Barra de som é alternativa para melhorar o som da TV

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Barra de som para melhorar o som da TV

Barra de som para melhorar o som da TVUm dos itens de consumo antigos que eu não me lembro ser relevante como componente de um home theater é a barra de som, ou ainda “Sound Bar”, “Media Bar” ou “Soundbar”, para os familiarizados com o assunto.

A evolução das telas de TV as fez serem construídas cada vez mais com menos profundidade nominal ou espessura na tela, fruto da tecnologia avançada de novos tipos de pixel. O exemplo no momento mais notório é o das telas OLED, cujo pixel pode ser montado até em uma folha de plástico.

Isso tudo, se por um lado é ótimo, por outro acarreta um problema que pode afetar um grande número de usuários: a dificuldade de instalar auto falantes adequados até mesmo para as transmissões do broadcasting, que têm mais fala do que música.

Quando o consumidor final não é exigente, a qualidade do som em uma TV moderna passa despercebida. Já aconteceu comigo várias vezes de fazer críticas ao som, bem ao lado de pessoas que disseram para mim não constatar nada de errado!

Mas, para aqueles que se importam, o som dessas TVs com painel é abaixo da crítica. A resposta de baixa frequência, por exemplo, é ridícula, ao ponto de ser patética, e não são raros os fabricantes que oferecem a possibilidade de instalação de um subwoofer externo comprado por fora.

Entretanto, a solução mais próxima do ideal estava na frente de todo mundo sem ser notada: a barra de som!

O que as barras de som fazem basicamente é capturar o som da TV (ou de qualquer outra fonte) e amplifica-lo. Mas, nada impede que nelas sejam inseridos processadores próprios, tornando-as versáteis e com múltiplas aplicações.

Como funciona?

A barra de som pode ser desenhada de várias maneiras, resultando em uma gama enorme de tipos e modelos. As mais modernas (aquelas pós HDMI) recebem uma ou mais conexões que permitem pinçar som digital direto da fonte.

Na maioria das vezes, a comunicação digital entre a fonte e a barra se dá por cabo Toslink (ótico), que virou padrão deste tipo de conexão ou por HDMI-ARC. Ambas as conexões são capazes de receber ou transmitir áudio 5.1 e no caso específico do soquete HDMI qualquer outro tipo de formato ou codec.

Se o usuário tiver no aparelho de TV uma conexão HDMI-ARC ele deve optar por ela sempre. A conexão enviará o sinal da fonte diretamente à barra, dependendo desta a capacidade de decodificar e reproduzir o formato (codec) transmitido. Caberá ao fabricante da barra especificar que codecs podem ser aceitos.

A conexão ARC (Audio Return Channel), para funcionar corretamente, prevê que a fonte de sinal seja ajustada com o controle por HDMI-CEC habilitado. Isto implica que a TV possa comandar a barra e vice-versa, usando apenas um dos dois remotos.

Na prática, isto significa também que o usuário é obrigado a inserir o cabo HDMI no conector da TV que estiver previsto para este tipo de conexão (HDMI-ARC), e simultaneamente habilitar o controle dos aparelhos por HDMI no menu de função correspondente.

É sempre bom lembrar que é prudente usar um cabo HDMI de boa qualidade, do tipo “High Speed”, de preferência com certificado do fabricante. Cabos convencionais podem funcionar, mas em se tratando de transmissão de sinal em modo bidirecional, quanto mais qualidade dos pares trançados e do isolamento melhor. Visto que as boas barras de som não são baratas, o custo de um bom cabo HDMI compensa amplamente.

Na ausência de uma conexão HDMI-ARC o usuário deve procurar a presença de uma saída ótica na traseira da TV e usa-la. Se nem isso estiver disponível é preciso achar uma saída estéreo RCA-RCA analógica, caso contrário não será possível usar a barra com o uso de cabos.

Uma quarta alternativa é a conexão por Bluetooth, se a TV tiver um dispositivo compatível e se a barra aceita-lo.

