabio,

    Existem sim drives de gravação externos, normalmente conectados ao micro via USB. Eu não tenho experiência com Macs, mas posso lhe adiantar que as proteções existentes nos discos Blu-Ray só se consegue desbloquear para cópia com ferramentas pagas. Essas que você citou são muito antigas, e eu ficaria surpreso se elas ainda funcionassem com mídias mais novas.

    No texto acima, eu já passei a dica, porque eu já fiz backup com o uso de AnyDVD HD. Depois de desbloqueado você então pode usar com segurança o Nero Burning ROM, que tem um excelente copiador de mídia.

    Existem outras ferramentas similares ao AnyDVD HD, mas eu nunca as usei e por isso deixei de fora do texto.

    No mercado brasileiro existem à venda drives internos e externos, sendo que estes últimos costumam ser bem mais caros, mas têm a vantagem de poderem ser conectados onde você quiser, útil para quem tem mais de um computador em casa. Quando você for comprar eu sugiro que preste atenção no buffer interno de memória. Para Blu-Ray são recomendados cerca de 4 MB ou mais.

  3. Paulo, mais um ótimo artigo.
    Se vc puder ajudar a sanar algumas dúvidas… Eu estou estudando adquirir um drive externo que possa gravar BDs (existe?) e fazer back up de alguns BDs da minha suada coleção, pois tenho receio de perdê-los em fução de não ter como guardá-los em temperatura e (ausência de) umidade 100% adequadas. Possuo algumas raridades e alguns importados que custaram muito caro e/ou já estão fora de catálogo que não gostaria de perder. Eu tenho um Apple MAc Mini cujo drive óptico apenas lê e grava CDs e DVDs, e penso em comprar um externo que leia e grave BDs. Faço back up de alguns DVDs utilizando o DVD Shrink e o DVD Decrypter com os quais removo as proteções e ajusto a árvore, se necessário. Adquirindo um drive que trabalhe com BDs, consigo fazer o trabalho utilizando essas ferramentas Nero?

    Obrigado.

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