Mudanças importantes nas centrais multimídia dos carros

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Veículos rodando Android Auto ou Apple Carplay já podem eliminar o cabo USB e liberar o uso do celular e aplicativos.

 

Já de algum tempo para cá, vários fabricantes de carros desistiram de incorporar mapas de navegação nas centrais multimídia. Eu dirijo Peugeot faz anos, e nunca vi em nenhum mapa aviso de radares, e levei muitas multas sem aviso prévio. Além disso, esses mapas, para serem atualizados, pagava-se uma fortuna, queixa de muitos que compravam carros da marca.

Talvez por isso, os mapas que vinham de fábrica nas centrais sumiram, para, no seu lugar, a fábrica incluir o Android Auto e o Apple Carplay. Várias outras fábricas fizeram o mesmo, mas com um detalhe desagradável: o usuário ser obrigado a conectar o celular na central através de um cabo USB. Uma economia porca dos fabricantes foi a de disponibilizar um única porta USB para dados e energia, matando assim qualquer chance de conectar outro dispositivo ali. Eu, por exemplo, sempre gostei de ouvir meus discos através de um drive USB, e por causa disso, não pude mais fazê-lo durante o uso do Android Auto.

Foi por causa disso também, que eu mantive no carro por anos a fio um GPS TomTom Go 60B, que não existe mais à venda. A empresa, de anos para cá, resolveu cobrar uma anuidade pela detecção de radares, que antes era grátis. Isso nunca deixou de ser uma atitude anacrônica, diante do fato de que qualquer celular Android ou Apple tem uma multitude de aplicativos para detectar radar, sem cobrar nada.

Mais inconveniente ainda é ter que trazer o 60B para casa, para atualizar mapas e radares, através do aplicativo TomTom MyDrive. E se não bastasse esta chateação toda, eu ainda tive que aturar a bateria fraca do 60B. Se deixado no carro por mais de uma semana sem sair, o 60B acusava bateria fraca. Aí, seria inevitável trazer o aparelho para casa e ficar umas duas horas carregando.

A gente às vezes cria uma espécie de laço afetivo com alguns equipamentos, e eu havia criado um com este TomTom 60B, mas foi inevitável que esquecesse isso e o removesse do carro em definitivo. Eu o deixei funcionando até o término da última assinatura de radar, que ocorreu por esses dias. Sem ela, o servidor do TomTom para automaticamente de acusar radares.

Modificações de uso para dispositivos mais modernos

Eu vinha, desde o início do ano pensando em como fazer para resolver os problemas de cabeamento do uso do Android Auto, e da forma como iria continuar detectando radares para evitar ser multado.

A primeira solução eu encontrei na loja da Motorola: o adaptador sem fio para Android Auto modelo MA1. A segunda solução, eu já havia encontrado antes: o aplicativo Radarbot, versão Pro, disponível no Google Play. Embora seus desenvolvedores tenham afirmado que ele é compatível com Android Auto, ele nunca aparece na lista dos aplicativos do mesmo. Pouco importa, basta rodá-lo por fora, que ele resolve tudo.

A instalação do Motorola MA1 é super simples: liga-se primeiro o celular Android na central do carro, por um cabo USB, como de costume. Depois que o Android Auto começa a rodar na tela da central, desconecta-se o cabo USB e, no lugar dele, conecta-se o MA1.

MA1 da Motorola

Feito isso, o MA1 inicializa pela primeira vez, o LED do gabinete se ilumina na cor branca, e em questão de segundos, a cor do LED muda para azul (modo de pareamento), e o usuário configura o celular para achar um dispositivo Bluetooth, no caso um com um nome AndroidAuto-XXXX (onde XXXX é exibido com o número do MA1).

Depois de pareado, o MA1 mostra o LED na cor verde, e nada mais precisa ser feito. A central do carro pede permissão para rodar o Android Auto apenas na primeira vez. Subsequentemente, basta entrar no carro com o celular e logo depois está tudo funcionando de volta.

