Oppo Digital entra de cabeça nos players 4K, mas e aí?

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Oppo Digital 4K

Anunciado no início do ano de 2016, o agora novo UHD Blu-Ray player da Oppo Digital começa a ser vendido, inicialmente no próprio site do fabricante, e possivelmente em outros sites ou lojas físicas no futuro.

A parte interna segue o tradicional padrão de montagem do fabricante:

É de dar água na boca de qualquer entusiasta ou cinéfilo colecionador de discos, não é não? E para quem quer se divertir com o espalhafato comercial, aí vai o vídeo de lançamento:

Uma vez mais, a Oppo nos informa que o principal chip de vídeo foi fruto da parceria com a Mediatek, dizem eles otimizado para a reprodução em 4K. Trata-se, segundo o press release, de um SoC (System On Chip) modelo OP4591, Quad Core, que trabalha como decodificador UHD inclusive.

O drive interno (chamado por eles de “loader”) é uma unidade dedicada. Até agora eu sou um que não sei bem o que é isso. É que a Oppo não esclarece se existe algum detalhe técnico para classificar o drive como dedicado, mas espera-se pelo menos ser de ótima capacidade de trilhagem. Recentemente eu precisei trocar o drive do meu computador e o fiz instalando um LG modelo WH16NS40. Muitos usuários já descobriram que este drive enxerga perfeitamente um disco Blu-Ray 4K, lê inclusive o conteúdo. Mas, como não há players disponíveis, não se pode saber se o drive permite tocar o disco ou não. Mesmo se puder, não existem, até onde eu saiba, monitores para computador capazes de reproduzir HDR.

Neste último recurso o player da Oppo só dará suporte inicialmente a HDR 10, que é o padrão mesmo. Para Dolby Vision, eles prometem uma atualização de firmware.

Na parte de rede, uma melhoria em relação aos modelos anteriores: a inclusão de um receptor 802.11 ac, que aceita rede sem fio com 5 GHz, e é mais robusto para serviços de streaming e outras aplicações. Claro, o usuário terá que implementar um roteador adequado, caso contrário o adaptador trabalhará com outro protocolo.

No painel traseiro, vê-se as duas tradicionais saídas HDMI, uma dedicada com saída exclusiva de áudio. Duas inovações interessantes foram acrescentadas: um set de entrada e saída de comando Trigger de 12 V, e duas entradas USB 3.0 (a terceira está na frente do aparelho, mas é USB 2.0).

Finalmente, o controle remoto é praticamente idêntico aos dos modelos anteriores, exceto por um botão com o comando HDR, no lugar do botão que iluminava o remoto.

Conexões

A dupla saída HDMI permite usar uma delas diretamente em um A/V receiver ou pré A/V, direcionado apenas sinais de áudio, enquanto que a outra saída, contendo áudio e vídeo, pode ser ligada na televisão ou projetor. Nenhuma das duas saídas é marcada como HDMI 1 e HDMI 2, como anteriormente, talvez para facilitar aqueles usuários mais inexperientes.

A minha experiência com equipamentos Oppo me permite afirmar que não é obrigatório seguir o método de conexão orientado no manual. Eu já usei este tipo de conexão separada durante muitos anos, mas depois das telas 4K eu vi que conseguiria uma linha de transmissão de vídeo estável passando um sinal de 2K (1080p ) pelo receiver e com este comandar o upscale para 4K. Na minha última TV foi inclusive possível subir a resolução para 4 K @ 60 Hz (na anterior não passava dos 30 Hz). A diferença na imagem a 60 Hz é notória e suplanta o upscaling do Oppo. Mas, como cada caso é um caso, por causa da diversidade eletrônica entre equipamentos, o usuário do Oppo deve testar aquela conexão que melhor lhe sirva.

Em se tratando de um player UHD 4K a Oppo sugere usar a opção “Passthrough” (o sinal passa direto) no A/V receiver ou pré de vídeo, e eu concordo totalmente. Como não tenho o aparelho em mãos não posso confirmar se é a melhor opção ou não, mas faz sentido.

Vale também lembrar que em se tratando de sinal de um Blu-Ray 4K, é recomendável verificar se em toda a linha de transmissão do sinal de vídeo é obedecido o protocolo HDMI versão 2.0 e se a linha está protegida por HDCP 2.2, caso contrário haverá degradação de sinal.

Existe uma entrada HDMI auxiliar no painel traseiro, e como nos modelos anteriores, serve para a conexão de qualquer equipamento (media player, por exemplo) que precise ajuda dos decodificadores do Oppo.

Curiosamente, não há qualquer menção no manual do uso do Trigger 12 V, e pior ainda, que tipo de cabo deve ser usado. Normalmente, se usa este recurso para que um equipamento ao ser ligado ligue automaticamente o outro no qual ele está conectado por um cabo para Trigger. A especificação deste cabo é importante, para evitar que seja provocado um curto-circuito na conexão. No meu equipamento, por exemplo, eu uso um cabo P2-P2 mono, especificado pelos fabricantes. Se inserir um cabo estéreo o circuito pode queimar.

E agora?

Tudo isso é muito bom, principalmente para quem pode se dar ao luxo de aproveitar. Mas, fica por enquanto a pergunta no ar: E aí?

O maior percalço até agora para o consumidor brasileiro em geral é a ausência de software (discos Blu-Ray, no caso) que justifique a aquisição de um aparelho dessa classe, não nos esquecendo que com ele vem as tradicionais dores de cabeça do processo de importação ou do alto preço praticado pelos importadores locais.

A entrada da Oppo neste segmento de mercado é significativa e deve ser elogiada, exceto pela prática de preço extorsivo, que não se justifica mais. Existem poucos players 4K para Blu-Ray (Sony, Philips e Samsung, se não me engano), o que evidencia que o padrão ainda não colou. Por aqui, somente a Sony andava cogitando lançar um player, mas nos modelos atuais de reprodutores de Blu-Ray não se encontra mais suporte para SACD, ou seja, desceram o aparelho de classe.

Todos os Blu-Ray players Oppo, sem exceção, são universais, portanto capazes de reproduzir SACD, DVD-Audio/Video, DSD, etc. São equipamentos que se fazem necessários ao usuário dedicado.

O acréscimo de uma eletrônica capaz de reproduzir todas essas mídias tem custo baixo, mas a indústria de massa optou por ignorar esse recurso, em prol de aparelhos que apenas cumprem o essencial, e muitas vezes mal.

Eu não acredito que a entrada da Oppo no segmento de mídia 4K vá alterar o cenário sombrio que se está desenhando, mas como eu não tenho bola de cristal prefiro me resguardar até uma próxima oportunidade! [Webinsider]

http://br74.teste.website/~webins22/2017/01/16/disputa-das-telas-de-tv-prometida-para-este-ano/

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Leia também:

http://br74.teste.website/~webins22/2016/11/01/alternativas-inovadoras-para-a-iluminacao-de-telas-lcd/

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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