Alguns testes com uma barra de som

Eu instalei para uso próprio uma barra Sony modelo HT-CT390, de dois canais e um subwoofer (layout 2.1). A barra está acoplada a uma TV Sony modelo XBR-65X855C, por conexão HDMI-ARC.

barra de som, componente do home theater

As TVs Sony podem oferecer um ajuste chamado de Bravia Sync, que é o equivalente ao chamado HDMI-CEC, que controla aparelhos conectados.

Uma vez a barra conectada é igualmente importante trocar a saída do som da TV para o áudio externo, ao invés da reprodução pelos seus alto falantes internos. A troca pode ser feita manualmente, mas ela é feita automaticamente quando o controle Bravia Sync é ativado. Se a barra for desligada manualmente, o som é trocado automaticamente para os alto falantes da TV, e vice-versa.

No caso específico da HT-CT390 existe ainda a opção de evitar que a barra seja automaticamente desligada, depois de vinte minutos da ausência de sinal de áudio na entrada escolhida. Se esta opção não for escolhida a barra se desliga sozinha depois do tempo previsto para a ausência de sinal ter decorrido.

No momento da instalação o subwoofer que acompanha a barra precisa ser pareado por uma conexão sem fio chamada pela Sony de “Secure Link”, exclusiva do equipamento. Quando o subwoofer é inicialmente ligado o LED indicativo na frente do gabinete ficará vermelho. Depois de pareado e com a barra funcionando com áudio a cor do LED mudará para laranja, indicando sincronismo de sinal. Se o sincronismo for perdido, por exemplo, provocado pela instalação inadequada do subwoofer, este não emitirá mais som.

Os testes que eu fiz, e eu quero logo de cara alertar o leitor sobre isso, não são completos, na realidade são super básicos, mas dão para o gasto, espero.

Primeiro, é preciso notar que uma série de pré-ajustes de curvas de equalização, as quais inclusive não estão discriminadas no manual, constituem o único recurso de customização da reprodução de áudio. Na dúvida, o usuário pode optar pelo ajuste “Standard”, que supostamente não altera nada na curva de resposta de frequência (resposta plana ou ajuste a 0 dB).

Clear Audio

De todos os modos de som pré-ajustados que eu testei, o que mais me agradou aos ouvidos foi o chamado “Clear Audio”, embora “Movie” tenha dado bons resultados. O “Clear Audio” foi proposto nas TVs Sony para analisar o conteúdo da entrada de áudio e ajustar a reprodução de acordo. Na TV, sinceramente este ajuste não me convence, mas na barra o resultado é bastante razoável.

No HT-CT390 foram colocados apenas dois alto-falantes na barra, aparentemente do tipo “Full Range”, ou seja de amplo espectro de emissão. As especificações destes dois alto-falantes não são divulgadas, e como as grades de proteção não são removíveis eu calculei a dimensão aproximada de 2 polegadas. A do subwoofer deve estar em torno de umas 6 polegadas.

De acordo com a notação clássica de “Full Range”, o alto-falante deste tipo  é obrigado a emitir graves e agudos na maior faixa de resposta de frequência possível. Com um alto-falante nessas dimensões e com um corte para o subwoofer que, no meu entendimento (posso estar errado) não pode ser rápido, o que acontece na prática, e aqui não é exceção, é o “vazamento” de sons de frequência médio-baixas para o subwoofer, com tendência a produzir um tom grave nas vozes e nos diálogos, dependendo do conteúdo. Se o subwoofer for desligado manualmente, poder-se-á notar a influência que ele tem sobre o restante do conteúdo sonoro.

Ajustar a voz grave

Um ajuste importante nestes casos é alterar o volume do subwoofer, de forma a que ele não dê “peso” nos diálogos. O ajuste em si não é crítico, mas também não é preciso, ou seja, vai ser preciso ser feito “de ouvido” e reajustado até se chegar ao ponto ideal, ou menos ruim, se quiserem.

Se for possível sublimar a voz de todo mundo com um tom mais grave, o resto é quase administrável, exceto pela incapacidade de alto-falantes deste tipo em gerar uma resposta plana na parte relativa à faixa de médio-agudos.

