O Último Grande Herói em 4 K e Dolby Atmos

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O Último Grande Herói foi o primeiro filme apresentado nos cinemas com som digital SDDS, cujo codec nunca foi extendido aos home theater. Foi reeditado novamente em 4K e lançado em Blu-Ray, com HDR10  e som Dolby Atmos no lugar da trilha sonora original.

 

O filme O Último Grande Herói (Last Action Hero) foi o primeiro apresentado com trilha em SDDS, e agora aparece em Blu-Ray 4K, a partir de nova remasterização do negativo, feita nesta resolução.

Os três principais formatos de som digital no cinema que prevaleceram foram lançados no início da década de 1990: Batman Returns, em 1992, com Dolby Digital 5.1, Jurassic Park, em 1993, com DTS 5.1, e Last Action Hero, 1993, com SDDS 7.1.

O SDDS (Sony Dynamic Digital Sound) tem um layout que difere dos dois formatos anteriores, porque segue o padrão Todd-AO 70 mm na área da tela, com os tradicionais 5 canais, ao invés de 3 canais do CinemaScope. A trilha sonora é ótica, gravada nas bordas da película. O leitor ótico é montado no topo do projetor:

Até hoje, eu só assisti um filme com SDDS no cinema, nem me lembro qual foi. O som era muito bom, mas não ficava distante em qualidade do Dolby Digital e do DTS. Além disso, o tamanho das telas nas salas de exibição diminuiu drasticamente, tornando o layout de 5 canais atrás da tela relativamente desnecessário.

Ao contrário dos outros dois formatos digitais, o SDDS nunca chegou aos A/V receivers e pré-amplificadores de vídeo, na forma de um decodificador. Por causa disso, todas as mídias em disco lançadas tiveram que ter as suas trilhas SDDS convertidas para Dolby Digital ou DTS. Aliás, ambas as duas trilhas tiveram o som expandido para 6.1, mas eu não me lembro se esses novos formatos foram algum usados na conversão das trilhas SDDS.

Como se pode observar na ilustração acima, todos os três formatos de áudio são gravados na película 35 mm, permitindo assim que as salas de cinema reproduzam qualquer uma delas.

Last Action Hero em Blu-Ray 4K

A edição deste filme em 4K mereceu do estúdio uma nova remasterização da película, desta vez com uma resolução maior do que aquela usada no Blu-Ray anterior. Além disso, a imagem foi tratada com HDR10, aumentando desta maneira o contraste e a resolução nas zonas de sombra, um bom avanço, como sempre.

A trilha original também mereceu um tratamento à altura, com a adoção do Dolby Atmos. Na minha opinião, a trilha do Blu-Ray antigo era muito boa, mas a nova trilha mostra uma dispersão 3D convincente, com uma qualidade superior na reprodução dos diálogos. Na nova mixagem os técnicos tiveram o bom senso de não exagerarem nos sons dos efeitos sonoplásticos, deixando a trilha bem equilibrada.

O filme

Last Action Hero é uma paródia aos filmes de ação:

Além disso, o filme transmite um enorme pesar pela destruição das outrora salas de cinema no estilo “palácio”, com amplo auditório e tela de grandes proporções.

O personagem Danny (Austin O’Brien) é um garoto cinéfilo, que adora o super herói da tela Jack Slater, personificado por Arnold Schwarzenegger, que parodia a si próprio durante o filme todo. Uma vez convidado para um preview do próximo filme do seu herói, ele ganha um bilhete deixado pelo mágico Houdini, que o faz entrar no filme, e viver de perto o que ele sempre viu na tela.

Last Action Hero traz também um elenco de peso. Os diálogos são bem escritos, O número de trocadilhos, entretanto, a maioria arcaicos como deveriam ser, só tem sentido nos diálogos em inglês. No antigo Blu-Ray a tradução das legendas para o português não produz o mesmo efeito.

Um aspecto interessante do roteiro é o contraste absurdo entre o ambiente do filme e o da vida real, este último agressivo, poluído e sem esperança para ninguém. Neste ponto, o filme extrapola a paródia, para dizer à plateia que o cinema é um mundo de fantasia inalcançável.

Last Action Hero é um bom filme e agradável de assistir, mas o roteiro em si não é nenhuma novidade, mostrando um filme dentro de outro filme. John McTiernan é um bom diretor, e dá dignidade aos atores na evolução das cenas.

Talvez nos dias de hoje o filme não deixa de ser o marco em que o cinema evoluiu na reprodução das trilhas sonoras, ocasião na qual não só passou a ter qualidade de áudio inquestionável, mas principalmente livre dos problemas técnicos das antigas bandas magnéticas. Antes disso, o DTS já havia sido usado (e ainda é) nas cópias em película 70 mm. Basta dizer que Oppenheimer em 70 mm é apresentado neste formato.

Last Action Hero é, em última análise, um filme para se assistir em casa, com todo mundo ao redor se munindo de uma boa quantidade de pipoca e refrigerante! [Webinsider]

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Oppenheimer em 70 mm

 

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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