Existem algumas poucas limitações no uso deste adaptador. No meu caso, ele só roda a partir do Android 10 em diante, e com o Wi-Fi de 5 GHz. Eu uso atualmente um Moto Edge 30 Fusion, que já roda Android 13 e com Wi-Fi 6e, com isso a conexão com o MA1 ocorreu rapidamente e sem transtornos.

O MA1 usa o Wi-Fi 5GHz do celular configurado por ele mesmo, e é sempre recomendável (necessário) manter o celular com a recepção de dados móveis ligada, de modo a evitar rodar o Android Auto com erros.

Além disso, como qualquer dispositivo sem fio, o MA1 pode até ser posicionado em um lugar do carro onde ele fique parcialmente oculto, mas o celular precisa estar o mais próximo possível, para evitar problemas.

Eu uso um suporte de celular, e assim eu posso mantê-lo próximo do vidro do carro durante o uso, carregando com a ajuda de um cabo USB direto de um adaptador de 12 Volts.

Além disso, para manter o meu drive USB com músicas disponível na central, eu passei a usar um HUB USB (escolhi um modelo da Sabrent com interruptores em cada porta, recurso muito útil), que me permite ter acesso ao drive para ouvir música e rodar o Android Auto ao mesmo tempo.

Tudo isso teria sido simplificado se os fabricantes tivessem disponibilizado o Android Auto sem fio, como original de fábrica, mas eles só o fazem com custos elevados envolvidos, em alguns poucos modelos. Por isso, dispositivos como esse MA1 e similares passaram a ser uma necessidade para uso em qualquer carro que rode Android Auto. Os que não rodam, podem se equipados com centrais paralelas, e aí neste caso, tudo é instalado de outra maneira.

A lição que eu venho tirando disso tudo é sempre a seguinte: o uso de GPS no vidro do carro caducou. A indústria chegou a lançar modelos com a possibilidade de se usar um SIM card dedicado, para acesso à Internet, mas nem isso resolveu o fato singular de que praticamente todo mundo usa um celular, que já tem tudo lá à disposição a qualquer momento.

A relação custo-benefício de um celular nas centrais dos carros é insuperável. Acabaram-se os mapas pagos, a renovação de detecção de radar, e principalmente a atualização no computador dentro de casa de mapas e radares. Acabou, também, no caso do TomTom Go 60B, a necessidade de carregar a bateria em casa.

Eu acho que ainda tem muita coisa nesta tecnologia para evoluir, principalmente na atualização e no aprimoramento das centrais dos carros. Por enquanto, as montadoras insistem em cobrar fortunas para se ter algum conforto na hora de dirigir o carro neste trânsito agressivo e perigoso.

Talvez com o decorrer do tempo tudo isso irá mudar. Porque, por enquanto, a solução é pedir socorro ao Google, ou à Siri da Apple. [Webinsider]

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Colocando um tablet no carro

O uso de aplicativos na condução de veículos automotivos

 

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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2 respostas

  1. Olá Paulo
    Ainda utilizo uma central não tão moderna, com Android bem defasado, mas o que importa para mim é que ela possuí o eficiente app de mapa da iGo. Por incrível que pareça ele funciona como um canivete suíço e faz tudo, sendo inclusive possível atualizar seu mapa-radar baixando um arquivo de um site da internet. As empresas hoje que vendem centrais multimídia modernas, estão “capando” esses aparelhos, pois os softwares contidos é necessário pagar licença para embarcar esses app’s. Por isso que a maioria delas agora vem peladas, e não baixou seus preços. Sinais dos tempos.

    1. Oi, Rogério,

      Nos últimos meses eu fiquei impressionado com o alto número de centrais alternativas à venda, que são capazes de fazer tudo, com qualquer celular. Algumas são complementadas, vendidas com molduras, de acordo com o painel do carro.

      Você tem toda a razão quanto aos aplicativos, e acho que isso deveria ficar explícito a quem gasta uma fortuna para comprar um carro. Na prática, você só vai acabar descobrindo o que está faltando depois que andar com o carro um certo tempo, e depois disso não tem como remediar ou consertar. Por essas e outras é que você ver motoristas de Uber rodando Waze e mais nada.

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