Ainda assim, considerando o melhoramento sobre o som da TV que o HT-CT390 traz, posso afirmar que ele substitui com vantagens o áudio de origem, reproduzido pelos alto-falantes da TV! Aliás, uma virtude inegável desta barra é o respeito à reprodução da faixa dinâmica: em alguns momentos a amplitude do som reproduzido aumenta consideravelmente, e sem a introdução de distorção ou “clipping” (corte de sinal na saída do amplificador).

A separação estereofônica em programas de dois canais é real, e pode ser facilmente constada com o uso de material de referência em formato PCM (arquivos WAV) passado para um drive USB. A barra simula caixas separadas, tirando assim o receio de que o som frontal possa ser menos espaçado do que a largura da tela da TV. E aqui novamente a barra faz papel bem mais realçado do que os alto-falantes internos instalados no painel da TV.

Quando se trata de surround, a barra HT-CT390 usa um recurso de simulação batizado como “S-Force Front Surround”. Para testa-lo como devia, eu teria que ligar uma fonte 5.1 de sinal com o uso de outro equipamento, coisa que eu não fiz por pura preguiça. De qualquer forma, raramente este tipo de simulação dá certo.

Curiosamente, o som que sai da TV, uma vez a barra conectada, se torna 5.1 e não 2.0. A HT-CT390 tem embutido um decodificador Dolby Digital, portanto capaz de receber 5.1 sem grandes transtornos.

Netflix 5.1

Um aspecto que me causou surpresa foi a adaptação do aplicativo do Netflix: sem a barra a tela mostra som convencional 2.0 em qualquer programa, mas com a barra conectada por HDMI-ARC e com a opção de sistema de som externo selecionada, o aplicativo passa a transmitir em som 5.1. As TVs modernas incluem o chip Dolby Pulse, portanto capazes de passar ou decodificar Dolby Digital Plus, que é o formato transmitido pelo serviço do Netflix.

Mesmo assim, com programas 5.1 não foi possível ouvir nenhum efeito surround importante, e neste aspecto a barra de transforma em uma espécie de quebra galho, quando se compara a um home theater convencional com 4 ou mais caixas acústicas.

Observações gerais sobre as barras de som

É possível que alguns modelos sejam eficientes no quesito “surround”, mas para saber isso com exatidão, só se o usuário testar em casa com alguma fonte de sinal confiável, o que em muitos casos é impraticável, porque o lojista brasileiro não gosta de trocar ou ressarcir o preço do produto ao cliente, embora a lei favoreça este último.

O problema é que as barras de som variam em preço e qualidade. O que dificulta estabelecer uma relação custo/benefício para aplicações em cada instalação.

É possível se admitir que elas possam servir como home theater básico para vários tipos de usuário. Existem barras no mercado capazes inclusive de reproduzir Dolby Atmos, com o uso de alto-falantes do tipo “Enabled”.

Eu tive de chance de passar por mostruários de loja, ouvir rapidamente barras de som bastante caras, e que apresentaram um som horrível. Um amigo me conta que comprou anos atrás uma barra JBL, ouviu, não gostou e acabou encostando. Dentro de uma loja, é virtualmente impossível se fazer avaliação alguma, nem de TVs nem dessas barras, e portanto não se pode condenar a priori qualquer um desses produtos.

Barra de som reforça as TVs finas

Os fabricantes de TV parecem admitir que a reprodução de som no aparelho de TV é insatisfatória, já que alguns modelos novos vêm com uma barra de som incorporada na base.

Na época das TVs de tubo era possível montar um móvel cuja acústica era perfeitamente adequada para o broadcasting, em alguns casos até com muito boa qualidade, relativamente.

O preço pago pela introdução da tela digital plana foi perder esta qualidade. A perda prejudica todo o trabalho de mixagem e equalização existente nos diversos programas onde a engenharia de áudio se faz presente.

As barras de som resgatam o áudio desses programas de forma satisfatória, certamente muitíssimo melhor do que o som embutido na maioria dos painéis de TV.

Usar uma barra de som ao invés de ligar todo o conjunto de receiver e caixas faz mais sentido, a meu ver, no uso diário do aparelho de TV. Se a barra em si vai se tornar o equipamento prevalente irá depender de quem usa.

