Carro autônomo ainda tem muita estrada pela frente

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A trajetória do carro autônomo ainda tem pela frente um percurso cheio de riscos não gerenciados e eventos incertos e inesperados.

A trajetória do carro autônomo ainda tem pela frente um percurso cheio de riscos não gerenciados e eventos incertos e inesperados.

 

Uns dez anos atrás, praticamente todos os principais fabricantes de veículos motorizados e empresas de tecnologia previram a implantação generalizada dos “automated driving systems” (ADS) até 2022, o que supostamente acabaria com necessidade de motoristas humanos. Como acontece com quase toda nova e revolucionária tecnologia, um otimismo desenfreado minimizou suas dificuldades.

Na prática viu-se que o problema é muito mais complexo. Dirigir um veículo é uma tarefa complexa, mesmo para um ser humano, pois envolve muitas subtarefas e inputs simultâneos além de constantemente estarmos diante de eventos incertos e inesperados, como um cachorro atravessando inesperadamente uma rua. O trânsito é um cenário onde as situações insólitas e inesperadas acontecem com frequência, mas que são difíceis de serem replicados em dados de treinamento.

Teoria da Complexidade

A Teoria da Complexidade descreve as inter-relações entre veículos automotores, motocicletas, pedestres, ciclistas e outros usuários em vias públicas. Essa incerteza não funciona bem com sistemas de DL. Por isso, ocorrem acidentes, como os que ocorreram com os veículos da Tesla e de outros fabricantes.

Um argumento comumente usado é que os veículos autônomos mesmo com esses erros tendem a ser mais seguros que motoristas humanos. Apontar a causa como humana é a mais fácil. Mas os dados que apontam “causa humana” não levam em conta o contexto como um todo. Os dados nos EUA mostram que, lá os acidentes aumentaram, enquanto que na Europa diminuíram. E a causa da diminuição foi a evolução do ecossistema, com os reguladores pressionando as montadoras a construir veículos mais seguros para pedestres e ciclistas, e os governos ajustando os projetos das estradas após um acidente para reduzir a probabilidade de reincidência.

Fragilidades

Fazendo paralelo com investigação de acidentes aéreos, a “causa humana” é apenas uma ponta do iceberg, de uma série de fatores. É a teoria do “queijo suíço”. O criador da teoria, James Reason, propôs a imagem de um “queijo suíço” para demonstrar como cada elemento da Organização ou etapa de um processo pode atuar como uma das fatias, e suas respectivas fragilidades seriam como os buracos do queijo.

Neste sentido, quando existem vários riscos não gerenciados, a chance de ocorrência de um evento catastrófico é muito maior, como se os diversos buracos do queijo estivessem todos alinhados, sem nenhuma barreira que impedisse transpassar o queijo de ponta a ponta.

O mesmo acontece nos acidentes automobilísticos. Mas, como não se faz nenhuma investigação criteriosa, é muito mais fácil apontar e incrementar o estereótipo da falha humana. Mas para cada erro humano que provoca acidentes, quantos foram evitados pela perícia e rapidez de raciocínio dos motoristas?

A jornada para um veículo autônomo ainda é muito longa e talvez nem termine… [Webinsider]

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Cezar Taurion é CSO da RedCore.ai

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