Existem alguns problemas algumas vezes complicados de solucionar: barras de som podem obstruir o acesso ao sensor do controle remoto da TV, o que se torna uma dor de cabeça. O problema pode ser resolvido de várias maneiras: instalar um repetidor de sinal, instalar uma extensão por fio em portas compatíveis, usar um aplicativo em um telefone celular (quando oferecido pelo fabricante), ou usar um controle remoto pareado por Bluetooth.

Fora isso, resta ter espaço adequado na mesa onde a TV está instalada. Quando a TV for instalada na parede, a barra precisa ter um ajuste para ser instalada na parede também.

No geral, as barras de som são úteis a quem instala desejando obter um áudio melhor, mas o preço dos melhores modelos pode acabar sendo um obstáculo a quem compra. [Webinsider]

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http://br74.teste.website/~webins22/2017/10/02/o-mundo-alternativo-de-george-harrison-segundo-scorsese/

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http://br74.teste.website/~webins22/2017/09/06/oled-ou-qled-a-suposta-guerra-entre-as-tvs-coreanas/

http://br74.teste.website/~webins22/2017/08/29/resolucao-8k-na-tv/
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Leia também:

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http://br74.teste.website/~webins22/2013/03/17/cinavia/

http://br74.teste.website/~webins22/2017/03/24/filme-miles-ahead-e-uma-homenagem-miles-davis/

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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4 respostas

  1. Prezado Paulo

    Não poderia me abster de comentar este tema, afinal o assunto referência em minha rotina).
    Paulo 1º ponto:
    O som dos aparelhos de Tv’s (ao longo de décadas) sempre foi sinônimo de sistema relegado a 2º plano. A indústria eletro-eletrônica sempre se ateve em priorizar e implementar melhorias no sistema de vídeo, já quanto ao som… Pobre artefato que só tem piorado; saudade das TV’s bem antigas (linha da Philips mono) que continham no painel frontal dois falantes, um fullrange e um tweeter, mas a melhor de todas que ví aqui no Brasil foram as últimas (CRT’s widescreen de 32 pol.) da LG, que continham um bom pacote básico de sistema de som (contendo dois falantes full range, dois tweeters mais um subwoofer interno, com direito a equalizador gráfico de 5 bandas.
    2º ponto:
    Será duro abordarmos os que temos no mercado hoje !!! Nooossa difícil até de descrever para não pronunciarmos palavrões. Sistemas pífios, sem “nenhuma” profusão de graves, e alguns modelos apelando para o tal sistema que emite som pela tela !!! QUE QUE ISSO ??? A única saída verdadeira para aqueles que querem “apenas ouvir” um som com qualidade (e muito boa) são as soundbar. Já tive uma da Edifire MP250 que meu filho passou a mão nela (de tão boa que era). Eu a usava em minha TV de LED da Samsung de 22 pol no quarto. Que baita som que dava essa caixinha, agora quanto as que você citou acima são top, e por isso muito caras. Mas são a única opção para não “ofendermos” nossos ouvidos, na audição que qualquer tipo de programa, tipo musicais ou de filmes no local instalado da TV, que não dispuser de um receiver e caixas. Parabéns pela matéria, irei compartilhá-la com amigos meus. Um abração Paulo.

    1. Olá, Rogério, seus comentários são sempre muito lúcidos, e eu lhe agradeço por isso. Agradeço também a referência aos amigos.

      Também tive TV Philips das antigas com som mono muito bom.

      Abraço do
      Paulo Roberto Elias.

  2. Paulo,ou assisto notícias na TV ou filmes e musicais.Para o primeiro caso,me basta obviamente o som da TV.Já no caso dos filmes,só os assisto em Dolby digital,ou se forem antigos,em uma simulação DSP.Pra tal, tenho um receiver que me serve como complemento.E música? Não fabricaram ainda uma sound bar que substitua cinco caixas acústicas de qualidade é um subwoofer.Abraços

    1. Nolan, tudo isso que você colocou eu concordo e está no meu texto com outras palavras. Entretanto, é inegável, na minha opinião, que o som da TV melhora 100% com o uso da barra, e note que a minha é dos modelos mais simples.

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